Capítulo 14:
Cena 1 – Praça da Cidade, Manifestação em Curso
Multidão grita “Justiça!”, cartazes contra Rafael. Rosa lidera a passeata. Claudio e Lívia observam do topo de uma escadaria.
Rosa (Camila Pitanga):
“Não permitiremos que a manipulação de Rafael destrua nosso futuro! Exigimos responsabilização!”
Claudio (Murilo Benício):
“Lívia, ele virou a cidade contra si mesmo. Mas será que esse furor é por verdade ou por retaliação?”
Lívia (Marina Ruy Barbosa):
“É difícil distinguir ódio de justiça, Claudio. Mas não podemos fechar os olhos.”
Cena 2 – Hospital Público, Ala de Emergência
Gustavo apoia feridos de confrontos. Nelson passa rifles de plástico.
Gustavo (Rafael Cardoso):
“Eles não vieram apenas protestar. Há violência organizada. Rafael jogo de sombras se transformou em fogueira real.”
Nelson (Antonio Calloni):
“Já estamos identificando líderes dessa violência. Logo prenderemos os instigadores.”
Cena 3 – Igreja, Confissão de Augusto a Padre Miguel
Velas acesas, atmosfera solene.
Augusto (Lima Duarte):
“Eu escondi tanto que agora me sinto cúmplice do caos. Como reparar anos de silêncio?”
Padre Miguel (Tony Ramos):
“Reparar não apaga o passado, Augusto. Mas um homem pode escolher reconstruir sua alma a cada dia.”
Cena 4 – Delegacia Central, Nelson confronta Sônia
Sala cheia de papéis, Sônia algemada.
Nelson:
“Sônia, você alimentou a campanha de ódio. Agora há provas. Acuse seu próprio chefe ou enfrente seu próprio inferno.”
Sônia (Alinne Moraes):
“Eu apenas servi a quem me deu poder. Rafael me usou tanto quanto eu o servi.”
Cena 5 – Bar Escuro, Eduardo em crise existencial
Divide uma garrafa com um amigo.
Eduardo (Cauã Reymond):
“Traí meus princípios por lealdade. Agora vejo que lealdade sem moral é servidão.”
Cena 6 – Galeria de Arte, Isabel analisa um quadro com Carolina
Ambas debruçadas sobre símbolos ocultos.
Isabel (Fernanda Montenegro):
“Ele usou até a arte como ferramenta de manipulação. Será que a beleza serviu ao veneno?”
Carolina (Glória Pires):
“Se beleza mentir, o mundo se desfigura. Precisamos alertar o povo para ver além das aparências.”
Cena 7 – Rua Secundária, Lucas encontra Rafael disfarçado
Sombras, tensão.
Lucas (Ícaro Silva):
“Você se esconde atrás de máscaras, Rafael. Mas não pode ocultar o estrago que causou.”
Rafael:
“Estragos são necessários para derrubar muros antigos. E que muros precisam cair.”
Cena 8 – Mansão de Dona Ema, Dona Ema consola Lívia
Tapetes luxuosos, ar de tragédia doméstica.
Dona Ema (Fernanda Torres):
“Minha neta, ninguém sobrevive sem cicatrizes. Mas podemos escolher deixar que elas definam ou fortaleçam.”
Cena 9 – Antigo Armazém, Sônia e Eduardo em tenso reencontro
O metal frio das portas, ecos.
Sônia:
“Você vem me julgar, Eduardo? Sem você, eu não teria tantos recursos.”
Eduardo:
“Sem mim, você seria apenas mais uma vítima da ambição. Agora vamos encarar juntos as consequências.”
Cena 10 – Biblioteca Municipal, Carolina organiza campanha de esclarecimento
Pôsteres, folhetos, voluntários.
Carolina:
“Para derrubar mentiras, necesitamos semear fatos. Que a educação seja nossa arma mais poderosa.”
Cena 11 – Café Local, Nelson e Claudio planejam ação conjunta
Xícaras fumegantes, papéis espalhados.
Nelson:
“Uma ação rápida e coordenada pode neutralizar os líderes do caos.”
Claudio:
“Conto com você para guiar essa operação. Juntos, salvaremos nossa cidade.”
Cena 12 – Rua Principal, Gustavo e Lucas protegendo civis
Ajuda a senhora idosa atravessar, bloqueiam embates.
Gustavo:
“Eu lutei contra meu próprio sangue. Hoje, luto por esta gente.”
Lucas:
“Há um novo sentido na lealdade: proteger quem nunca pediu para pertencer ao caos.”
Cena 13 – Catedral, Padre Miguel faz discurso de paz
Fiéis reunidos, velas acesas.
Padre Miguel:
“Que este abismo de ódio seja preenchido pela ponte da compaixão. Só ela salva corações — e cidades.”
Cena 14 – Café, Isadora encontra Lívia para um momento de consolo
Olhares preocupados, mãos entrelaçadas.
Isadora:
“Nos afastamos, mas a dor nos une. Que nosso perdão seja um ato de força.”
Lívia:
“Só assim, reconstruiremos algo que valha a pena.”
Cena 15 – Observatório da Torre, Claudio e Rafael no embate final
Horizonte urbano, nuvens carregadas.
Claudio:
“Você criou este abismo, Rafael. Agora escolha: enfrenta sua queda ou empurra toda a cidade junto.”
