30/04/2025

O Cravo no Jardim de Rosas - Capítulo 27 (30/04/2025)

 


Criado e Escrito por LUCAS GARCIA

 

CAPÍTULO 27

 

CENA 01: Casarão de Herculano. Quarto. Interior. Tarde.

 

MARCO PAULO, ao bater no fundo do armário, sente uma madeira fina se romper, um vão se abre, ele nota que um buraco de forma no fundo do armário.

 

SONOLASTIA: SUSPENSE SLAPFLAUTA (MU CARVALHO) - Instrumental

 

MARCO PAULO, insistente, entra no armário, passa a tirar a madeira fina (palha vernizada) que estava ao fundo, até notar que havia uma passagem, ainda incrédulo, ele tenta empurrar com as duas mãos o fundo, com o corpo totalmente dentro do armário, ao fazer força, o homem é lançado para o outro lado.

 

CENA 02: Casa de Donato. Sala de Estar. Interior. Manhã.

 

DONATO, encara friamente as duas mulheres que estavam atônitas no sofá, ambas sentadas, encolhidas.

 

DONATO: - Giulia, o plano é bem simples, você entrará na casa e descobrirá o que há naquele lugar!

 

GIULIA: - E Herculano, tem a ver com isso?

 

DONATO: - Ele é o dono da casa! Sossegue, será simples e fácil, mas fácil que pegar doce de bebê. Você irá conhecê-lo, levarei ao clube, será um momento importante, espero que esteja preparada!

 

GIULIA: (trêmula) – Donato, sobre a arma, ainda estou inconformada, com receio!

 

DONATO, esbanja uma gargalhada exagerada.

 

DONATO: - A arma é apenas uma contenção, tenho certeza que não irá utilizá-la! Tenho certeza que depois de descobrir o que há na casa, não se arrependerá de nada!

 

GIULIA, encara YOLANDA, as duas ficam no mais puro silêncio.

 

CENA 03: Casarão de Herculano. Quarto. Interior. Tarde.

 

MARCO PAULO, estava desacordado, sofrerá uma pequena queda quando conseguiu ultrapassar a passagem segreda pelo armário, um pequeno raio de luz emergia de dentro daquela pequena sala, era justamente a luz do quarto, onde a janela estava aberta, porém, já era o fim da tarde, escurecendo.

 

MARCO PAULO, passa a despertar pouco a pouco, nota-se o filete de luz que advinha do quarto, era possível ver um compartimento pequeno, uma pequena sala, com alguns supostos móveis, com um pano por cima, tapando-os.

 

MARCO PAULO: (atordoado) – Ah, meu Deus... que dor na cabeça... o que aconteceu?

 

MARCO PAULO, levanta, constata que a queda foi da altura de sua cintura e que era plenamente possível voltar para o quarto, mas nota aqueles móveis encobertos por panos extremamente empoeirados.

 

MARCO PAULO: (atordoado) - O que seria isso?

 

MARCO PAULO, puxa o pano, observa que o primeiro era um sofá, o outro era uma escrivaninha, mas pelo pouco de luz que emergia no local, era possível ver que o terceiro estava mais distante, então puxa o pano, quando se assusta, era um enorme baú.

 

CENA 04: Casa de Donato. Sala de estar. Interior. Tarde.

 

GIULIA, levanta-se, intrépida.

 

GIULIA: - Donato, se eu conseguir o que queres, ganharei algo?

 

DONATO: - Com toda certeza Giulia, receberá uma bela comissão, não duvide disso!

 

YOLANDA: - Donato, tem certeza que é algo seguro? Minha amiga não pode correr risco!

 

DONATO: - Fique tranquila, Herculano é inofensivo!

 

As duas mulheres, permanecem em silenciosas.

 

GIULIA: - Eu aceito, então, mas me promete que não ficarei na casa por muito tempo!

 

DONATO: - Isso dependerá de seu empenho, de encontrar onde está o que eu quero, se descobrires... certamente, poderá ir embora e receberá sua comissão!

