01/05/2025

O Cravo no Jardim de Rosas - Capítulo 28 (01/05/2025)

 


Criado e Escrito por LUCAS GARCIA

 

CAPÍTULO 28

 

CENA 01: Praça. Exterior. Noite

 

De repente, mesmo sem nuvens, começa a chuviscar, algumas pessoas correm, crianças também, ISOLDA, tenta correr também, mas acaba tropeçando em uma pedra e quase despenca ao chão, mas é segurada por JÚLIO.

 

SONOPLASTIA: - TUA BOCA (BELO)

 

JÚLIO, segurava ISOLDA em seus braços, os pingos de água, escorriam do rosto dele para o rosto dela, os dois se encaram, atônitos, o floricultor estava em êxtase, era como se OLÍVIA estivesse ali, então, ele aproxima-se e beija apaixonadamente a mulher, que não resiste e se entrega. Os dois se afastam, a chuva passa a se intensificar.

 

ISOLDA: - Vou para minha casa!

 

JÚLIO: - Não, minha casa está mais próxima, é poucas quadras daqui, venha comigo!

 

ISOLDA: - Não, o que vão pensar de mim?

 

JÚLIO: - Não, se preocupe, estou sozinho, vamos!

 

JÚLIO, segura a mão de ISOLDA, e correm juntos na chuva a caminho da mansão dele.

 

CENA 02: Mansão de Hans. Sala de Estar. Interior. Noite.

 

 ISOLDA e JÚLIO, adentram a mansão rindo.

 

ISOLDA: (alegre) – Meu Deus, a quanto tempo eu não faço isso, correr na chuva!

 

JÚLIO: (sorrindo) – Eu também, faz muito tempo... acredito que desde a minha infância!

 

ISOLDA: - Posso dizer o mesmo!

 

ISOLDA, coloca a bolsa no sofá, e tira a boina que usava, a fim de secar o cabelo, JÚLIO, tira o paletó e o chapéu. Ambos sentam no sofá, um ao lado do outro, a mulher, olha para os lados e encara o quadro de OLÍVIA.

 

ISOLDA: - Ela realmente era muito bonita, tinha um semblante de felicidade!

 

JÚLIO: - Sim, Olívia era a mulher mais bela de toda Vale das Rosas, e... agora é você!

 

ISOLDA, olha para o chão e esboça um sorriso envergonhado.

 

ISOLDA: - Não diga isso, aliás, acredito que a chuva já deve ter passado, preciso ir.

 

ISOLDA, levantava-se, mas JÚLIO, segura seu braço carinhosamente, fazendo com que ela, senta-se novamente.

 

JÚLIO: - Fique mais um pouco, sua presença é especial, gosto de tê-la comigo.

 

ISOLDA, ajeita-se no sofá, JÚLIO diz:

 

JÚLIO: - Sobre o beijo, me desculpe minha atitude foi muito exacerbada, acredito que fui atrevido com você.

 

ISOLDA: - Não se preocupe, eu senti que você estava sedento por aquele beijo... e não me interprete mal, eu também não beijo daquela forma com o meu marido a muito tempo.

 

JÚLIO: - Então, não podemos recriminar aqueles que beijam é um ato de afeito, é arte – gargalhadas – mas, brincadeiras à parte, sobre o seu casamento, por qual motivo vieram para Vale das Rosas.

 

ISOLDA: - És um assunto extenso, mas posso dizer que me casei com Herculano e viemos morar aqui, pois compramos um casarão, mas pouco tempo depois veio a minha família, por conta de uns problemas financeiros que o meu pai contraiu, e acredito que desde então, a minha vida nunca mais foi a mesma, parece que as coisas estão flutuando em minha casa, não vejo um chão, uma raiz para me apoiar, é difícil.

 

ISOLDA, olha para JÚLIO, que por sua vez, segura firmemente a mão dela.