Rafael (voz rouca):
“Nem eu uso só poder nem só redenção. Meu caminho é este — e vocês decidirão se me seguem ou me enterram.”
Cena 16 – Terraço da Mansão ao Amanhecer
Claudio contempla a cidade envolta em névoa. Lívia aproxima-se em silêncio.
Lívia (Marina Ruy Barbosa):
“Você parece carregado por um peso além do que podemos imaginar. O que vai fazer?”
Claudio (Murilo Benício):
“Rafael me ofereceu duas escolhas: salvar a cidade do caos que ele criou ou denunciá-lo e deixá-lo afundar… mas a dívida que tenho com meu povo torna tudo impossível.”
Cena 17 – Auditório da Prefeitura, Nelson apresenta relatório final
Nelson (Antonio Calloni) ergue pastas com provas e propõe uma decisão urgente.
Nelson:
“Senhores, a gravidade do cenário exige ação imediata. Claudio, sua assinatura no decreto define lei ou anarquia.”
Claudio:
“Lei ou anarquia… duas palavras que nunca soaram tão distantes.”
Cena 18 – Biblioteca Municipal, Isabel e Carolina em torno de um velho grimório
Isabel (Fernanda Montenegro) folheia uma página cuidadosamente marcada.
Isabel:
“A verdade oculta neste livro mostra que Rafael, em seu exílio, descobriu arquivos que colocam as elites da cidade em cheque.”
Carolina (Glória Pires):
“Então sua ‘revolução’ não era só vingança — era expor corruptos que nos controlam há décadas.”
Cena 19 – Enfermaria Comunitária, Gustavo e Dona Ema consolam vítimas
Dona Ema (Fernanda Torres) segura a mão de um ferido.
Gustavo (Rafael Cardoso):
“Vovó, se Rafael expor tudo, essas pessoas podem ser salvas. Mas serão punidos poderosos.”
Dona Ema:
“Punir ou salvar, filho? Às vezes a cura vem no susto da verdade.”
Cena 20 – Rua principal, Rosa pressiona Sônia
Rosa (Camila Pitanga) revira documentos na mão.
Rosa:
“O que sabe sobre essas elites que Isabel encontrou? Não me venha com papéis incompletos.”
Sônia (Alinne Moraes):
“Tenho minhas razões para guardar parte do segredo… nem tudo está pronto para a luz.”
Cena 21 – Confessionário da Igreja, Padre Miguel e Augusto
Padre Miguel (Tony Ramos):
“Augusto, o pecado maior é omitir a verdade. Mas expor tudo pode quebrar o coração dos inocentes.”
Augusto (Lima Duarte):
“Meu passado assombra até hoje. Claudia não merece carregar minhas falhas.”
Cena 22 – Galeria de Arte, Eduardo em monólogo
Ao meio de esculturas quebradas.
Eduardo (Cauã Reymond):
“Traí amizades, vendi ideais… mas se Rafael realmente derrubar essa engrenagem corrupta, talvez ainda haja sentido em minha ambiguidade.”
Cena 23 – Parque, Lucas encara Claudio de longe
Lucas (Ícaro Silva):
“Você tem chance de honrar a memória de seu pai. Não se deixe seduzir por atalhos morais.”
(Claudio observa, dividido.)
Cena 24 – Auditório, Nelson convoca plebiscito popular
Nelson:
“Que a cidade decida: adotar a reforma de Rafael — jogando luz nos podres do sistema — ou seguir as regras antigas e arriscar novos surtos de violência.”
Claudio:
“Um plebiscito para salvar ou condenar…”
Cena 25 – Mansão, Lívia e Isabel discutem o futuro
Lívia:
“Essa votação pode unir ou partir a cidade — e eu tenho medo do que vem depois.”
Isabel:
“O medo é o combustível do poder. Só a convicção constrói pontes.”
Cena 26 – Cabine de Rádio, Rosa faz discurso ao vivo
Rosa:
“A transparência que Rafael propõe é essencial. Mas não podemos investir poder a um homem só — precisamos de freios e contrapesos.”
Cena 27 – Encontro noturno, Sônia e Eduardo decidem colaborar
Sônia:
“E se formos nós a vanguarda da verdade? Rafael não será o único a carregar o fardo.”
Eduardo:
“Juntos, podemos validar as revelações e protegê-las de distorções.”
Cena 28 – Praça, Gustavo discursa aos jovens
Gustavo:
“Não vejam a política como fantasia ou abuso. Participem, fiscalizem, exijam verdade.”
(A multidão o ouve em silêncio respeitoso.)
Cena 29 – Tribunal Improvizado, Claudio anuncia sua decisão
Diante de câmeras e representantes de todos os setores.
Claudio:
“Promovo um plebiscito: a população decidirá se aceita o pacote de reformas de Rafael, com supervisão popular e garantia de direitos. Se aprovado, será implementado; se rejeitado, Rafael responderá legalmente por seus excessos.”
Cena 30 – Final ao Amanhecer, Rafael, Claudio e Isabel no alto da torre da cidade
Rafael (olhando o horizonte):
“Você me deu o palco, Claudio. Agora é a vez do povo escrever o final dessa peça.”
Isabel:
“A verdade só tem valor quando acompanhada de coragem.”
Claudio:
“Que vença a voz de quem ama esta cidade.”
(Câmera se afasta enquanto o sol desponta, iluminando a decisão que mudará tudo.)
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