PARAÍSO VIRTUOSO - CAPÍTULO 31 (ÚLTIMA SEMANA)
WEB-NOVELA DE SINCERIDADE
CENA 01: MANSÃO/INT./NOITE
Anoitece, e os convidados começam a chegar à mansão para a festa de aniversário de Doralice. A casa está completamente decorada, e cerca de cem pessoas já estão presentes. No próximo take, vemos a cena por outro ângulo: uma pessoa está no jardim, escondida atrás de uma moita. A câmera se aproxima e revela que é Natália. A vilã está disfarçada com óculos escuros, jaqueta e calça pretas, além de um capuz, escondendo seu rosto. O instrumental “Tensão Passaperto - Iuri Cunha” entra em cena. Enquanto isso, a vilã, sem que ninguém perceba, consegue entrar para o interior da mansão, enquanto se esconde dos convidados.
DORALICE: Pessoal, já está quase na hora de partir o bolo!
SILVINHA: Mas já, maninha? Espera mais um pouco, poxa.
DORALICE: Silvinha, os convidados não tem todo o tempo do mundo, não. Vou falar pra Ritinha preparar a mesa e já volto.
Doralice se retira e segue em direção à cozinha. Enquanto a mocinha atravessa a sala, Natália aparece, escondida atrás da cortina. Logo depois, ela olha ao redor e segue para os fundos da mansão. Minutos depois, todos já estão reunidos no jardim, prontos para cantar parabéns para Doralice, enquanto ela faz um discurso.
DORALICE (emocionada): Eu agradeço muito por vocês estarem comigo nessa noite mais que especial. Esse ano que passou foi um dos melhores e piores da minha vida, mas eu consegui sobreviver. Espero que eu ainda tenha muitos e muitos anos pela frente, e que a justiça seja feita.
ÁLVARO: Bom, vamo parar de chororô, cantar os parabéns e comer esse bolo logo.
Todos começam a cantar parabéns para a mocinha, enquanto a câmera passa lentamente por cada personagem em cena. Mostramos todos sorrindo e batendo palmas, cheios de alegria. Ainda em câmera lenta, Doralice sorri e se prepara para assoprar a vela. De repente, ouvem-se dois disparos. O caos se instaura, e os convidados entram em pânico, gritando e correndo em todas as direções. Atrás da mesa, está Natália, a autora dos tiros. No entanto, um dos disparos acerta Marluce, que cai no chão. As pessoas se aglomeram ao redor dela, enquanto Silvinha, desesperada, chora debruçada sobre a mãe ferida.
DORALICE: Isso só pode ser coisa daquela desgraçada!
SILVINHA (chorando): Mãe! Mãezinha, por favor, fala comigo. A emergência já tá chegando mãezinha, por favor, não me deixa. Não me deixa, eu ainda não sei viver sem a senhora.
Enquanto isso, Doralice sai apressada e entra para o interior da mansão, determinada.
DORALICE (enquanto atravessa a mansão): CADÊ? CADÊ A VAGABUNDA QUE ATIROU? EU SEI QUE VOCÊ TÁ AQUI, NATÁLIA! APAREÇA!
O instrumental “Vienna - Alexandre de Faria” entra em cena. Natália, ao ouvir os gritos de Doralice, corre imediatamente para o outro canto da mansão, até que Doralice consegue avistá-la e vai atrás.
DORALICE: Você não vai fugir de mim, não, Natália!
Doralice corre atrás da vilã e as duas vão parar no exterior da mansão, onde a mocinha acaba perdendo a megera de vista, mas continua gritando.
DORALICE: ARREGOU, É? APARECE, SUA PUTA! APARECE AGORA!
Escondida atrás de uma árvore, Natália se prepara para atirar em Doralice. O instrumental para de tocar, e o silêncio toma conta do ambiente. No momento que ela mira o revólver, ouve-se o som de uma viatura policial se aproximando. O instrumental continua a tocar de onde parou. Assustada, Natália desiste e corre para dentro do matagal, que fica nos fundos da mansão. Corta para outro canto do local, onde os policiais estão vasculhando a casa, mas não acham rastros de ninguém. Doralice se aproxima do delegado.
DORALICE: Ela fugiu, delegado. A maldita entrou no meio das árvores e se mandou.
DELEGADO: Essa hora já deve tá bem longe… mas fica tranquila, que a gente não vai desistir de capturá-la.
ÁLVARO: Alguém tem que parar essa mulher o mais rápido possível! Jajá ela vira uma assassina em série por aí.
DORALICE: E como tá a dona Marluce?
ÁLVARO: Não tive mais notícias, mas já foi encaminhada pro hospital.
DORALICE: Vamos pra lá agora, preciso dar uma força pra minha irmã.
CENA 02: HOSPITAL/INT./NOITE
O instrumental “O Lago - Alexandre de Faria” dá som à cena. Silvinha se encontra andando de um lado para o outro enquanto aguarda notícias da mãe. Doralice e Álvaro chegam até o local. A mocinha vai direto abraçar a irmã.
DORALICE: E aí, como ela tá?