 

JÚLIO: - Isolda, esse chão que você tanto procura, essa raiz para sustenta-la é o que eu procuro todos os dias... todos os dias eu procuro respostas para o vazio que sinto, eu não me canso de dizer isso, mas eu sei quando sentimos que não temos para onde correr, para onde ir.

 

ISOLDA: (emocionada) – Exatamente, tem dias que eu olho para Herculano e percebo que nada mais sinto por ele, tem dias que eu olho para aquela casa e vejo que nada mais faz sentido.

 

JÚLIO: - Faz sentido sim, não é mero acaso, mera coincidência, é um propósito, maior que nós... já parou para pensar que vocês poderiam ter comprado esse casarão em todas outras cidades do estado, do país? Mas, vieram parar justo aqui, na terra em que uma mulher igual a você morreu... e deixou seu amado!

 

ISOLDA: (emocionada) – Não duvido dos propósitos da vida Hans, não duvido que as coisas acontecem para uma finalidade, mas muitas vezes, esquecemos de quem somos e para onde iremos.

 

JÚLIO: - Mas, não podemos esquecer de onde saímos, para que um dia possamos nos encontrar de novo!

 

ISOLDA: (emocionada) – Um dia você encontrará com Olívia, e verá que a luz dos olhos dela encontrará com os seus, e serão felizes para sempre.

 

JÚLIO: - Ela se foi Isolda... mas, eu sei que você está, ainda há um propósito nisso tudo.

 

ISOLDA: (emocionada) – Não estou entendendo o que está querendo dizer!

 

JÚLIO: - O que quero dizer, é que você já é uma resposta desse propósito, você é a enviada, sei que o amor que sinto por Olívia, é o mesmo que sentirei por você.

 

ISOLDA: (emocionada) – Não diga isso, eu não estou aqui para substituir... eu não posso assumir esse lugar, somos pessoas diferentes.

 

JÚLIO, coloca o dedo nos lábios de ISOLDA, que se silencia, os dois se aproximam, o homem beija a mulher, com vontade, com desejo.

 

JÚLIO, levanta-se, tira a camisa, ISOLDA, se levanta, ele pega-a no colo e leva-a pela escada.

 

CENA 03: Mansão de Hans. Suíte Mestre. Interior. Noite.

 

JÚLIO, coloca ISOLDA carinhosamente na cama, os dois se olham, ardentes de desejo.

 

JÚLIO: (trêmulo) – Prometo que serei gentil com você.

 

ISOLDA: (sussurrando) – Confio em você!

 

SONOPLASTIA: TUA BOCA (BELO)

 

JÚLIO, acaricia o rosto de ISOLDA, e vai despindo-a pouco a pouco, passando carinhosamente seus dedos no corpo dela, totalmente arrepiado.

 

 

CENA 04: Clube dos Canarinhos. Quarto. Interior. Noite.

 

GIULIA e HERCULANO estavam debaixo dos lençóis, afoitos, ofegantes, dilacerados, satisfeitos.

 

GIULIA: (sussurrando) – Herculano, o que foi isso?

 

HERCULANO: (ofegante) – Era isso que eu precisava... era isso.

GIULIA: (sussurrando) – Você fez diferente, você fez com carinho... com amor... nunca me senti dessa forma!

 

GIULIA, passa a lacrimejar.

 

GIULIA: (lacrimejando) – Herculano... você me fez sentir uma mulher de verdade e não um objeto, como os outros fazem.

 

HERCULANO, acaricia o rosto dela.

 

GIULIA: - Me leva para sua casa, me faz ser sua mulher, eu quero... vai ser a realização de um sonho, casar-me!

 

HERCULANO, rapidamente levanta-se.

 

HERCULANO: (assustado) – Está maluca? Sou casado, minha mulher não pode descobrir que estou aqui, para todo efeito, estou fora de casa a trabalho, não seja louca!

 

GIULIA: - Me leva para sua casa, eu posso ser como uma prima distante, posso ajudar nos afazeres... posso lavar, passar, cozinhar... ser uma boa dona de casa... o que achas?

 

HERCULANO, deita-se e coloca a mão na cabeça, olhando para o teto.

