L U X Ú R I A
Episódio 11
Caem as Máscaras
Escrita por Raquel Assunção
Abertura
Cena 1- Acompanhada por uma trilha de terror e tensão, a sequência a seguir segue Elias criança correndo pelos matos ao redor de sua casa, na escuridão da madrugada o cenário é assustador, ele chora e corre, é possível escutar passos o seguindo. As roupas do pequeno estão amarrotadas, sujas de sangue e rasgadas. O menino está claramento desesperado, sem saber o que fazer nem para onde ir. Ele para por um momento para respirar, se esconde atrás de uma árvore, acreditando que teria despistado seu algoz. Instantes depois, Cezar reaparece em sua busca. Mais uma vez, Elias volta a suar frio e a tremer-se. Como num filme de terror, Cezar caminha devagar até sua vítima, causando ansiedade no público sobre o que iria acontecer alí adiante. A criança segue fugindo, Cezar acelera os passos na busca pelo filho. Não demora muito para que a fuga de Elias dê errado; o menino cai num barranco, Cezar o resgata e o pega no colo, Elias começa a gritar de medo, Cezar o cala com um soco.
Cena 2- Manhã.Ruas do Rio de Janeiro.Ext.
Em sua BMW 420i Cabrio branca, Elias dirige em alta velocidade, o sorriso descarado estampado em seu rosto. A felicidade dele é invejável. A trilha "Good Fortune- Pj Harvey" aumenta o caos da cena. Tudo saíra como havia planejado e calculado, conquistou a confiança de Bruno, armou os desvios e plantou provas falsas dentro da empresa com ajuda de cúmplices, ao fim, teve a empresa passada para seu nome e então a vendeu. Um verdadeiro golpe de mestre.
Elias narrando- Eu finalmente cheguei a onde queria. Não demoraria muito para que eu saísse na capa da Forbes, como um dos jovens milionários do Brasil. Consegui cumprir o sonho da minha mãe e que me foi passado como missão de vida. Tiraria minha tia da lama, daquele consultório imundo que ela trabalha diariamente, resolveria todos os problemas da minha mãe. De fato, os fins justificam os meios...
Elias (eufórico, cantando)- And I feel like some bird of paradise, my bad fortune slipping away, and I feel the innocence of a child. Everybody's got something good to say.
Ele ri, ri muito, ri com a desgraça dos outros.
Cena 3- Mansão Scheffel. Quarto de hóspedes. Int.
Yara se encontra arrumando-se, ela passa um gloss em seus lábios, um rímel e se encara no espelho.
Yara- Gostosa ! Como pode ?.
Ela guarda as maquiagens, e se senta na cama.
Yara- Como eu vou abordar o Bruno ? Se minhas suspeitas estiverem certas… Como meu filho pôde ser enganado dessa forma tão insana, sórdida? Como o Bruno pôde se deixar levar por um clochard sans vergogne ?.
Cena 4- Quarto de Bruno. Int.
Muito vaidoso, Bruno termina de se arrumar para ir à academia praticar seus exercícios físicos. Ele se olha pela última vez no espelho e se encaminha para sair do quarto, quando seu celular começa a tocar, ele atende e vai saindo caminhando pela casa enquanto conversa.
Bruno (ao celular)- Oi, bom dia. Comigo está tudo bem, e você? Ótimo. Cara, eu tô saindo agora de casa, será que a gente não pode falar depois ?.
A essa altura, Bruno está nas escadas da casa.
Bruno (ao celular)- Certo. Vai falando… (semblante confuso) Não, eu não dei nenhuma ordem… (incrédulo) Quê? Como assim ? E aconteceu assim, sem eu nem ser avisado ? Algo está errado…
Bruno já se encontra na garagem, ele entra no carro, e dá partida, segue conversando, dessa vez dirigindo e falando ao celular.
Bruno (ao celular, e dirigindo)- Sim, isso aconteceu, foi uma manobra jurídica indicada pelo meu advogado. Pra quem eu passei ? Para o Elias, meu genro… (cético) Não! Isso, acredito que ele não faria… Ou faria ?!.
Cena 5- Apartamento de Amanda.Sala de estar.Int.
Amanda está na companhia de Fernando. O jovem está mais magro, com curativos dos ferimentos causados por Elias. Ambos tomam café, Amanda segue desconfiada das intenções de Fernando, pois pelo passado que o uniu a seu sobrinho, ela sabe muito que ele também não é flor que se cheire.
Amanda- Está melhor, querido ? Pode falar quando quiser, estou à sua disposição.
