L U X Ú R I A
Episódio 3
Interesses Ocultos
Abertura
Escrito por Raquel Assunção
Cena 1- Algumas semanas se passaram desde os últimos acontecimentos.Elias e Louis se aproximaram e viraram amigos,Bruno acha que seu filho e seu ex amante não são mais amigos,pois mandou Elias se afastar de Louis,o que ele não fez.E Helena segue em problemas,dessa vez mais sérios.
Praça pública.Dia.Ext.
Helena está conversando às escondidas com um homem.A cena é acompanhada pela música "Malandragem - Cassia Eller" dando um tom de perdição a protagonista da cena em questão.
Helena- Pode deixar comigo pô.Você sabe que eu dou conta.Todo mundo compra comigo lá,já dominei a parada.
O homem- Tá certo.Mas um passo em falso seu e o chefe manda cortar esse seu pescocinho.
Helena- Tá.Você já falou isso várias vezes.Vira o disco,entrega essa porra logo.
O homem entrega uma bolsa plástica para Helena,que guarda na sua mochila.De longe uns policiais encaram a situação,já sabendo do que se tratava.Helena e o homem começam a andar em direções opostas,dois policiais correm atrás do homem misterioso,e mais dois correm atrás de Helena,os dois criminosos ao perceberem que estão sendo seguidos começam a correr desesperados.O homem consegue despistar os policiais,mas Helena acaba tropeçando e eles a pegam a tempo dela fugir,no auge da música tema da personagem.
Policial 1 (ríspido e apontando uma arma)- Peguei,vagabunda.Pensa o quê ? Que só porque é bonitinha,de classe alta,vai ficar impune ? Não vai não.
O outro policial a levanta e a algema.Helena segue dura em sua expressão,a jovem não derruba uma lágrima,mas seu rosto entrega seu desespero e o medo que sente dentro de seu ser.
Cena 2- Horas mais tarde.Delegacia.Sala de visitas.Int.
Helena está sentada em frente a Elias,que foi lhe visitar na delegacia.
Elias- Como isso foi acontecer ?.
Helena- Devem ter me entregado.Algum filho da puta que me odeia.Já até suspeito de quem.
Elias- Você não está desconfiando do Louis né ? Eu juro que ele não faria isso,vai por mim.Eu juro por Deus.
Helena- Não usa o nome de Deus em vão.
Elias- Confia em mim,ele não faria isso com você.Ele não é vingativo.
Helena dá o braço a torcer.
Helena- Tá certo.Você tem razão.
Elias- Seus pais já vieram ?.
Helena- Eu sou maior.Para a lei,eu não dependo mais dos meus pais,e não dependo mesmo.Mas mesmo assim eles ligaram,e sabe o que meus pais responderam ? Que quando saírem do trabalho,eles vem aqui tentar me ajudar.
Elias- Eu sinto muito.
Helena- Não sinta,queridinho.Já não basta eu sentir tudo o que sinto.
Elias- É verdade essa parada aí,que você vende drogas e num sei o quê ?.
Helena- É baby.Aqui é vida real,cada um faz seu corre para tentar se sustentar.Tô juntando uma grana pra sair de casa quando completar o ensino médio.
Elias- Nossa,mas não tinha uma outra forma de você arranjar grana não ?
Helena- Ai,meu filho,não vem me julgar não.A última coisa que eu preciso nessas horas é de alguém me julgando.
Elias- Desculpa.Mas me fala,você conseguia uma boa grana ?.
Helena- E como.
Elias- Tirava quanto no mês ?.
Helena (sussurrando)- Mais de R$3 mil.
Elias arregala os olhos e os dois riem.
Cena 3- Mansão Scheffel.Área da piscina.Ext.
Louis está dentro da piscina,Diná o acompanha lhe fazendo companhia.
Diná- Meu filho,e aquele seu amigo lá ?.
Louis- O que que tem ele ?.
Diná- Oras,quase todo dia vem aqui,um grude,parecem mais que nasceram colados um no outro.
Louis- A Diná,deixa ele.Meu melhor amigo,sabe que ele foi o único que me acolheu nestes anos ? É a amizade mais sincera que eu já tive.
Diná- E aqueles meninos,pararam de fazer bullying com você ?.
Louis- À um tempo.Minha vingança deu certo…
Diná- Foi um tanto arriscado,mas valeu a pena hein.
Louis- E como.Se você não tivesse me ajudado,acho que eles ficariam impunes até hoje.
Flashback on
Colégio Freire Dantas.Int.