 

GIULIA, estende a mão, DONATO, aperta, os dois selam o acordo.

 

YOLANDA: - Enfim, vamos voltar ao clube Giulia, precisa se preparar para esta noite, receberá a vítima!

 

YOLANDA e GIULIA, pegam seus pertences e se retiram da casa, DONATO, senta-se na poltrona pensativo, ao mesmo tempo que contente.

 

CENA 05: Casarão de Herculano. Quarto. Interior. Tarde.

MARCO PAULO, observa aquele enorme baú, trancado, olha pelos lados para ver se encontra alguma chave que abra o objeto, todavia, nada encontra.

 

MARCO PAULO: - É melhor eu sair... está escurecendo, amanhã, voltarei e olharei com calma!

 

MARCO PAULO, consegue sair da passagem, atravessa o armário e se retira, fecha a porta, respira fundo.

 

MARCO PAULO: - Se aquele baú, conter o que estou imaginando, minha vida irá mudar, para sempre!

 

MARCO PAULO, deita-se na cama, parecia estar melhor da embriaguez.

 

CENA 06: Pensão. Quarto de Salazar. Interior. Tarde.

 

NÚBIA, encara o marido, estava profundamente triste.

 

NÚBIA: - Salazar, até quando vai ficar me evitando pelos cantos, até quando vai inventar que não temos nada!

 

SALAZAR: (assustado) – Núbia, como assim?

 

NÚBIA: - Se esconde de mim, em todos os lugares que nos encontramos, simplesmente você me ignora, finge não me conhecer, você já fez isso várias vezes, na rua, na igreja, até mesmo na casa de Hans, no jantar, há algo de errado comigo?

 

SALAZAR: - Núbia, meu Deus, não fale isso! Jamais!

 

NÚBIA: - Salazar, honestamente, não quero ouvir suas desculpas ou justificativas, sei que a sua vergonha tem um motivo!

 

SALAZAR: - Núbia, tens criado uma situação que não existe!

 

NÚBIA: - Não existe? Existe! Vamos sair pelas ruas de mãos dadas, abraços, beijando feito um casal apaixonado? Vamos? Não, não vamos! Você tem vergonha de mim!

 

SALAZAR: - Vergonha de você?

 

NÚBIA: - Você tem vergonha, pois sou negra! Você sempre teve vergonha de mim, sempre! Não estou disposta a discutir sobre isso, só quero que pense um pouco, pense, por favor!

 

NÚBIA, levanta-se da cama, ajeita seu vestido, pega sua bolsa, passa pelo marido e se retira do quarto. Os olhos de SALAZAR, enchem de lágrimas, e ele permanece inerte, no mesmo lugar.

 

 


 

 

Cena 07: Pensão. Exterior. Tarde.

 

NÚBIA, retira-se da porta da pensão, estava em lágrimas, sem perceber, esbarra-se em ABNER, que estava entrando, os dois se encaram.

 

NÚBIA: - Perdoa-me, perdoa-me! – enxugando as lágrimas – não lhe vi entrando.

 

ABNER, percebe o semblante perdido da mulher.

 

ABNER: - Núbia, o que aconteceu? Posso ajuda-la?

 

NÚBIA: - Nada Abner... na verdade, quem precisa de ajuda é meu marido, Salazar precisa se livrar de um sentimento horrível, é isso, apenas isso.

 

NÚBIA, afasta-se de ABNER e logo se dispersa pela calçada, deixando o homem encafifado.

 

ABNER: (pensativo) - É Núbia... posso imaginar o motivo, bem sabemos!

 

ABNER, entra vagorosamente na pensão. Na mesma calçada da pensão, passam YOLANDA e GIULIA, as duas conversavam.

 

YOLANDA: - Giulia, faça tudo certinho, como o Donato combinou, ele recompensará muito bem vossa pessoa!