Fernando- Tia, nada que eu fiz no passado tem justificativa. O mal que eu causei é irreparável, eu paguei pelo meu crime, estou tentando recomeçar minha vida. Mas eu não posso seguir em frente sem esclarecer tudo.
Amanda- Se for começar a falar mal do Elias, nem começa. Eu não vou permitir que o responsável pela desgraça na vida da minha família venha caluniar o meu sobrinho, o Elias pode não ter tido a melhor das mães, fora que nem pai ele teve, mas ele tem uma tia que o ama, e que sempre vai defender ele, está entendendo ?.
Fernando- A senhora está vendo todos esses cortes? Esses ferimentos ? Esses curativos ? (Ele aponta para a faixa que cobre uma parte de sua barriga) Isso aqui é um curativo de um tiro que eu levei, e sabe quem foi o responsável? Sim, o seu querido sobrinho.
A última revelação é a ponta d’água para que Amanda exploda contra Fernando.
Amanda- Como é? Você está acusando meu sobrinho de cometer um crime ? SAIA DAQUI AGORA !.
Nesse mesmo instante, a campainha toca, Amanda vai atender e para sua surpresa, Yara está em sua frente. A ex-modelo entra no apartamento sem pedir licença.
Amanda- Yara?.
Yara percebe a presença de Fernando.
Yara- Fernando ?.
Amanda- Peraí, vocês se conhecem ? O que está acontecendo aqui ?.
Yara (p/ Amanda)- A gente precisa conversar sobre seu sobrinho. Porque ele é um éhonté.
Amanda encara Yara sem entender nada.
Cena 6- Banco. Escritório do gerente. Int.
Elias, acompanhado do Dr Aragão, termina de assinar alguns papéis. A trilha "I want it all- Arctic Monkeys" enfatiza a vitória de Elias.
Elias- Pronto, agora meu dinheiro está oficialmente transferido ?.
Dr Aragão assente.
Dr Aragão- Com certeza, não há mais com o quê se preocupar.
Elias- Tem certeza que não vai ter nenhuma complicação jurídica ?.
Dr Aragão- Mas é claro, confia em mim. As remessas serão feitas em parcelas pequenas, e para diferentes bancos internacionais, em paraísos fiscais diferentes, tudo como combinamos. Agora é só ter calma, agir com frieza. Creio que a polícia federal possa se interessar por algum depoimento no caso dos contratos superfaturados das Indústrias, já que foi passada para seu nome. Mas se isso acontecer, dizemos que você foi usado como laranja, simples.
Elias (sorrindo)- Aí sim, assim que eu gosto. Espertinho. Chegando nos paraísos fiscais, eu vou retirar uma quantia em dinheiro vivo, e as outras partes eu vou investindo em diferentes negócios. Será mais difícil de rastrearem.
Dr Aragão- Sim. Todo cuidado daqui pra frente será pouco… Quanto a sua tia, Elias, eu acho que vai ser bom você dar uma enrolada nela, se é que me entende.
Elias- Ela é honesta demais, certinha demais, nunca vai engolir isso que eu fiz. Se ela souber sobre a conta que eu abri no nome dela, ela me mata.
Dr Aragão- Pois então, se cuida. Já resolveu aquele assunto com aquelas pessoas ?.
Elias- Vou resolver hoje. Todos vão sair do país, foi o nosso acordo. Vão receber uma nota, e cada um vai ter um negócio em seu nome. Ótimo acordo, não acha ?.
Dr Aragão (sorrindo)- Sim, para um bando de pobres infelizes, é mais do que bom.
Os dois gargalham. O celular de Elias começa a tocar, Bruno está ligando, ele olha a tela do celular e se questiona se vale a pena atender.
Elias- Cansei, daddy.
Cena 7- Apartamento de Amanda.Sala de Jantar.Int.
Amanda, Fernando e Yara tomam café, enquanto discutem sobre Elias.
Yara- Oh mon Dieu ! Quel horrible café ! Mas também, pelo preço e pela pobreza dessa gentinha desse país, não dá para se esperar muita coisa.
Amanda- Vamos nos atentar ao assunto debatido em questão.
Yara- Oui.
Fernando- Vocês tem que acreditar em mim. Eu não sou santo, já paguei pelo meu crime. Mas o Elias, é muito pior do que eu, mais perigoso, porque ele é manipulador, com todo aquele ar de sofredor dele, ele engana quem ele quer. É isso que ele faz.
Yara- Eu tenho certeza disso, minha intuição não falha. Já não basta ser fagot, ainda é traître, manipulateur et sans vergogne !.
Amanda- É horrível tudo isso que eu escutei de vocês. (Olhando p/fernando) O Elias quase ter te matado, é inconcebível, hórrido. Justo o meu Elias!.