É encenada uma peça de teatro no palco.Ao fim da peça,os algozes de Louis agradecem o público e são aplaudidos.Ao longe,Louis observa tudo
Louis- Malditos,robaran minhas ideias,e acharam que vai ficar assim ? Ah,mas não vai mesmo.
Helena e Diná se aproximam delem
Diná- Eu consegui despistar eles.
Helena - E eu já fiz minha parte,preparado ?.
Os três riem em cumplicidade
Instantes depois,nudes de 5 adolescentes são expostos no telão,chamando a atenção da platéia,que fica chocada.Os adolescentes se viram e vêem o conteúdo,todos ficam desesperados.Um vídeo se inicia,nele Louis é encurralado numa parede,em um ambiente escuro e claustrofóbico,os mesmos 5 adolescentes o rodeiam e fazem uma gritaria horrorosa,xingando-o por vários palavrões,depois o agridem e o deixam sozinho no chão,desmaiado.Toda a plateia fica chocada com o vídeo.Louis, acompanhado por Helena sobem ao palco para encerrar com chave de ouro.
Helena- Isso aí é só a ponta do iceberg do que o meu amigo vem passando nos últimos anos e a direção,com medo dos pais deles,não fazem nada.
Louis se enche de coragem e também fala.
Louis- Essa foi a oportunidade perfeita para explanar de uma vez por todas algo que já é comum nessa escola.O bullying.Que é visto como natural pela direção,que também fingem não ver,porque eu mesmo já denunciei várias vezes,e eles não fizeram nada.Estou de saco cheio disso.Espero que agora tomem uma providência.
Flashback off
Cena 4- Fim da tarde.Delegacia.Sala do Delegado.Int.
Helena está sentada em frente ao Delegado,com sua típica expressão apática ao ambiente,mesmo que por dentro esteja nervosa e cansada.O delegado espera pacientemente por seus pais,para que possa liberar a garota.Os pais de Helena entram na sala,José,o pai dela,é um homem alto,esbelto,e mantém uma expressão séria,já Milena,mãe de Helena,é uma mulher jovial,elegante,bem vestida,e está completamente desesperada pela filha.
Milena (emocionada)- Minha filha ! (a abraça). (P/o delegado) O que fizeram com minha menina ?.
José (ríspido)- No que você se meteu dessa vez,sua pirralha ?.
Helena (p/ sua mãe)- Mãe me tira daqui,pelo amor de Deus.Eu tenho dinheiro na minha conta pra pagar o advogado,eu vou te dar senha.
Milena- Não precisa,Helena,eu mesma pago.
Delegado- Já que vocês estão presentes, finalmente,vejamos o que podemos fazer pela filha dos senhores.Ela está presa,porque foi flagrada comprando drogas para revender,de um criminoso que já está na nossa mira há um tempo.
José- Santo Deus ! Onde foi que eu errei ? Então quer dizer que minha filha é uma traficante ? É isso doutor ? Eu criei uma drogadinha de merda ?.
Milena se irrita com seu marido.
Milena- CALA A BOCA,DEIXA ELE TERMINAR DE FALAR.
Delegado- Nós desconfiávamos que tinha alguma aluna ou aluno revendendo as drogas dentro do colégio onde a filha dos senhores estuda,desde que um rapaz de 16 anos sofreu uma overdose e os pais denunciaram que estavam vendendo drogas no Colégio Freire Dantas,pois ele próprio confessou que comprou na escola,mas não revelou o nome de quem lhe tinha vendido.
Milena- Essa história está estranha,doutor,como ele comprou as drogas,assumiu para os pais onde tinha comprado e não confessou quem lhe vendeu ?.
Delegado- Pois então,ele morreu antes de contar como se deu o acesso dele às drogas.
Helena sente seu mundo cair nesse momento.O peso da culpa de ser a culpada pela morte desse jovem,é demasiado para suas costas,seus olhos começam a lacrimejar,mas ela sabe que não pode fraquejar agora,não nesse momento,pois estaria se entregando.
Milena (disposta a defender sua filha)- MINHA FILHA É INOCENTE. QUAL É A PROVA QUE OS SENHORES TEM QUE ELA É A RESPONSÁVEL POR REVENDER AS DROGAS DENTRO DO COLÉGIO? HEIN? SEUS MALDITOS,É ISSO QUE VOCÊS SÃO.MINHA FILHA É INOCENTE.
