11/06/2025

Let's Dance! - Capítulo 03



 LET'S DANCE! - CAPÍTULO 03
criada e escrita por Sinceridade 

CENA 01: MANSÃO FIGUEIRA/JARDIM/NOITE

INSTRUMENTAL: INEVITÁVEL - EDUARDO QUEIROZ, FELIPE ALEXANDRE 

O silêncio continua no local, enquanto os fogos de artifício começam a fazer barulho.

TÉRCIO: Posso saber como foi que vocês conseguiram entrar aqui?

CECÍLIA: Pulamos o muro.

TÉRCIO (indignado): Como é que é? Sabia que eu posso chamar a polícia pra vocês e te processar por invasão? 

CECÍLIA (cruza os braços): Pois então chama!

TÉRCIO: Você vai sair daqui agora!

Ele agarra no braço de Cecília, que se solta imediatamente.

CECÍLIA: Eu não vou sair daqui enquanto você não me der uma explicação.

TÉRCIO: Explicação? Que explicação, menina? Tá ficando louca? Eu nunca nem vi você em toda a minha vida.

CECÍLIA (olhando em volta): Tão vendo esse homem aqui, pessoal? Tão vendo esse empresário, poderoso, milionário? Ele é meu pai!

A câmera foca na reação de cada um dos convidados, que ficam chocados com a revelação. 

LEILA: Mas que bobagem é essa que essa menina tá falando?

TÉRCIO (chocado): Pai? De onde você tirou isso, menina? Eu nem sei o seu nome! 

CECÍLIA: Meu nome é Cecília. Cecília da Silva! 

ISABEL (cochichando com uma amiga convidada, rindo): Que nome cafona!

Cecília começa a vasculhar em sua bolsa, até que acha uma foto de sua mãe e entrega para Tércio.

CECÍLIA: Essa aí é minha mãe, Margarida era o nome dela. (começa a chorar) Ela faleceu hoje, por problemas cardíacos. Foi tudo tão rápido… Ela mal teve tempo de se despedir de mim. Ela passou mal em casa, e eu a levei pro hospital. (T) Segundos antes de partir, ela disse o seu nome e disse que o senhor é o meu pai. Eu fiquei pensando nisso a tarde toda, tentando entender o que eu tinha acabado de ouvir, porque a vida inteira ela me disse que meu pai tinha morrido enquanto eu ainda tava na barriga. E só agora, prestes a morrer, ela decidiu contar tudo. Eu não sei se é verdade, mas não consegui tirar essa história da cabeça. E mesmo sem te conhecer, eu vim. Porque se você realmente for o meu pai, eu preciso saber o motivo por ter abandonado a gente. Só preciso saber se você conheceu essa mulher que tá na foto, a minha mãe. Só isso. 

TÉRCIO (olhando fixamente a foto, tentando disfarçar ao lembrar de Margarida): Não sei do que você tá falando, menina… Essa mulher aí… seja lá quem for… pode ter inventado essa mentira aí. Gente desesperada costuma delirar. 

CECÍLIA (com lágrima nos olhos, apontando o dedo na cara de Tércio): VOCÊ NÃO FALA ASSIM DA MINHA MÃE!

TÉRCIO (com um olhar de superioridade): Você não tem noção do que está fazendo, garota. Não me conhece, mal sabe quem sou eu. E ousa chegar aqui com essa historinha de desenho animado? Tá achando que vai conseguir o quê? O meu sobrenome? A minha empresa? Olha pra você. Olhe bem. Com essa roupa rasgada, essa cara de coitada… Parece que saiu de um buraco qualquer. Você não passa de uma golpista tentando subir na vida pelo caminho mais fácil. (se aproxima ainda mais, intimidando a mocinha) Mas comigo não, tá ouvindo? Comigo não! Agora fora da minha casa! FORA DAQUI! Antes que eu chame os seguranças. 

CECÍLIA (deixando as lágrimas escorrerem pelo seu rosto, mas firme): Você se acha mesmo o todo poderoso, não é? Ou é só porque tá cercado de pessoas que se curvam à você? Se você pensa que eu vou sair daqui ofendida e humilhada por essas palavras que você disse, se enganou feio! Minha mãe me ensinou muito bem a não levar desaforo pra casa e eu aprendi muito bem com ela. Eu vim aqui só pra saber se tudo isso era verdade, mas quer saber? Se você fosse mesmo o meu pai, seria uma vergonha. É uma honra não ter que carregar o teu sobrenome nos meus documentos. E outra, eu não quero um centavo da sua herança. Faça bom aproveito! 