 

GIULIA: - Amiga, confesso que estou com medo, mas darei um voto de confiança a Donato!

 

GIULIA e YOLANDA, atravessam a rua, passando por elas, com um olhar de deboche, chega MARICOTA, que para em frente a pensão, para arrumar o sapato.

 

MARICOTA: - Rameiras... meu sapato até me deu uma pontada aqui...

 

MARICOTA, ajusta o sapato e continua a caminhar pela rua.

 

 

CENA 08: CENAS EXTERNAS

 

Ao som de “The Song Is You” – instrumental, é mostrado o anoitecer do Vale das Rosas, o céu estrelado, aos poucos nota-se uma bela mulher, caminhando pelas ruas.

 

 

CENA 09: Praça. Exterior. Noite.

 

SONOPLASTIA: Cowboy Song (Mu Carvalho) - Instrumental

 

NÚBIA, caminhava com os cabelos ao vento pela praça, estava desprendida, com a alma leve, parecia que aquele passeio era necessário, para espairecer a mente. Senta-se no banco da praça e observa casais passearem juntos, de mãos dadas, beijando-se, passeando com seus filhos, a luz do luar. A mulher, deixa uma lágrima singela escorrer seu rosto.

 

NÚBIA: - Um dia Salazar vai me aceitar, e não terá vergonha de ser feliz comigo! Eu hei de ser amada!

 

De repente, escuta alguns sons de buzinas, pessoas aplaudindo, crianças correndo, ela logo se levanta, e observa passando pela rua da praça a comitiva do CIRCO. Malabares e palhaças se apresentavam pela rua, ela abre um sorriso enorme, uma mulher vestida com trajes formais, estava com uma tocha na mão e cuspia chamas, as crianças ficavam impressionadas.

 

 

CENA 10: Mansão de Hans. Sala de Jantar. Interior. Noite.

 

JÚLIO, estava sozinho à mesa, terminara de jantar, limpa os lábios e permanece em silêncio, observando os nove lugares restantes da mesa, vazios, sem ninguém para compartilhar aquela noite com ele, sem ninguém para conversar, desabafar, aquela casa enorme, mas ao mesmo tempo, tão vazia, que refletia em seu interior.

 

GARDÊNIA, aproxima-se.

 

GARDÊNIA: - Hans, peço a sua licença para me repousar, estou com dores no corpo!

 

JÚLIO: - Com certeza Gardênia, bom descanso!

 

GARDÊNIA, retira-se, rapidamente, JÚLIO, levanta-se da mesa e caminha para outro cômodo.

 

CORTA PARA:

 

JÚLIO, achega-se na sala, anda em direção ao quadro de OLÍVIA, e passa a admirar o rosto dela, contemplar a beleza da mulher que tanto amou.

 

JÚLIO: (emocionado) – Você ainda faz tanta falta, tanta falta...

 

JÚLIO, abaixa a cabeça, olha ao seu redor.

 

JÚLIO: - É hora de continuar... Olívia, em meu coração, sempre acharás um lugar!

 

JÚLIO, pega o seu chapéu, retira-se lentamente da mansão.

 

 

Cena 11: Pensão. Quarto de Abner. Interior. Noite

 

SONOPLASTIA: EU JURO (Leandro & Leonardo)

 

ABNER, coloca uma cadeira ao lado da janela, observa a lua cheia, lembrara do beijo de ISOLDA, sente que seu coração, estava aquecido.

 

- FLASHBACK ON –

 

ABNER: (emocionado) – Nossa, faz muito tempo que alguém não dizia algo assim... obrigado, me sinto honrado!

 

ABNER e ISOLDA, aproximam-se, se abraçam, todavia, ambos sentem um calor emergir do interior de seus corpos, ambos são tomados por esse instinto, tal qual, incontrolável, seus rostos se encontros, seus olhos se cruzam, ambos deixam seus lábios se encostarem, se beijam, com um selinho, o homem segura com mais força o corpo dela, logo se transforma em um beijo prolongado, vigoroso, ambos estavam tomados de paixão.