 

GIULIA: - Passa essa noite comigo, aí você dorme e sonha conosco... se eu for, saibas que terá esse chamego todo dia, a hora que quiser!

HERCULANO, não responde, vira-se para o lado, pensativo, GIULIA, apoia-se no ombro dele e fica acariciando sua cabeça.

 

CENA 06: Sítio de Baldino. Interior. Noite.

 

SEBASTIANA, estava separando alguns grãos de feijão para o dia seguinte, quando BALDINO entra, com algumas plantas nas mãos.

 

SEBASTIANA: - “Véio”, tu me matas de susto! Por onde andas?

 

BALDINO, beija a testa de SEBASTIANA, e senta-se na mesa.

 

BALDINO: - Estava andando pelo mato, estava caçando algumas ervas, amanhã irei para a cidade, irei vender alguns chás.

 

SEBASTIANA: - Deus me livre... você gosta dessas mandingas, não gosta?

 

BALDINO: - De forma alguma Sebastiana, ervas tem especiarias medicinais, elas acalmam, trazem o sono de volta!

 

BALDINO, coloca algumas ervas na mesa e separa uma, verde escuro.

 

BALDINO: - Essa mesmo – apontando – essa, só encontro próximo à margens dos rios e cachoeiras, essa é muito forte, dá um leseira, um sono, mas há quem misture essa com cogumelos, e acaba virando um psicoativo, que pode mudar o estado de humor e prejudicar as faculdades mentais da pessoa, e tem muita gente que faz isso.

 

SEBASTIANA: - Ah “véio”, não entendi nada do que você disse... espero que nunca coloque essas porcarias em minha comida, eu gosto mesmo é do leite da mimosa e dos ovos da agripina, duas belezinhas!

 

BALDINO: - Ah mulher, você é complicada... aliás, amanhã é dia de feira, não é? Vamos ver o Abner, faz tempo que ele não aparece por aqui!

 

SEBASTIANA: - Amanhã é dia de feira, e já vou deixar tudo pronto, agora vá, está cheirando capim, vá se banhar!

 

BALDINO, se levanta e deixa SEBASTIANA.

 

 

CENA 07: Casa de Augusto. Quarto. Interior. Noite

 

CLARA, vai despertando pouco a pouco, ela se levanta calmamente pela cama, sente uma dor terrível na cabeça, estava zonza. Tenta se equilibrar, vai apoiando nos móveis.

 

CLARA: (irritada) – Augusto, você está aqui?

 

SONOPLASTIA: Drama Cello (Mu Carvalho) – Instrumental

 

CLARA: (aos berros) – AUGUUUSTOOO!

 

CLARA, pega um pequeno vaso de porcelana que havia no criado-mudo e joga na parede, que se espatifa, ela passa a bater deliberadamente na porta.

 

CLARA: (aos berros) – Augusto, abre essa PORTAAA!

 

AUGUSTO, adentra a casa e escuta os berros de CLARA, aproxima-se da porta e começa a lacrimejar, entristecido.


 


CENAS EXTERNAS:

Aos poucos o dia vai raiando, os pássaros vão surgindo, ao som de “Além do Arco-Íris - (Luiza Possi)”, imagens das cachoeiras, dos morros de Vale das Rosas, aos poucos a imagem vai focando em uma enorme lona.

 

CENA 08: Circo. Exterior. Manhã.

 

SONOPLASTIA: Brejeiro Fanfarra (Mu Carvalho) – Instrumental

 

A enorme lona do circo já estava montada, aos poucos a montagem interna do circo vai tomando forma, mesmo de fora da tenda, era possível ver a o picadeiro, PITOCO, o palhaço e dono do circo, estava contente.

 

PITOCO: - Hoje é o grande dia, a inauguração do circo!

 

Um rapaz caracterizado de trapezista se aproxima.

 

TRAPEZISTA: - Pitoco, perguntaram se iremos até o dono da grande floricultura?