Enquanto eles discutem, os convidados cochicham entre si, todos olhando atentamente para os dois.

CECÍLIA (olhando fixamente para Tércio): Vamos embora, Lurdinha. Eu não quero mais ficar um segundo nesse lugar. 

Mesmo com todo mundo olhando, ela se vira e caminha em direção à saída com Lurdinha logo atrás. Até que…

ISABEL (andando até elas): Espera ai! Vai sair assim? Nem vai pedir desculpas por destruir o réveillon da minha família? Quanta falta de educação…

CECÍLIA (sem paciência): Sai da minha frente.

ISABEL (com desprezo): Você devia se olhar no espelho antes de sair inventando essas lorotas por aí. Olha pra você. Acha mesmo que alguém aqui ia acreditar que você é filha do meu pai?

LEANDRO: Isabel, não precisa disso. Ela tá falando a verda…

LURDINHA (interrompendo): Olha aqui, sua mocreia ridícula, quem você pensa que é pra tratar alguém assim?

CECÍLIA: Lurdinha, não vale a pena discutir isso daí. Vamos embora daqui agora, vem.

Cecília e Lurdinha se afastam e vão embora, em direção ao portão. De repente, Leandro caminha apressado, logo atrás, sem dizer nada. 

ISABEL: Onde você tá indo, Leandro? Volta aqui! 

Leandro ignora completamente. Enquanto isso, Tércio pede desculpas aos convidados, tentando disfarçar o constrangimento. Cortamos para Cecília e Lurdinha, que estão quase chegando ao portão principal. 

LURDINHA: Eu devia ter arrancado os cabelos daquela nojenta! E aquele velho caquético, quem ele pensa que é pra falar daquele jeito com você? 

Cecília se mantém em silêncio, mas abalada. De repente, Leandro surge atrás delas, gritando.

LEANDRO: Ei! Esperem! 

As duas se viram imediatamente. 

CECÍLIA: O que é que você quer? Veio aqui pra me humilhar também?

INSTRUMENTAL: DESENCONTRO - RODOLPHO REBUZZI, RENO DUARTE 

LEANDRO: Calma. (T) Eu não vim aqui pra brigar ou julgar. Muito pelo contrário. Eu vim aqui pra pedir desculpas pelo o que aconteceu ali. Mil perdões por tudo o que seu Tércio e a Isabel disseram pra você. 

CECÍLIA: Você é da família?

LEANDRO: Sim, eu sou noivo da Isabel, a moça que você discutiu ali quando saiu. (T) Eu não concordo nenhum pouco com esse tipo de ação que eles tiveram… E eu sei muito bem que você não tá mentindo.

CECÍLIA: Sabe? Como? Ah, já sei! Você ficou com pena de mim, né? Deve ter me achado uma morta de fome também.

LEANDRO: Você não tá me reconhecendo?

CECÍLIA: Como assim? A gente já se viu?

LEANDRO: Eu sou o médico que atendeu a sua mãe hoje… Quando vocês chegaram no hospital. Fui eu quem te deu a notícia da morte dela. E eu sinto muito, de verdade.

CECÍLIA (se lembrando): Meu Deus… claro! Agora me lembrei.

LEANDRO: Então, Cecília, eu sei muito bem que você não é uma golpista, pois eu vi com meus próprios olhos o quanto você sofreu pela morte dela lá no hospital. Imagino que não tá sendo fácil…

CECÍLIA: Não tá sendo mesmo… (T) Perdão, qual o seu nome? 

LEANDRO: Leandro. Prazer.

Ele estende a mão para ela, que retribui o aperto.

LEANDRO: Eu vou falar com o seu Tércio e com a Isabel. Foi muito feio o que eles fizeram essa noite.

CECÍLIA: Eu que não devia ter vindo. Se arrependimento matasse…

LEANDRO: Fica tranquila. Se você for mesmo filha do seu Tércio, eu vou te ajudar. E mesmo que não seja, ninguém tem o direito de te tratar daquele jeito. Se tem uma coisa que eu não aceito nesse mundo, é injustiça.

CECÍLIA (emocionada): Obrigada… de verdade. Nem sei o que dizer.