SILVINHA (chorando): Eu não sei, irmã. Tô com medo de perder minha mãezinha…
DORALICE: Silvinha, eu tenho certeza que aquele tiro era pra mim. Foi a Natália que disparou, foi ela quem atirou contra a gente.
SILVINHA: A Natália?
DORALICE: Sim. Eu vi ela, até tentei persegui-la, mas a vagabunda conseguiu fugir.
SILVINHA: Meu Deus… olha, se alguma coisa acontecer com a minha mãe, eu prometo que acabo com a raça daquela vadia de uma vez por todas.
Nesse instante, o médico se aproxima.
SILVINHA: E aí, doutor, como tá a minha mãe? Ela tá bem?
MÉDICO: Olha, a dona Marluce teve sorte que o tiro pegou no braço.
Doralice, Silvinha e Álvaro suspiram de alívio.
MÉDICO: Mas é melhor ela ficar por aqui uns dias, só pra garantir mesmo. Mas fica tranquila, ela não corre risco.
SILVINHA: Aí, graças a Deus! Deus seja louvado!
Silvinha e Doralice se abraçam, aliviadas. Semanas se passam ao som de “Tocando em Frente - Almir Sater” e são mostradas imagens da região.
CENA 03: CASA DE CARMEM/INT./DIA
Carmem está na sala. De repente, alguém começa a bater palmas e chamá-la. Ela vai até a porta e ao abrir, se depara com Morgana.
CARMEM: Tá fazendo o que aqui, peste?
MORGANA: Eu preciso ter uma conversa séria com a senhora, dona Carmem.
CARMEM: Eu não tenho nada pra conversar com ocê, sua prostituta! Ocê estragou a minha família, acabou com meu casamento.
MORGANA: Alto lá! Quem acabou com o teu casamento foi o velhote do teu marido.
CARMEM: Se revoltou contra ele agora, é?
MORGANA: Dona Carmem, eu vim até aqui pra te pedir perdão. Pode até parecer falso, mas é verdade.
CARMEM: Não sei se acredito, não.
MORGANA: Carmem, eu passei a minha vida toda achando que o Vicente era o homem da minha vida.
CARMEM: Ocê não, eu sim.
MORGANA: Tá, mas desde que eu comecei a ser amante do teu marido, eu tava naquela ilusão achando que ele iria me assumir pro mundo, que me amava. Mas a verdade é que ele só queria me usar, assim como te usou.
CARMEM: Ocê não sabe o ódio que eu fiquei daquele traste quando descobri que ele me traia… ainda mais com uma menininha de programa que tem idade pra ser filha dele.
MORGANA: Eu te peço perdão. Me perdoa, dona Carmem. Eu agora sou uma nova mulher, aquela Morgana de uns meses atrás, morreu. Agora eu quero focar em mim, na minha paz interior. Tô até pensando em me mudar de cidade.
CARMEM: Tá perdoada, menina. Eu também não quero guerra com ninguém. Minha vida tá uma bagunça… meu filho tá preso, meu ex marido também. Enfim, não sei mais o que fazer.
MORGANA: Vem cá, me dá um abraço. Nós, que somos mulheres, temos que nos unir.
Com receio, Carmem se aproxima de Morgana e elas se abraçam.
MORGANA: Que toda mágoa vire pó!
CENA 04: MANSÃO/INT./DIA
Álvaro acaba de entrar pela porta da sala, quando Doralice aparece, emocionada. O instrumental “Come Ti Amo - Guilherme Rios” dá som a cena.
ÁLVARO: Doralice? Que cara é essa, amor?
DORALICE (lacrimejando): Amor, já faz uns dias que eu tava sentindo uns enjôos, e hoje eu decidi fazer o teste de gravidez. Eu tô grávida, Álvaro. Eu tô esperando um filho seu.
ÁLVARO: Cê só pode tá brincando comigo. Eu… eu vou ser pai?
DORALICE: Vai, amor. A gente vai ter um bebê.
Emocionado, Álvaro comemora e pega Doralice no colo. Em seguida, eles se abraçam e se beijam, apaixonados.
SÃO PAULO, CAPITAL.
A música “Missing Myself - Emília Pedersen” entra em cena. Mostramos várias imagens da cidade.
CENA 05: RUA/DIA
A câmera captura o movimento de carros e pedestres em um dos locais mais movimentados da cidade. No meio da multidão, a câmera se aproxima de uma mulher. É Natália. Agora, com cabelos curtos e loiro, ela veste uma roupa casual, e usa óculos escuros. Ela chega em um restaurante, e se senta, retocando o batom enquanto olha no espelho de mão. Agora, ela se chama Samanta Rodrigues.
NATÁLIA: Samanta, Samanta… todo mundo já deve tá achando que você já foi dessa pra melhor. Doralice que me aguarde. Se ela tá achando que vai ter um final feliz com seu príncipe encantado, ela tá muito enganada.
Focamos no rosto da vilã, que exala ódio e determinação em seu olhar.
CONGELAMENTO EM NATÁLIA.
A novela encerra seu 31° capítulo ao som de “Missing Myself - Emília Pedersen” (tema de Natália).
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