 

PITOCO: - De certo que sim, ele é o nosso convidado especial, e precisamos de doação de rosas para entregar ao público! Pitoco chegou em Vale das Rosas, aplausos!

 

O trapezista aplaude e se vira, PITOCO, dá um chute nas nádegas dele que cai no gramado.

 

PITOCO: - Apressa-te, pois até o almoço minha mulher e meu filho estarão aqui!

 

 

CENA 09: Mansão de Hans. Interior. Manhã.

 

GARDÊNIA, sobe a escada com uma bandeja de café da manhã para JÚLIO, com muito esforço ela consegue abrir e a porta do quarto e entra, e caminha até a cama, quando ela chega até ele, a governanta toma um susto, ISOLDA, estava dormindo no peitoral do homem, ela berra:

 

GARDÊNIA: (aos berros) - AHHHHHHHHHH!

 

GARDÊNIA, joga a bandeja no chão, derramando, leite, café, torradas e cremes ao chão, nesse instante, os dois acordam, e se cobrem com o lençol.

 

GARDÊNIA: (assustada) – Hans, o que significa isso? Por que Isolda dormiu aqui?

 

GARDÊNIA, fica ofegante, passa a lacrimejar. ISOLDA, apressadamente, sai da cama e coloca seu vestido, pega apenas UM sapato e se retira apressada do quarto, JÚLIO, coloca a mão na cabeça.

 

JÚLIO: - Gardênia, você assustou a Isolda!

 

JÚLIO, apenas de calção, sai da cama apressado e segue ISOLDA.

 

CENA 10: Mansão de Hans. Sala de Estar. Interior. Manhã.

 

ISOLDA, estava assustada, perdida, JÚLIO, desce a escada e segura o braço dela.

 

JÚLIO: - Isolda, me perdoe, não foi por querer!

 

ISOLDA: (desesperada) - Não se preocupe, mas eu estou mais assustada pelo fato de ter dormido com você, não era para ter acontecido... não era! 

 

JÚLIO: - Calma, meu motorista irá leva-la para sua casa!

 

CORTA PARA:

 

GARDÊNIA, pega o outro sapato de ISOLDA, e olha.

 

GARDÊNIA: (atônita) – Isolda, eu achei que você era uma mulher diferente, que tinha classe, que tinha postura... estava enganada, é tão fútil quando aquela sitiante da Olívia... onde o Hans vai parar com essa obsessão? Tenho que dar um basta nisso, e será hoje!

 

GARDÊNIA, ia se retirando do quarto, quando MARICOTA, entra.

 

GARDÊNIA: - Maricota, ande, limpe essa sujeira!

 

MARICOTA: - Ah, sério? Não fui eu... aliás, o que era aquilo? “Seu” Júlio quase mostrando como veio ao mundo, que balbúrdia!

 

GARDÊNIA: - Deixe de ser petulante!

 

GARDÊNIA, se retira do quarto, deixando MARICOTA inconformada.

 

 

CENA 11: Casarão de Herculano. Sala de Estar. Interior. Manhã.

 

ISOLDA, adentra a casa afoita, nervosa, JOCASTA e BERENICE descem a escada, já com o véu.

 

JOCASTA: (surpresa) – Oras, onde você e seu marido passaram a noite?

 

ISOLDA, não responde e senta-se no sofá para se acalmar.

 

JOCASTA: (boquiaberta) – Vai me dizer que não passaram a noite juntos? Meu Deus!

 

JOCASTA, aproxima-se de ISOLDA, e olha para o cabelo desajeitado, para o vestido amassado e o rosto sonolento.

 

JOCASTA: (boquiaberta) – Isolda! Não é possível, onde você estava?

 

ISOLDA: (irritada) – Me deixe em paz, vai para sua missa, rezar pela sua alma!

 

JOCASTA: (sarcástica) – Vou, mas quando eu voltar, seu marido ficará sabendo de suas escapulidas!

 

BERENICE: - Minha irmã, está tudo bem com você?

 

ISOLDA: - Estou, eu acabei dormindo na biblioteca, aí quando abriram hoje me pediram para vir embora.

