13/06/2025

Teia de Sedução - Capítulo 10




“TEIA DE SEDUÇÃO”

Novela criada e escrita por

Susu Saint Clair

Capítulo 10


CENA 01: MANSÃO VON BERGMANN - ESCRITÓRIO - MANHÃ


CONT. IMEDIATA DA ÚLTIMA CENA DO CAP. ANTERIOR. José Carlos e Nelson se beijam com fervor no escritório, a tensão sexual e o poder misturados no ar. José Carlos se afasta abruptamente, ofegante, ainda assimilando a intensidade do momento.


JOSÉ CARLOS: (com a voz rouca, tentando recuperar o fôlego) Melhor a gente parar. Alguém pode entrar a qualquer momento.


NELSON: (puxando-o de volta pela gravata, o olhar sedutor e um sorriso maroto nos lábios) Não, vamos aproveitar enquanto não tem ninguém olhando.


Ele tenta beijá-lo novamente, mas José Carlos recua, agora com uma expressão séria e focada.


JOSÉ CARLOS: (firme) Foco, Nelson. A gente tem coisa mais urgente para resolver agora. A reunião do conselho. (ele faz uma breve pausa, a voz mais baixa) Quando pretende reunir os acionistas?


NELSON: Amanhã. Você, Gisela, Gioconda... e o Otávio, claro.


JOSÉ CARLOS: Otávio vendeu as ações dele pra Gioconda, esqueceu? E você acha mesmo que ela vai votar contra a irmã?


NELSON: (Um sorriso cínico e confiante surge em seus lábios) Votando contra ou a favor... não muda nada. (Ele se aproxima, a voz baixa e triunfante) Eu e você temos a maioria. E quem tem a maioria, tem o poder.


José Carlos sorri de volta, um sorriso cúmplice que espelha o de Nelson. Os dois se olham, predadores satisfeitos. CLOSE nos rostos dos dois, a cumplicidade sombria evidente.


CENA 02: MANSÃO VON BERGMANN - SALA DE ESTAR - MANHÃ


Sabrine está na sala de estar, com o celular no ouvido e uma expressão de pura revolta. A chamada se conecta.


JÉSSICA: (Do outro lado da linha, com um sorriso cínico na voz) Sabrine von Bergmann, que surpresa, querida. A que devo a honra dessa ligação?


SABRINE: (explode) Sua sonsa! Você sabe muito bem o motivo da minha ligação, sua vaca maldita do inferno! Sua notícia arruinou a minha vida!


JÉSSICA: (com um tom de falsa inocência) Ah, meu amor, nesse caso você deveria culpar teu namorado. Sou apenas uma humilde mensageira.


SABRINE: Você é uma cobra! Fique sabendo que eu vou te processar! Você ouviu bem? Sua cretina!


JÉSSICA: Ah, meu amor, então você vai ter que entrar na fila. Porque olha, o que é de gente querendo me meter um processo... não tá escrito. Tá pior que a fila do INSS, e eu fiquei sabendo que o INSS tá quase quebrando, hein?!


SABRINE: (a voz baixa, carregada de ameaça) Presta bem atenção, Jéssica. Eu vou acabar com você.


JÉSSICA: (completamente impaciente, em um tom de desprezo) Ah, Sabrine, pelo amor de Deus. Nem de rato eu tenho medo, cê acha que eu vou ter medo de você? Quem é você?! Deixa eu te falar uma coisinha: cê só é famosa porque tem seguidor. Cê só tem seguidor porque tem dinheiro. A gente abre sua lista de seguidores e só vê conta árabe… quer dizer… os von Bergmann são todos de Dubai, é isso? E você vai me processar pelo quê? Calúnia? Porque não é novidade pra ninguém que tu é corna. E tem mais, se você me processar, cê vai perder três coisas: tempo, dinheiro e o processo. Passar bem!


Jéssica desliga na cara de Sabrine, que fica transtornada. Marcos entra na sala vindo de outro cômodo, com um copo de uísque na mão, e se senta no sofá.


MARCOS: (suspira) A tia Gisela tá completamente louca.


SABRINE: (sentando ao lado dele) Achei que ela fosse ficar do nosso lado, mas ela tá pouco se lixando. Minha vida desmoronou por causa daquela porcaria daquela notícia. Você acredita que eu perdi 400 mil seguidores por causa daquilo? As pessoas levantaram a tag "Cornabrine" no Twitter.


Marcos não se aguenta e começa a rir alto.


SABRINE: (irritada) Para de rir, isso é sério!


MARCOS: (controlando o riso) Desculpa, foi mais forte que eu. Olha, sabe o que eu acho? Que o Afonso quem mandou aquela foto pra Jéssica. 


SABRINE: Eu também tô achando. Ai que ódio eu tô. Você nem imagina. 


MARCOS: Acho que o melhor que você tem a fazer agora é sumir das redes sociais por um tempo. Aproveita que isso aqui tá um caos e vai pra Paris, sei lá. Faz um rebranding. Daqui a uns meses você volta renovada.