LURDINHA: Cecília, vamos embora! Já são mais de meia-noite e eu não quero deixar minha tia preocupada.

CECÍLIA: Vamos, claro! (olhando para Leandro) Obrigada, viu? Você foi muito gentil, completamente o oposto daqueles dois! 

Uma pequena troca de olhares acontece entre Cecília e Leandro. Lurdinha já segue alguns passos adiante, impaciente. Cecília então se vira e vai atrás da amiga. Enquanto os convidados vão embora ainda cochichando sobre o ocorrido e passam por Leandro, Isabel o acha e vai até ele.

ISABEL: Tá fazendo o que aqui, meu amor? Fiquei que nem uma louca te procurando no jardim.

Isabel tenta beijá-lo, mas ele se esquiva.

LEANDRO: Isabel, eu não gostei nenhum pouco do que vocês fizeram hoje. Precisava tratar a moça daquele jeito? Humilhar ela na frente de todo mundo? 

ISABEL: Não vai me dizer que você vai ficar do lado daquela golpista…

LEANDRO: Eu não tô do lado de ninguém, Isabel. Eu só não concordo com a maneira que você falou com ela! Tudo bem que ela invadiu a casa, chegou de uma forma completamente incorreta, mas o certo era ir para dentro e conversar civilizadamente. E outra, ela nem tá falando mentira.

ISABEL: Como assim?

CENA 02: MANSÃO FIGUEIRA/SALA/NOITE

A família está toda reunida na sala. Tércio está sentado no sofá e Leila está atrás dele, fazendo uma massagem em seus ombros.

LEILA: Aquela mocinha conseguiu espantar todos os convidados de uma vez só! Impressionante como começamos o ano já com o pé esquerdo. A imprensa toda vai falar amanhã. 

TÉRCIO: Não vai. Eu vou dar um jeito de calar a boca deles, pode ficar tranquila.

LEANDRO: Seu Tércio, aquela moça não tava mentindo sobre a mãe. Eu posso tá muito enganado, mas provavelmente ela não veio aqui pra dar o golpe como vocês pensam.

TÉRCIO: Como assim? 

LEANDRO: Pois é. Eu decidi não contar nada na hora, pra não aumentar ainda mais o clima que se formou. Mas sim, realmente a mãe daquela moça faleceu hoje de manhã no hospital.  Eu tive acesso a ficha dela e tudo. O nome dela era Margarida da Silva, e… bate com tudo o que a garota falou.

ISABEL (cruza os braços e revira os olhos, debochada): Pois eu ainda acho que essa morta de fome apareceu aqui só pra tentar dar o golpe, sim. Ela viu que a gente vive saindo em jornais, revistas e não resistiu.

LEANDRO: Isabel, por favor… Agora não é hora.

TÉRCIO (pensativo): Olha… eu não sei se devo contar, mas… Eu reconheci sim a mulher da foto que a Cecília me mostrou. A verdade é que, sim.. eu tive um romance com ela, muitos anos atrás. 

LEILA (para de massageá-lo, gelando, e dá um passo para trás): Como é que é? Então existe mesmo a possibilidade dessa menina ser sua filha?

LEANDRO (surpreso, encarando Tércio): Então por que fez aquele show todo no jardim, seu Tércio?

TÉRCIO: Foi no impulso… eu fui tomado por uma mistura de medo, surpresa, e.. vergonha, claro. Tava todo mundo ali. Eu pensei que, se negasse ali mesmo, seria mais fácil de lidar depois. Mas agora… agora eu vejo que errei, realmente. Não devia ter falado daquele jeito com a moça.

ISABEL (indignada): Ah, pronto! Agora vai começar a choradeira por causa de uma anônima?

TÉRCIO: Leandro, pode me acompanhar até meu escritório, por favor? Preciso conversar com você. À sós.

LEANDRO: Claro.

CENA 03: MANSÃO FIGUEIRA/ESCRITÓRIO/NOITE

Tércio entra no escritório, seguido por Leandro. Tércio fecha a porta e gira a chave discretamente, logo depois se vira para o genro, com o semblante sério.

LEANDRO: E então, seu Tércio, me chamou aqui por qual motivo?

TÉRCIO: Leandro, eu tô tão perturbado com tudo o que houve aqui… Não deveria ter feito o que fiz com a moça.