Yara- Ai, mon amour, vira a página, seu sobrinho é um monstrinho, isso que ele é. Aceita! Nós temos que tomar uma atitude o quanto antes acerca disso tudo. Não é possível que essa fagot vai criar chifres e declarar a terceira guerra mundial e a mosca morta vai insistir em defender.
Amanda ( intercedendo)- ELE É MEU SOBRINHO, EU AMO ELE COMO SE FOSSE MEU FILHO. TUDO ISSO É MUITO ABSURDO PARA SER DIGERIDO DE UMA VEZ.
Yara (exaltada)- Pois então, cherie, passe a enxergar a realidade. O “seu” Elias é um scélérat, escroc, exploiteur.
Fernando- Se acalmem ! Assim não vamos chegar a lugar nenhum.
A ex-modelo franco-brasileira se acalma, respira e volta a argumentar.
Yara- Aquele relógio que eu vi no pulso do Elias não foi coincidência. E o Louis não estava com ele, então não pode ser presente dele. Seria coincidência demais o Bruno e ele terem comprado o mesmo relógio, e no mesmo dia.
Amanda- Você procurou esse relógio nos pertences do Bruno ?.
Yara- Sim. E, pasmem, não o encontrei.
Fernando- É, tudo indica mesmo que o Elias e o sogro…
Amanda- Isso me enoja!.
Yara- Pois é, para a senhora ver o tipo de sobrinho que tem. Quanto ao Fernando, eu vi o estado dele, nosso primeiro encontro foi confuso, eu não sabia se acreditava, mas minha-
Amanda- Sua intuição…
Yara- Exatamente, ela não me engana.
Amanda- Mas eu tenho motivos suficientes para não acreditar em uma palavra do Fernando. Ele foi o responsável pelo incêndio que quase tirou a vida da minha irmã! Tem noção disso, Yara? Ele nem deveria estar aqui. Se eu fosse outra pessoa, já o teria expulsado daqui.
Yara- Voltamos à estaca zero.
Fernando- Amanda, eu sei de tudo isso. Mas o que eu fiz não justifica o que o Elias fez. E além do que ele fez comigo, está em questão o que ele está causando na família Scheffel. Saindo com pai e filho ao mesmo tempo. Asqueroso.
Amanda (ainda incrédula)- Suponhamos que tudo isso seja verdade, o que vocês pretendem?.
Yara- Por mim, eu queimava ele em praça pública. Mas como temos que ser politicamente corretos…
Fernando- O crime que ele cometeu contra mim não tem como provar, seria minha palavra contra a dele.
Yara- Então resta a mim tomar a decisão sobre a punição dele… E vai ser cruel !.
Close na troca de olhares de Amanda e Yara.
Cena 8- Ruas do Rio de Janeiro.Ext.
Ao som de "Malandragem- Cassia Eller" são mostradas cenas de pontos turísticos do Rio de Janeiro como; O Túnel Rebouças, o Theatro Municipal, e em contraste com o luxo exuberante exibido anteriormente, são mostradas cenas das favelas da rocinha e do Complexo do Alemão, por fim, imagens aéreas da praia de Copacabana.
Em uma avenida cheia, num calor infernal, Bruno dirige seu carro. Por dentro, o empresário está vermelho de raiva.
Bruno- Merda, merda, merda ! MALDIÇÃO!.
Bruno dá um soco no volante. De repente, flashbacks invadem sua mente, o lembrando de súbito dos sinais que Elias deu que não era de confiança.
Flashback 1
Elias (com um sorriso provocante)- Você não vai se livrar de mim tão fácil, daddy.
Bruno encara perplexo o conteúdo. No vídeo em questão, é mostrada a transa de Bruno e Elias no banheiro ao amanhecer, depois da primeira noite juntos.
Flashback 2
Elias- Você está mentindo.
Bruno- Você pensava o quê? Que ia destruir minha vida ? (Ele ri) Eu tenho dinheiro, eu tenho contatos, e eu tenho lábia. Eu só entro num jogo se for pra ganhar.
Elias se senta na cama e começa a chorar.
Elias- O que você sabe ?.
Flashback 3
Elias- Afastar nós dois vai ser pior para o Louis. Ele gosta muito de mim. Eu… Não quero ser o responsável por uma recaída de uma depressão dele. E você também vai se sentir culpado se isso acontecer. Eu sou o porto seguro dele.
Flashback off
Bruno (os olhos marejados de ódio)- Foi tudo um plano! Foi isso. Filho da puta.
Cena 9- Interior do Rio de Janeiro.Cemitério.Ext.