 

ISOLDA, toma a iniciativa de se afastar, olha carinhosamente para ABNER, ainda em êxtase, com o corpo quente, observa o redor, aproveita que não tinha ninguém, afasta-se dele, pouco a pouco, até o perder de vista, retirando-se do local.

 

- FLASHBACK OFF -

 

ABNER: - Nunca senti isso por ninguém Isolda, nunca!

 

ABNER, pega uma folha e escreve um poema, observando a lua.

 

CENA 12: Casarão de Herculano. Sala de Estar. Interior. Noite.

 

HERCULANO, estava sentado no sofá, tomando uma bebida cara, com um olhar de cinismo, MARCO PAULO, achega-se.

 

HERCULANO: - Meu caro sogrinho, está melhor? – levantando-se - eu trouxe uma bebida para nós!

 

MARCO PAULO: (incisivo) – Dispenso Herculano, dispenso!

 

MARCO PAULO, desferia um semblante sério.

 

HERCULANO: (cínico) – Nossa, você dispensando uma bebida? Está tudo bem?

 

MARCO PAULO, encara o genro com um semblante de irritação e não responde.

 

Logo, a campainha toca, HERCULANO, prontamente corre atender, abre a porta, era DONATO.

 

DONATO: - Meu caro Herculano, que honra vê-lo! Vim lhe buscar!

 

HERCULANO: - Me buscar? Porventura combinados algo?

 

DONATO, esboça um sorriso ardiloso.

 

DONATO: - Sim, esta noite iremos ao clube dos canarinhos, você precisará conhecê-lo, pois precisaremos fazer alguns a gestão de suprimentos, quero que veja pessoalmente como é a administração do local, aliás, você não pode ficar apenas em meu escritório, concordas?

 

HERCULANO, respira fundo, volta ao sogro, entrega o copo com a bebida para ele, pega o paletó, o chapéu e avisa-o.

 

HERCULANO: - Marco, avise Isolda que voltarei breve.

 

DONATO, tenta entrar no casarão, mas HERCULANO, coloca as mãos em seu peitoral, empurrando-o para fora, os dois se afastam, e saem.

 

MARCO PAULO, observa aquele copo com a bebida alcoólica, sente-se tentado em beber, mas resiste, coloca na estante, bem como a garrafa. JOCASTA, desce lentamente a escada e observa o marido olhando para o líquido.

 

JOCASTA: (sussurrando) – Marco, está diante daquilo que tanto ama, daquilo que lhe destruiu, daquilo que sempre priorizou e fez perder tudo que tinha, vamos beba, beba!

 

MARCO PAULO, desvia-se para JOCASTA, em um semblante perdido.

 

JOCASTA: (sussurrando) – Adiante-se, beba, você não entregou tudo por ela, não entregou nossos bens para ela? Acabe-se, termine com o que começou, casa-se com ela e fique longe de mim, para sempre!

 

MARCO PAULO, passa a tremer, observar a garrafa, o copo, estava inquieto, tentado a beber. JOCASTA, aproxima-se do marido e fala próximo ao seu ouvido.

 

JOCASTA: (sussurrando) – Não vai acontecer nada de mais, não há mais nada a se perder, vai beba, BEBA!

 

MARCO PAULO, pega o copo, com a mão trêmula, ia aproximando-se da boca, mas em um ímpeto, joga o copo no chão, que se espatifa, assustando, JOCASTA, que se afasta.

 

MARCO PAULO: - Desgraçada! Você é uma imoral!

 

JOCASTA: (aos berros) – Eu? Você nos colocou em situação de miséria, nos colocou para morar de baixo do mesmo teto que a insuportável de sua filha, desgraçado é você!

 

ISOLDA, apressadamente desce a escada, com um olhar assustado.

 

ISOLDA: - O que está acontecendo?

 

MARCO PAULO: (nervoso) – Nada minha filha, não se preocupe!