SABRINE: (pensativa) Talvez eu faça isso mesmo. Mas antes eu tenho que dar um jeito nessa bagunça que fizeram comigo.


MARCOS: (curioso) O que você tá pensando em fazer?


SABRINE: Ainda não sei. O que eu queria de verdade era matar o Volney, esse Afonso, a Jéssica Klein. Os três de uma vez só. O pior é que eu não tenho coragem de me sujar desse jeito.


MARCOS: (um sorriso de canto de boca surge, sinistro) Ué, paga alguém pra fazer o serviço sujo por você. Acha que dinheiro serve pra quê? Pra comprar roupa?


SABRINE: (olha para ele, desviando o assunto) Me conta então o que você pretende fazer com relação ao Afonso e ao Otávio. Você não para de falar disso. Só fala disso o tempo todo.


MARCOS: (com um ar misterioso) Por enquanto não vou fazer nada... Agora que eu já sei que não vou ter o apoio da Gisela, preciso recalcular a rota. Aqueles dois podem até ficar juntos, mas não vai ser por muito tempo, pode ter certeza disso.


A porta da sala se abre de repente, e Otávio entra. Ele vê Marcos e Sabrine no sofá.


MARCOS: (sem rodeios) Falando no diabo… Finalmente apareceu hein... Já tá sabendo que seus pais vão se separar?


OTÁVIO: (o semblante se torna sério, chocado) Como assim?


MARCOS: (com um sorriso irônico) Tia Gisela chutou o balde. Parece que ela reencontrou o amor da vida dela e resolveu ligar o foda-se pra tudo.


Otávio fica pensativo, com uma expressão de preocupação genuína.


MARCOS: É ela com o filho do motorista... e você com o neto.


Otávio olha para Marcos, absorvendo a ironia.


OTÁVIO: Onde é que ela tá?


MARCOS: No quarto.


OTÁVIO: E o meu pai?


MARCOS: Se trancou com o vovô no escritório. Eles vão se reunir na Bergmann Privé para tirar a sua mãe da presidência.


OTÁVIO: (indignado) Só porque ela resolveu dar fim a essa farsa? Isso é um absurdo!


MARCOS: (com um encolher de ombros, indiferente) Pois é. Toda ação tem uma consequência. Fazer o quê?!


Otávio sobe as escadas correndo, claramente determinado a intervir. Marcos e Sabrine trocam olhares cúmplices. Marcos sorri, satisfeito.


CENA 03: MANSÃO VON BERGMANN - QUARTO DE GISELA - MANHÃ


Gisela e Otávio conversam.


GISELA: (com desdém) Eu não tô nem um pouco preocupada, meu filho. Tanto você quanto eu sabemos que, sem mim, a Bergmann Privé vai à falência. O seu avô vai se arrepender pelo resto da vida dele de me tirar da presidência.


OTÁVIO: (suspira, tentando manter a calma) Já que você não tá nem aí, porque você faz que nem eu? Vende suas ações logo de uma vez. Abre um negócio novo, que seja seu de verdade. E mais: vai embora dessa casa. Segue com a sua vida longe daqui!


GISELA: (ri, sarcástica) Que negócio, Otávio? Ficou louco? Eu lá sou mulher de abrir negócio? Isso é coisa de pobre que quer subir na vida. E outra coisa, essa palhaçada não vai durar muito tempo. Seu avô é uma múmia que já tá com o pé na cova. É só ele morrer que eu vou receber a minha parte na herança. Eu sei que você gosta dele, sei que deve tá sendo horrível pra você ouvir essas coisas, mas é a verdade!


Otávio suspira, exausto com a insistência e a frieza da mãe.


OTÁVIO: (com um tom de rendição) Tá, então faz o que você quiser.


Gisela, então, muda de assunto abruptamente, um sorriso malicioso surgindo em seus lábios.


GISELA: Mudando de pau pra cacete, me conta uma coisa... Você passou a noite com o Afonso?


OTÁVIO: (curto e direto) Passei.


GISELA: (os olhos brilham com interesse, um ar de satisfação) Que coisa boa, hein? E aí? Foram pra um hotel? Pediram café na cama?


OTÁVIO: (a encara, o rosto sério) Esse interesse todo na minha vida amorosa com o Afonso é só porque ele é filho do Felipe, né?


Gisela fica séria, a máscara de interesse caindo.


GISELA: (direta) Você conheceu o Felipe?


OTÁVIO: (a voz firme, desafiadora) Conheci a família toda. E já vou deixar claro que, se você pretende usar minha relação com o Afonso como escada para reconquistar o Felipe, é melhor tirar o cavalinho da chuva. Eu não vou misturar as coisas. Se quer se separar do papai e jogar tudo pro ar, fique à vontade, mas deixa a mim e o Afonso fora disso!