LEANDRO: Realmente, seu Tércio, eu nunca tinha visto esse seu lado.

TÉRCIO: Eu me senti constrangido no meio de todo mundo… Pra parecer forte, eu reagi da pior maneira possível. Enfim, eu fui cruel. Mas agora eu quero reparar esse erro. Leandro… pode ser que não, mas aquela moça é muito parecida comigo. 

LEANDRO: O senhor reconheceu a mulher da foto, então? 

TÉRCIO: Claro, claro! Aquela mulher, a Margarida… eu tive um breve romance com ela anos atrás. Enfim, não vou entrar em detalhes. 

LEANDRO: Mas houve algum sentimento entre vocês?

TÉRCIO: Bom, da minha parte… confesso que não. A minha paixão sempre foi a Leila. A gente tava separado fazia meses. E como eu só queria curtir, acabei conhecendo a Margarida e fui me envolvendo com ela. Até que, tempos depois, Leila apareceu com a Isabel já nascida, dizendo que era minha filha. Então eu voltei pra ela e nos casamos. Mas, por favor, não conta nada disso pra ela, Isabel não sabe dessa história.

LEANDRO (rindo): Ah, então não é a primeira vez que isso acontece?

TÉRCIO: Vamos parar de conversa fiada e vamos logo para o que interessa. (T) Leandro, pra me desculpar com a Cecília, eu queria a sua ajuda.

LEANDRO: Minha ajuda?

TÉRCIO: Sim. Você disse que atendeu a Margarida no hospital quando ela chegou até lá, não foi?

LEANDRO: Foi.

TÉRCIO: Então… você deve saber onde a Cecília mora. Deve ter ficado o endereço dela na ficha.

LEANDRO: Seu Tércio, o senhor sabe que isso é extremamente sigiloso, né? Eu não posso simplesmente vazar esse tipo de informação. 

TÉRCIO: Eu entendo. Mas eu só quero uma chance de me desculpar com ela, de olhar nos olhos dela e pedir perdão por tudo o que disse. Se ela for mesmo a minha filha, eu não posso deixar as coisas desse jeito.

LEANDRO (respira fundo): Tá. Eu vou tá de plantão no feriado… vou dar uma olhada na ficha pro senhor. Mas olha, eu não garanto nada. 

TÉRCIO: Muito obrigado, meu genro! Tudo o que eu mais quero agora é reparar esse grande erro que cometi.

AMANHECE 

Ao som de “Chega Mais - Rita Lee”, o sol nasce forte no Rio de Janeiro, que recebe 1979 de braços abertos. A praia está lotada no feriado, e o movimento nas ruas é constante. O dia já começa assim: 

A família Figueira comenta sobre o ocorrido na noite anterior; Tércio usou sua influência e seu dinheiro para impedir que qualquer notícia sobre o escândalo fosse divulgada; Cecília chora nos braços de Lurdinha ao se lembrar do que aconteceu.

CENA 04: APARTAMENTO DE LUXO/INT./MANHà

Sr. Alberto, um homem mais velho e bem vestido, fecha a mala apressado para uma viagem para os Estados Unidos. Ivani, vestindo um pijama elegante e com o cigarro entre os dedos, se aproxima.

IVANI: Ai, eu amei tanto a nossa noite de Réveillon! Foi muito bom virar o ano junto com você nessa cama confortável. Você já é um coroa, mas ainda é tão suculento…

Ele a observa com um sorriso satisfeito. Para ele, Ivani é apenas uma amante sofisticada, sem desconfiar de seu verdadeiro trabalho.

SR. ALBERTO: Fico feliz que tenha gostado! Mas minha mulher nem pode desconfiar, hein? Pra ela, eu já estou fora desde ontem à noite. 

IVANI (fingindo inocência): Indo pros States de novo, é?

SR. ALBERTO: Pois é. Vou ficar três semanas fora. Trabalhando, trabalhando e trabalhando.

IVANI: Vou sentir tanta falta de você, desse seu corpo peludo… 

Sr. Alberto solta uma risadinha sem graça.

IVANI (massageando o edredom, olhando ao redor): E esse apartamento lindo vai ficar aqui às moscas? Que desperdício! 

SR. ALBERTO: Tá querendo dizer o que com isso, hein? 