 

MARCO PAULO, apressa-se e vai para outro cômodo, deixando as duas ali.

 

ISOLDA: - Jocasta, você falou algo que desagradou meu pai?

 

JOCASTA: - Isolda, seu pai, assim como você, são pessoas imprevisíveis, extremamente impulsivas, merecem a penúria!

 

JOCASTA, afasta-se e sobe a escada. ISOLDA, observa os cacos de vidros no chão, e decide limpar.

 

CENA 13: Casa de Augusto. Interior. Noite.

 

AUGUSTO, destranca a porta, observa que CLARA ainda dormia, certifica-se de que a janela também estava, então, o homem novamente tranca a porta e retira-se da casa.

 

CENA 14: Rua. Exterior. Noite.

 

Em uma rua escura, AUGUSTO, estaciona seu carro, ao lado de dentro, o homem estava acompanhado de uma mulher, no qual seu rosto não é revelado.

 

AUGUSTO: (entristecido) – Obrigado por me ouvir, obrigado por estar comigo nesses momentos, a Clara, precisa de tratamento, mas tenho receio.

 

As mãos delicadas da mulher, acariciam o rosto de AUGUSTO, que a beija.

 

AUGUSTO: (entristecido) – Acredito que hoje eu gostaria de conversar mesmo, não quero nada além.

 

AUGUSTO, liga o carro e passeia pelas ruas.

 

CENA 15: Praça. Exterior. Noite.

 

NÚBIA, levanta-se do banco, JÚLIO, caminhava pela praça, observando as pessoas, os casais apaixonados, as crianças, o carrinho de pipoca, o sorveteiro, a noite estava agradável. A mulher, ao perceber a presença do homem, logo se aproxima.

 

NÚBIA: - Doutor Hans?

 

JÚLIO: (sorridente) – Sim, sou eu... me perdoe, quem é vossa pessoa?

 

NÚBIA: - Sou a esposa do Salazar, seu motorista!

 

JÚLIO, arregala os olhos.

 

JÚLIO: - Mas, o Salazar é casado, desde quando?

 

NÚBIA, esboça um sorriso envergonhado.

 

NÚBIA: - Pois é doutor Hans, pouco sabem, mas ele é casado, se puder, amanhã, avise ele que me conheceu.

 

JÚLIO: - Certamente, foi um prazer conhecê-la!

 

NÚBIA, se afasta, JÚLIO, retira o chapéu em um sinal de cordialidade, o homem senta-se no banco da praça.

 

CENA 16: Clube dos Canarinhos. Salão de Diversão. Interior. Noite.

 

SONOPLASTIA: Alma De Bohemio (Osvaldo Pugliese) – Instrumental

 

DONATO e HERCULANO, adentram o salão, estava cheio, muitos homens sentados às mesas, dados à jogatina.

 

HERCULANO, já é recepcionado por um garçom que lhe entrega gratuitamente um drink, DONATO, pisca para o rapaz.

HERCULANO, é interpelado por suas mulheres, muito belas, a princípio seu semblante que era de seriedade, transforma-se em esbornia, contentamento, desejo.

 

DONATO: - É esse o clube que tanto lhe disse, sinta-se em casa, tem jogo, bebida e mulher à vontade, sinta-se em casa, vou pegar alguns relatórios e já retorno.

 

DONATO, afasta-se de HERCULANO, fingindo ir buscar alguns relatórios, mas fica escondido atrás de uma viga, até que GIULIA, aproxima-se de dele.

 

DONATO: (debochado) - É ele, use todos os seus apetrechos!

 

GIULIA, desvia-se, aproxima-se de HERCULANO, coloca as mãos em seu ombro, desfere um semblante de desejo. Os dois trocam olhares “calientes”, até que começa a tocar “El Choclo” (Destiny Quartet).

 

GIULIA, agarra HERCULANO, o homem mesmo endurecido e envergonhado, segue os passos do tango, segue a sensualidade da mulher, que o leva ao centro da sala e dançam, DONATO, observa à distância os dois e ficam impressionado com a desenvoltura da dançarina.