Elias, misterioso, usando roupas pretas, e óculos pretos, sob o calor sufocante, se aproxima do túmulo de seu pai. Ele passa alguns instantes o encarando.
Elias- Nada do que eu fiz se compara a dor que você me causou. Maldito.
O jovem começa a rir, numa cena psicopática, digna do coringa. Logo após, ele joga um galão de gasolina sobre o túmulo, acendendo um isqueiro. Tensão no ar. Mistério. Então, ele joga o isqueiro aceso sobre o túmulo, formando labaredas de fogo e chamas cinzas. Ele se afasta um pouco e encara o fogo sobre os restos mortais de seu algoz.
Cena 10- Tarde.Apartamento de Amanda.Sala de estar.Int.
Amanda, Yara, Fernando seguem divagando sobre as maldades de Elias, a conversa que, inicialmente, não duraria muito, se estendeu mais do que devia. Agora, esperam por Louis.
Amanda- Será que ele vai acreditar mesmo ?.
Yara- Claro, ele não é sonso igual a você.
Fernando- Desejo tudo de bom pra esse menino, que ele não seja mais uma vítima.
De repente, a campainha toca, Amanda vai atender.
Louis- Tia Amanda, boa tarde, porque a senhora me chamou aqui ?.
Ele entra e se surpreende com sua mãe e Fernando.
Yara- Mon cher fils.
Ela o abraça carinhosamente.
Louis- O que a senhora está fazendo aqui ?.
Yara- Nós precisamos ter uma conversa séria sobre o Elias.
Fernando- Sim… Prazer, eu me chamo Fernando. Sou ex namorado do Elias.
Louis- Você é o Fernando ? Ele me contou sobre você, ele sofreu muito por sua culpa. Eu não acredito que a própria tia dele permitiu a entrada desse traste aqui.
Yara- Escuta ele.
Fernando- Seja lá o que ele disse sobre o nosso passado… Você precisa acreditar em mim. Eu saí da cadeia há poucas semanas. E quis enfrentar ele. (Ele aponta para o curativo dele) Ele quase me matou, atirou em mim, e me enterrou vivo. Minha sorte foi que me encontraram e me salvaram.
Louis fica em choque.
Louis- Oi ? Que quê isso? Virou filme agora ? Isso é mentira, eu sei quem é o Elias é, eu sei do caráter dele. Ele nunca faria isso.
Fernando- Me escuta-.
Louis rompe contra Fernando.
Louis (furioso)- Eu não vou acreditar em uma palavra que saia da sua boca. O Elias é um homem maravilhoso, ele nunca faria essas coisas.
O celular de Yara começa a tocar, ela atende.
Yara (ao celular)- Oi ? Bruno!.
Todos os presentes passam a prestar atenção na conversa dela.
Amanda (sussurrando)- Coloca no vivo a voz.
Yara assente.
Bruno ( do outro lado da linha)- Eu levei um golpe.
Yara- Quê? Não acredito. Como isso aconteceu?.
Bruno (do outro lado da linha)- O Elias passou a perna em mim.
Louis- Tá de brincadeira. Não é possível.
Amanda faz sinal para ele se calar.
Yara- O que que essa fagot aprontou dessa vez ? Me fala, que eu depeno ela viva.
Tensão no ar. Close em Louis, desacreditado em tudo que acaba de escutar. O estado que ele se encontra é de pura negação.
Cena 11- Noite. Apartamento de Helena.Quarto.Int.
O ambiente é caótico, típico de alguém depressiva como ela. Roupas estão jogadas pelo chão, a cama bagunçada, e ela se encontra jogada no chão, encarando o teto, o suor escorrendo. Seu olhar é triste e vazio.
Uma trilha dramática começa a tocar ao fundo
Helena se levanta, vai até o criado mudo ao lado de sua cama, abre uma gaveta, pega uma caixa com comprimidos, ela começa a chorar ao encarar os comprimidos dispostos sobre sua mão. Enche um copo com água, fica pensativa por instantes, por fim, toma os remédios, e se joga na cama. Memórias alegres passadas de sua vida aparecem, como quando ela era criança em seu aniversário de 8 anos, de quando ela estava imitando o diretor da escola e foi flagrada, momentos de apoio trocado com Louis, de quando ela conheceu Elias. Ela fecha os olhos, e espera a morte vir a seu alcance. A câmera vai se afastando pouco a pouco, lentamente, vemos o vazio e ao mesmo tempo a imensidão que o apartamento vai formando com a iminente ausência que sua dona vai deixar. A sensação é claustrofóbica.
Cena 12- Apartamento de Elias.Portaria.Int.