IVANI (se aproximando): Você bem que podia me deixar ficar aqui até você voltar... Minha casa tá uma bagunça, amanhã mesmo já vão começar as reformas. Sabe como é, né? Poeira pra todo lado… 

SR. ALBERTO (hesitando): Ivani…

IVANI: Você não confia em mim? A gente já se encontra aqui há anos, Alberto. E outra, sua mulher nem sabe da existência desse apartamento. (implorando) Por favor, eu prometo que vou cuidar dele como se fosse meu.

Ele sorri e entrega a chave, rendido. Ivani dá pulos de alegria e o enche de beijos. Em seguida, eles se despedem e ela comemora com um sorriso cheio de segundas intenções.

IVANI (rindo): Agora é só mandar o bilhetinho! 

HORAS DEPOIS…

CENA 05: CASA DE CECÍLIA/INT./TARDE

Cecília e Lurdinha assistem televisão na sala, distraídas. De repente, ouvem um barulho no portão.

LURDINHA: Ué, quem será?

Lurdinha se levanta, atravessa a sala, abre a porta e se depara com um envelope jogado no chão, bem na entrada.

LURDINHA (voltando com o papel na mão): Jogaram isso aqui. Deve ser pra você. 

CECÍLIA (assustada): Pra mim?

Cecília pega o envelope, desconfiada, mas abre e lê em silêncio. Sua expressão muda.

CECÍLIA (em choque): “Essa carta é sobre sua mãe, Margarida. Eu sou uma velha amiga que sabia de todos os seus segredos. Se quiser me conhecer, compareça hoje às 21h no endereço abaixo. Vá sozinha.”

LURDINHA: Mas que palhaçada é essa? É claro que você não vai, né? E se for um golpe? Um sequestro? 

CECÍLIA: Não é, Lurdinha. Não é, eu tenho certeza. A minha mãe escondia algo e eu preciso saber o que é. E se for, sei lá, sobre o meu pai?

LURDINHA: Pois então eu vou com você! Não vou deixar que vá nesse endereço desconhecido sozinha.

ANOITECE

São mostradas imagens do Rio de Janeiro ao som de “Hold the Line - TOTO”. Cortamos para a fachada do prédio onde Ivani está. 

CENA 06: APARTAMENTO DE LUXO/INT./NOITE 

INSTRUMENTAL: ED S THEME - IURI CUNHA 

Ivani abre a porta e se depara com Inácio.

INÁCIO: Como é que você conseguiu esse apartamento, sua louca? 

IVANI: Ué, tá achando que é só você que pode dar o golpe nos outros? Eu tenho meus meios de conseguir o que eu quero.

INÁCIO: Não vale nada mesmo, hein? Aposto que tá dando o golpe num velhote qualquer que achou na rua. 

IVANI: Se você acha… (se aproximando) Inácio, não acha melhor a gente parar de brigar um pouquinho? Sempre que nos encontramos, é isso. Saudades do antigo Inácio, que acariciava meus cabelos, que me beijava apaixonado, que fazia várias juras de amor… 

INÁCIO (falando no pé do ouvido dela): Pois aquele Inácio continua aqui.

IVANI: Ah, é? Então me prova!

Os dois começam a se beijar intensamente. Enquanto isso, Lurdinha e Cecília sobem o elevador, apreensivas. Finalmente elas chegam no andar descrito no bilhete e vão até o número do apartamento. 

LURDINHA: 206 é aqui, Cecília! 

Elas tocam a campainha. Lá dentro, Ivani, deitada no sofá com Inácio, ouve a campainha e ignora com desdém. 

IVANI: Deixa tocar…. deve ser engano. Ninguém sabe que eu tô aqui. 

Eles continuam se agarrando no sofá, sem perceber que a porta não encostou e ficou entreaberta  (de propósito por Ivani). Cecília toca a campainha mais uma vez.

CECÍLIA (nervosa): E se for uma emboscada, Lurdinha?

LURDINHA: Pera aí… a porta tá aberta?

Elas entram com cautela e param, chocadas, ao ver Inácio e Ivani no sofá, seminus e se beijando intensamente.

CECÍLIA (em choque): Inácio?!

Ivani e Inácio se levantam imediatamente, assustados. A câmera intercala entre todos os personagens em cena.

CONGELAMENTO EM INÁCIO.

A novela encerra seu 3° capítulo ao som do refrão de “Chega Mais - Rita Lee”. (Tema de Ivani)






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