José sente um ódio sem tamanho subir por sua bile,a vontade e gritar e estapear sua filha é incontrolável e ele parte pra cima dela,a agredindo com três tapas seguidos na face da menina.Enquanto a agride,ele desfere;
José- O QUE VOCÊ TEM NA CABEÇA, MENINA ? SUA DESPEITADA,MALDITO O DIA QUE EU FUI SEU PAI.DEVERIA TER MANDADO SUA MÃE ABORTAR,ASSIM NÃO TERÍAMOS TANTOS PROBLEMAS COMO VOCÊ NOS CAUSA,SUA INÚTIL.(ele berra enquanto a agride) ISSO É PARA VOCÊ APRENDER,SUA DESGRAÇADA.
Ele segue agredindo a menina com tapas fortes na cabeça dela,provocando revolta em Milena,que tenta defender sua filha,tentando puxar ele para cessar as agressões,e na própria Helena,que grita pedindo por socorro em meio ao choro.
Milena (gritando com seu marido)- PARA JÁ COM ISSO,CHEGA,EM CASA NÓS RESOLVEMOS,PARA AGORA,JOSÉ!.
Helena (gritando em meio ao choro)- ME SOLTA,SOCORRO,MÃE ME AJUDA.DOUTOR PRENDE ESSA HOMEM,SOCORRO.ELE VAI ME MATAR,ELE VAI ME MATAR.PARA,POR FAVOR,EU TE IMPLORO,POR FAVOR !.
Alguns policiais intervêm nas agressões e separa o homem da filha,e o seguram,com medo do que ele ainda pode fazer com a própria filha.Milena vai abraçar sua filha,que chora desesperada,se sentindo perdida,em meio ao sangue que jorra de seu ouvido,devido ao impacto das agressões,a jovem está completamente descabelada.
Delegado- Bom,eu acho que o senhor José,deve ir pra casa,enquanto eu cuido da situação por aqui.(p/ outro policial) Chama o samu,que a patricinha vai precisar cuidar desse machucado.
Cena 5- Noite.Mansão Scheffel.Quarto de Louis.Int.
Elias e Louis bebem,cada um com uma Heineken,sendo uma das poucas ocasiões que Louis bebe.Os dois estão sentados no chão,rindo,com o efeito da bebida.
Elias- A Helena se fodeu,Louis.
Louis- O que teve com ela ?.
Elias- Você ainda não está sabendo ?.
Louis- Não,me conta,pô.
Elias- Foi presa.
Louis- Presa ? Como assim ?.
Elias- Pois é,foi pega no flagra comprando drogas.
Louis se surpreende
Louis- Comprando drogas ? Meu Deus,não sabia que ela é usuária.
Elias- Como não ? Pensava que fosse do conhecimento de todos.
Louis- Eu pelo menos não sabia.
Elias- Ela é usuária e revende também.
Louis- Caralho…
Elias tem uma ideia maliciosa.
Elias- Cara,a gente podia dar continuidade ao verdade ou consequência,topa ?.
Louis- Vamo.Mas com que garrafa ?.
Elias- Não seja por isso.
Elias bebe todo o líquido restante de sua Heineken de uma vez.Os dois riem.Elias coloca a garrafa entre eles e gira,a garrafa gira e aponta para Elias,determinando que ele faça a pergunta.
Elias- Eu faço a pergunta… Louis,você já namorou ? Verdade ou consequência ?.
Louis fica pensativo se responde,pois morre de vergonha por nunca ter namorado.Ele toma uma decisão.
Louis- Consequência.
Elias- Me dar um beijo.
Elias narrando- Eu sabia exatamente o que estava fazendo nesse momento.Via como ele era vulnerável,frágil,precisava de alguém que cuidasse dele,e eu seria exatamente essa pessoa.Sabia,com precisão,qual passo deveria tomar,e esse foi o primeiro passo para minha ascensão.
Louis fica meio sem jeito,com medo do beijo. "Não sei dançar- Marina Lima" começa a tocar,como trilha do casal.
Louis- Mas… Tem certeza ?.
Elias (com um sorriso malicioso)- Claro,a não ser que você queira dar pra trás agora.
Louis- Não,eu vim jogar e eu sei jogar.
Louis e Elias se aproximam,no auge do refrão da música,ele se beijam.Um beijo tímido,bonito,escondendo os interesses ocultos de Elias.Ao fundo,Bruno abre a porta de leve,pois Diná lhe havia avisado que Louis estava na companhia do “amigo”,ele flagra o beijo,sua expressão demonstra preocupação,pois já sabe as intenções de Elias,seu faro para alpinista social nunca errou,e ele sabe reconhecer de longe.Elias abre os olhos e vê que foram vistos,Bruno se afasta,Elias para o beijo.