 

JOCASTA, passa a rir intensamente, até perder o fôlego.

 

JOCASTA: (rindo) – Sua parva, você mente tão mal, assim como seu pai!

 

ISOLDA: (irritada) – Me deixe em paz, sua bruxa!

 

JOCASTA, continua a rir, ISOLDA, retira-se para outro móvel, BERENICE fica preocupada.

 

BERENICE: - O que será que aconteceu, Isolda nunca dormiu fora!

 

JOCASTA: - Não queira saber da promiscuidade desses dois, agora vamos, quando chegarmos da missa, ela terá uma surpresinha.

 

JOCASTA e BERENICE, retiram-se do casarão.

 

 

CENA 12: Casarão de Herculano. Quarto. Interior. Manhã.

 

MARCO PAULO, olha pelo corredor, certifica-se de que não há ninguém, tranca a porta, abre a janela, depois abre o armário e entra, atravessa o fundo falso e achega-se na pequena sala.

 

MARCO PAULO, tenta abrir o baú com a própria força, mas não consegue, então, decide procurar novamente uma chave que abra, olha pelo chão, que apesar da luz do sol, bater um pouco ainda ficava visivelmente difícil.

 

MARCO PAULO: - Preciso descobrir o que tem aqui, hoje não saio daqui sem descobrir!

 

MARCO PAULO, abre a escrivaninha e por coincidência, encontra uma chave, enferrujada, pega e tenta abrir o cadeado do baú, ele vira e escuta o barulho mecânico de destravar, seu coração dispara, seu corpo arrepia-se

 

SONOPLASTIA: Tenso Stereoflute (Mu Carvalho) – Instrumental.

 

MARCO PAULO, puxa a tampa do baú, pouco a pouco, com cuidado, estava trêmulo, quando ele consegue finalmente visualizar, constata um pano escuro encobrir alguma coisa, quando ele puxa, leva um susto, havia uma caveira dentro.

 

MARCO PAULO: - Mas, o que isso está fazendo aqui?

 

MARCO PAULO, fica ali, por alguns segundos encarando a caveira.

 

CENA 13: Mansão de Hans. Exterior. Jardim

 

SONOPLASTIA: Suspense Slapflauta (Mu Carvalho) - Instrumental

 

SALAZAR, estava em frente ao chafariz, GARDÊNIA, aproxima-se dele, com uma caixa.

 

GARDÊNIA: - Salazar, me leve até a casa de Isolda, preciso levar algo para ela!

 

SALAZAR: - Mas, Hans pediu para voltar? Deixe ela agora pouco!

 

GARDÊNIA: - Me leve, pois preciso entregar algo, e tem que ser agora!

 

SALAZAR, sinaliza e ela o segue.

 

 

CENA 14: Casarão de Herculano. Sala de estar. Interior. Manhã.

 

SONOPLASTIA: Suspense Slapflauta (Mu Carvalho) - Instrumental

 

ISOLDA, estava na sala, tomando um copo de água, estava pensativa, inquieta.

 

ISOLDA: - Meu Deus... eu não deveria, eu cometi um erro gigantesco, primeiro o beijo em Abner, agora, essa noite com Hans, onde vai parar isso... o que está acontecendo comigo?

 

De repente a campainha toca, ISOLDA, levanta-se, observa pelo olho mágico que GARDÊNIA, estava na porta, séria, ela abre a porta, modo que a governanta entra no casarão com uma caixa.

 

ISOLDA: (temerosa) – Gardênia... é esse seu nome, não é?

 

GARDÊNIA: - Acertou! E vai ganhar um prêmio e acertar o que tem nessa caixa!

 

GARDÊNIA, adentra a sala e fica ao centro, ISOLDA, fecha a porta e caminha até ela.

 

ISOLDA: (temerosa) – Desculpe, o que viu... não queria deixar má impressão.

 

GARDÊNIA: (rancorosa) – O que tem nesta caixa, Isolda?