Bruno, furioso, chega à portaria e pergunta ao porteiro sobre Elias.
Bruno- E aí? Beleza ? Irmão, o Elias está? Tô precisando muito falar com ele, mas ele não me responde.
O porteiro- Ele se mandou durante a tarde.
Bruno- Quê? Mas pra onde ele foi ?.
O porteiro- Não sei. Ele não disse nada.
Bruno- Eu preciso fazer uma surpresinha pra ele, vou entrar.
O porteiro permite a entrada dele. Bruno sobe ao apartamento por elevador. Ao chegar lá, ele se vê cheio de ódio. Olhando cada peça luxuosa, toda a decoração, o esmero com que foi preparado a moradia. Bruno surta.
Bruno (gritando)- FILHO DA PUTA, VIADO MALDITO. EU TE MATO. AAAAAAAAA.
Ele parte contra a televisão, a jogando no chão, depois joga todos os quadros com fotos de decoração no chão, pega os quadros de arte e os atira ao piso, depois ele vai a sala de jantar que é ao lado da sala de estar, e joga as quatro cadeiras em cima da mesa de vidro, milhares de cacos de vidro se formam.
Bruno- Eu te mato, Elias.
Bruno vai ao quarto do residente. Ele olha cara detalhe do lugar, sabendo que ele foi o responsável pela chegada de todo esse luxo as mãos do golpista.
Bruno- Você me enganou! VOCÊ ME ENGANOU!.
Ele abre as portas do guarda roupa, dentro restam poucas peças de roupa.
Bruno- Fugiu, não é? Mas eu te acho, depósito dos infernos.
Cena 13- Horas depois.Mansão Scheffel.Quarto de Louis.Int.
Louis ainda está atônito com todas as revelações. Deitado na cama, encarando o teto.
Louis (em pensamentos)- Será verdade ? O Elias seria capaz de ter feito tudo isso ? Tentando matar o Fernando, matado o próprio pai, ter dado um golpe no meu pai, e o pior de tudo é ele ter me traído com meu próprio pai… Isso não pode ser! É absurdo demais. Todas aquelas declarações, aquele olhar, aquelas doces palavras, não podem ser todas falsas.
De repente, um conselho que Karl lhe deu há muitos anos atrás lhe invade o subconsciente.
Karl (no subconsciente de Louis)- Isso aqui é de família, passa de geração em geração, tem que ser guardada com muito zelo, muito amor. E eu vou te dar, mas você vai me prometer que só vai usar quando for necessário… Seja para defender-se ante um criminoso, seja para defender sua honra de homem!.
Enquanto a fala do avô o inquieta, Louis caminha até seu closet, abre uma gaveta, tira uma espécie de baú, com o nome Scheffel em cima, ele abre e tira uma arma Walther P38. Passam-se instantes do jovem encarando o objeto. Seu olhar está diferente, algo mudou em sua face. O ódio o dominou.
Cena 13- Dia Seguinte.Corredor do apartamento de Helena.Int
Imaculada e Milena se encontram desesperadas porque nenhuma das duas conseguem se comunicar com Helena. Junto a elas, o porteiro tenta auxiliar.
Imaculada- O jeito vai ser arrombar a porta.
Milena- É. (p/o porteiro) Poderia arrombar por favor ?.
Porteiro- Eu não posso. Tem que ter ordem da síndica.
Imaculada (irritada)- A SÍNDICA? A SÍNDICA QUE VÁ A MERDA. É A VIDA DA MINHA HELENA QUE ESTÁ EM RISCO. ANDA, ARROMBA ESSA MERDA LOGO! SE NÃO, EU QUEM VOU ARROMBAR COM ESSA SUA CARA DE RESTO DE ABORTO.
O porteiro se assusta e a obedece, arrombando a porta. Um silêncio perturbador acompanha a cena a partir daqui. Milena e Imaculada entram juntas, elas vão andando pouco a pouco, olhando cada detalhe do lugar. Aos poucos, elas se encaminham para o quarto de Helena. Ao chegar lá, é possível ver o corpo da jovem, que já está morta. Milena se desespera, Imaculada se assusta. A mãe tenta “reviver” a filha, mas é tarde demais. Imaculada chora com a cena, Milena se entrega ao desespero diante do corpo. A câmera se afasta aos poucos, lentamente mostrando a tristeza presente no apartamento, o silêncio segue presente. Ao fim da cena, é mostrado em um plano aberto a janela do quarto da suicida, finalmente escutamos um grito horrendo, profundo, desesperado, cheio de dor, de uma mãe que perdeu sua filha.
Encerramento ao som de "Malandragem- Cassia Eller"

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