Louis (assustado)- O que foi ? Não gostou ?.
Elias- Não.Não é isso.Eu preciso ir ao banheiro,tá bem ? Jajá eu volto.
Elias se dirige para fora do quarto,Louis tenta avisar que tem banheiro em seu quarto.
Louis- Ou,tem banheiro aqui,Elias.
Mas já é tarde demais,Elias já saiu do quarto.
Cena 6- Corredor.Int.
Elias vai até Bruno,que o espera ansiosamente.Onde ambos estão,Louis não pode escutar a conversa dos dois.
Bruno (ríspido)- O que você está fazendo aqui,seu inconsequente ?.
Elias (debochado)- Ué ? Eu sou amigo do seu filho.O que há de mais nisso ?.
Bruno- Me escuta bem,Elias,você se afasta do meu filho,que é melhor pra você.Você não sabe do que eu sou capaz.
" Sagrado profano- Luísa Sonsa" começa a tocar,dando um toque de perdição e amor proibido ao casal.
Elias (sedutor)- Mas porquê toda essa irritação ? Algum problema,doutor ?.
Bruno- Sonso.Eu vi você beijando meu filho.Deve ter seduzido ele,como faz com todos seus clientes.
Elias- Para com esse teatro,me aproveita,eu sei o que você quer.E eu também quero.
Elias desce sua mão para a calça de Bruno,abre o zíper da calça e enfia a mão na cueca dele.
Bruno- Para com isso,seu muleque.
Elias- Você quer mesmo que eu pare ? Não é isso que está parecendo.
Bruno não se aguenta e começa a beijar Elias,um beijo quente,fogoso,com desejo.Os dois,se beijando,vão ao quarto de Bruno,que fecha a porta e a tranca.Elias o encara.
Elias- Vamos logo.
Elias tira a camisa,Bruno vai até ele e os dois voltam a se beijar.Bruno também tira suas peças de roupa,pouco a pouco.Em um corte,vemos o casal completamente nu,Bruno, por trás de Elias,o estoca devagarinho,enquanto Elias geme baixinho,e arranha suas costas,em sua expressão fica claro a satisfação.Temos um close também na expressão de Bruno,que se satisfaz igualmente.
Elias narrando- Esse era só o início do MEU jogo…
Cena 7- No dia seguinte.Dia.Shopping.Int.
Ao som de "Santo - Jão",o tema do personagem,Elias perambula pelo shopping com um sorriso estampado em sua face.Ele entra numa loja,olha vários ténis e com a ajuda de um vendedor,ele prova um Nike Air Force 1’07 branco e azul marinho,gostando do modelo e mandando levar.Em um corte,o rapaz aparece provando algumas jaquetas em uma loja de luxo,ele leva 2 jaquetas,sendo uma jeans claro e outra de couro preto,além de um relógio Tommy Hilfiger Decker azul.Em mais um corte,o jovem aparece andando nos corredores do shopping,ele fala ao celular com Bruno.
Elias- Oi daddy,tá bem ? Precisa de alguma coisa ?.
Bruno- Preciso te ver.Agora.
Cena 8- Escritório das Indústrias Scheffel.Gabinete Presidencial.Int.
Elias e Bruno se encontram frente a frente.O mais novo tem estampado em sua face uma expressão debochada,enquanto o mais velho denota estresse.
Elias (com um sorriso malicioso)- Então ? Em que posso te ajudar?
Bruno- Não venha com seus deboches ! Já deu.Já fomos muito longe.Você tem que se afastar do Louis.O que fizemos ontem foi insano,perturbador.E eu vi no beijo de vocês que não foi um…
Elias- Tá com ciúmes do seu próprio filho ? Que coisa feia… Sejamos democráticos,pai e filho podem dividir a mesma carne.
Elias ri de sua própria fala.Bruno se irrita.
Bruno- Olha aqui seu moleque insolente,você vai se afastar de uma vez por todas do meu filho.Eu posso destruir a sua vida.Então é melhor você me escutar.
Elias continua debochando de Bruno,ele tira o celular do seu bolso,vai à galeria e mostra um vídeo a Bruno.
Elias (com um sorriso provocante)- Você não vai se livrar de mim tão fácil,daddy.
Bruno encara perplexo o conteúdo.No vídeo em questão,é mostrada a transa de Bruno e Elias no banheiro ao amanhecer,depois da primeira noite juntos.
Elias narrando- O jogo começava de vez !.
Encerramento ao som de "Santo- Jão".