 

ISOLDA, arregala os olhos para a mulher, pelo tom da voz.

 

ISOLDA: (temerosa) – Deve ser... o meu... sapato, eu trouxe apenas um.

 

GARDÊNIA: (rancorosa) – Acertou, tome o seu prêmio!

 

GARDÊNIA, esbofeteia ISOLDA com tanta força que a mulher despenca ao chão.

 

GARDÊNIA: (aos berros) - Sua despeitada! Você não é casada? O que fazes na casa de Hans, se desfrutando da fragilidade dele? Morar nesse casarão não é o suficiente? Quer o que é dele?

 

ISOLDA, em lágrima, levanta-se do chão, com a mão no rosto.

 

ISOLDA: (lacrimejando) – Como podes me acusar de algo tão baixo? Você acha que eu quero alguma coisa dele? Você está maluca... quem pensas que é para chegar em minha casa, me enfrentando dessa forma?

 

GARDÊNIA: (aos berros) – Sou Gardênia, sou a governanta daquela casa, eu tenho todo o direito de opinar na vida de Hans, e nada e ninguém vai se aproveitar da fragilidade dele, ninguém!

 

ISOLDA: (lacrimejando) – Não estou me aproveitando de Hans... fora da minha casa, FORAA!

 

GARDÊNIA, joga a caixa com o sapato no chão.

 

GARDÊNIA: (aos berros) – Veste seu sapatinho princesa, confirma se serve no seu pé, pois é a única coisa que pode ficar, com Hans... com o MEU Hans – batendo no peito - você não ficará!

 

GARDÊNIA, retira-se do casarão, ISOLDA, ajoelha-se no chão, em lágrimas, mas logo se recompõe, limpa as lágrimas e se levanta.

 

ISOLDA: (nervosa) – Não, eu não vou aceitar isso, Hans vai ficar sabendo o que essa mulher fez, ele vai!

 

MARCO PAULO, desce a escada.

 

MARCO PAULO: (surpreso) – Filha, se eu escutei bem... você está se envolvendo com outro homem?

 

ISOLDA, arregala os olhos para o pai.

 

ISOLDA: (assustada) – Pai... você está aí?

 

MARCO PAULO: - Escutei os berros, e achei que não deveria me intrometer, ela te machucou?

 

ISOLDA, passa a chorar copiosamente, MARCO PAULO apressa e acode a filha, abraça-a.

 

MARCO PAULO: - Fique tranquila... ninguém ficará sabendo, é segredo nosso.

 

ISOLDA: (lacrimejando) – Pai... não, não estou me envolvendo com outro homem... não penses coisa assim sobre mim... Herculano me mata se ouvir algo neste sentido.

 

MARCO PAULO: - Eu mato ele primeiro!

 

ISOLDA, se afasta do pai, enxuga as lágrimas.

 

ISOLDA: - Pai, por que o senhor está falando algo desse nível?

 

No mesmo momento, HERCULANO, abre a porta, com duas malas nas mãos, ele observa a esposa e o sogro ali, em pés.

 

HERCULANO: (alegre) – Bom dia família, como vão?

 

ISOLDA: - Herculano, onde passou a noite? E o que são essas malas?

 

HERCULANO, respira fundo, coloca as duas malas no chão.

 

HERCULANO: - Na verdade, passei a noite viajando, tive que buscar a minha prima em uma estação ferroviária aqui perto, então, acabei ficando de plantão.

 

ISOLDA: (surpresa) – Sua prima? Que história é essa?

 

HERCULANO: - Sim, a Giulia, ela perdeu os pais recentemente não tem onde ficar, ela ficará aqui então, por um tempo.

 

ISOLDA e MARCO PAULO se olham, estranhando a situação. GIULIA, com um semblante de desempara, aparece.

 

GIULIA: - Isolda, meu priminho falou tanto de você, prazer conhecê-la!

 

ISOLDA, arregala os olhos estranhando a mulher, MARCO PAULO, permanece intacto e incrédulo.

 

 

Encerramento



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