 

GIULIA: - Nossa, você está tão agitado, não é?

 

GIULIA, desvia o olhar para as calças de HERCULANO, e aperta seus braços.

 

GIULIA: - Venha aqui, vou lhe mostrar um lugar!

 

GIULIA, puxa HERCULANO para um determinado lugar, DONATO, observa tudo à distância, com um semblante de satisfação.

 

CENA 17: Casarão de Herculano. Sala de Estar. Interior. Noite.

 

ISOLDA, termina de limpar os casos, coloca tudo dentro de um pacote de jornais e embrulha, coloca em uma sacola e deixa no canto da sala.

 

ISOLDA: - Papai e Jocasta a qualquer momento vão se estranhar de forma mais intensa, amanhã, irei conversar com ele.

 

ISOLDA, observa que todos já estavam em seus aposentos, que não havia barulhos.

 

ISOLDA: - Herculano saiu sem mais satisfações, farei o mesmo!

 

ISOLDA, pega sua bolsa que estava no sofá e retira-se apressada pela casa.

 

CENA 18: Clube dos Canarinhos. Quarto. Interior. Noite.

 

GIULIA e HERCULANO entram no quarto, ela fecha a porta, empurra o homem na cama, ele estava anestesia de prazer, seus olhos estavam perdidos, ou melhor, focados na bela mulher.

 

GIULIA: - Não pode pedir socorro!

 

GIULIA, tira lentamente sua roupa, ainda era possível ouvir o som do tango, tocando ao fundo, vindo do salão, HERCULANO, desesperadamente tira suas roupas, fica apenas de calção.

 

GIULIA: - Hoje eu sou sua, exclusivamente sua!

 

GIULIA, fica apenas com os trajes íntimos, aproxima-se da cama e senta no colo de HERCULANO, ela o beija ardentemente, ele por sua vez, se entrega totalmente.

 

CENA 19: Praça. Exterior. Noite.

 

SONOPLASTA: Moonlight Serenade – instrumental

 

A praça começara a ficar vazia, JÚLIO, sentia sono, decide se levantar, quando de repente, observa ISOLDA caminhar pela calçada, ela também o vê, ambos acenam um para o outro.

 

ISOLDA, aproxima-se do homem, que beija carinhosamente sua mão.

 

JÚLIO: (êxtase) – Que coincidência, estava de partida... o que faz por aqui a essa hora?

 

ISOLDA, esboça um sorriso envergonhado.

 

ISOLDA: - Estava sozinha em casa, ou melhor, a única acordada... percebi que a noite estava muito agradável, a lua está linda não é mesmo?

 

ISOLDA e JÚLIO, observam a lua, depois, ambos se olham, ainda envergonhados.

 

JÚLIO: (comedido) – Seu marido é louco, de deixá-la sozinha, uma mulher tão bela, desacompanhada, é um crime!

 

ISOLDA: (sorrindo) – Gentileza sua!

 

Os dois se observam, sem palavras, inquietos.

 

JÚLIO: - Combine com Abner para almoçarem em minha casa novamente!

 

ISOLDA: (envergonhada) – O Abner... é... tudo bem, eu falo com ele!

 

De repente, mesmo sem nuvens, começa a chuviscar, algumas pessoas correm, crianças também, ISOLDA, tenta correr também, mas acaba tropeçando em uma pedra e quase despenca ao chão, mas é segurada por JÚLIO.

 

SONOPLASTIA: - TUA BOCA (BELO)

 

JÚLIO, segurava ISOLDA em seus braços, os pingos de água, escorriam do rosto dele para o rosto dela, os dois se encaram, atônitos, o floricultor estava em êxtase, era como se OLÍVIA estivesse ali, então, ele aproxima-se e beija apaixonadamente a mulher, que não resiste e se entrega.

 

 

Encerramento




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