GISELA: (grita, a fúria tomando conta) NUNCA! Vocês são a chance que eu tenho de me aproximar do Felipe e eu não vou jogar isso fora, você querendo ou não querendo!


Os dois se encaram ferozmente, o quarto tenso com a briga. Nesse momento, Gioconda entra no quarto, interrompendo a discussão.


GIOCONDA: (assustada com o clima) O que é que tá acontecendo aqui?


GISELA: (ignora Gioconda) Aliás, quer saber de uma coisa, Otávio? Eu vou conseguir reconquistar o Felipe mesmo sem o seu apoio!


O rapaz sai do quarto, deixando Gioconda e Gisela.


GIOCONDA: Gisela, pelo amor de Deus, criatura, esquece o Felipe/


GISELA: (corta, irritada) Ai, Gioconda, vai pro quinto dos infernos, vai!


Gisela sai do quarto. Gioconda fica sozinha, visivelmente abalada.


GIOCONDA: Gente...


CENA 04: DIA SEGUINTE - BERGMANN PRIVÉ - SALA DE REUNIÕES - MANHÃ


O clima é carregado de formalidade, mas um sorriso disfarçado e uma xícara de porcelana nas mãos de Gisela denotam seu relaxamento. Estão presentes: Nelson, José Carlos, Gioconda e o advogado DR. ARAMIS (61).


DR. ARAMIS: (com um tom didático e neutro, lendo os papéis) Reunião extraordinária do Conselho da Bergmann Privé Confecções S/A. A pauta: alteração na presidência da empresa. Presenças registradas. Senhor Nelson, deseja iniciar?


NELSON: (sério, direto) Sim. Solicito formalmente a destituição da atual presidente, Gisela von Bergmann.


DR. ARAMIS: Senhora Gisela, deseja se manifestar?


GISELA: (sorri com desdém, girando a colherzinha no café, alheia à tensão) Não. Só espero que tenham alguém competente para me substituir. (ela levanta o olhar, passeando-o por todos com um sorriso venenoso) Mas, sinceramente... já que a palhaçada é inevitável, pelo menos que o circo tenha boa iluminação.


JOSÉ CARLOS: (com um tom de falso profissionalismo) Eu voto a favor da mudança. Acho que a Gisela ficou tempo demais no cargo. Ela tá precisando descansar a imagem.


GISELA: (volta o olhar para José Carlos, com um sorriso de escárnio) Concordo, querido. Agora que estou livre de você finalmente vou voltar a viver de verdade!


DR. ARAMIS: Registrado. Senhora Gioconda, seu voto?


GIOCONDA: (com um suspiro de resignação) Já que minha irmã enlouqueceu de vez e resolveu jogar tudo pro alto, eu voto a favor.


DR. ARAMIS: Senhor Nelson?


NELSON: (firme) A favor.


DR. ARAMIS: Por maioria simples, fica aprovada a destituição da senhora Gisela von Bergmann. Agora, passamos à nomeação do novo presidente. Senhor Nelson?


NELSON: (com a voz carregada de autoridade) Como acionista majoritário da Bergmann Privé, indico o nome do senhor José Carlos Duarte.


DR. ARAMIS: Votação?


GIOCONDA: Sim.


JOSÉ CARLOS: Sim.


NELSON: Sim.


DR. ARAMIS: Nomeação aprovada por maioria. Senhor José Carlos, a presidência agora é sua.


JOSÉ CARLOS: (firmando os punhos sob a mesa, um sorriso de satisfação contida) Obrigado. Prometo honrar o legado da família e reconduzir essa empresa ao topo.


GISELA: (solta um riso de escárnio, alto o suficiente para ser ouvida) "Reconduzir"... Adoro quando homens inseguros acham que estão no comando. (ela se levanta da cadeira, com uma postura de triunfo, e sorri diretamente para Nelson) Pai... me avise quando a empresa começar a falir, tá? Vai ser divertido assistir.


Ela passa por José Carlos, diminuindo o passo, e o olha de cima a baixo com desprezo.


GISELA: E você… Divirta-se no trono. Ele costuma queimar quando se senta errado.


Gisela sai da sala com leveza, deixando um silêncio atordoado para trás. Os demais permanecem calados, absorvendo o impacto de suas palavras e atitude.


CENA 05: PEDRA DO FORTE – STOCK-SHOTS – TARDE


Imagens da cidade se intercalam sob o céu tingido de dourado pelo entardecer. O sol começa a se inclinar no horizonte, pintando de âmbar os prédios, as ruas e os telhados da fictícia Pedra do Forte.


CORTE PARA:


— AVENIDA CENTRAL: carros seguem em fila lenta, entre semáforos e lojas de vitrine espelhada. Gente apressada atravessa as ruas. Executivos ao celular, vendedores chamando clientes, ambulantes disputando espaço com os carros.


— ORLA MARÍTIMA: ondas tímidas tocam a areia clara, enquanto um casal caminha descalço à beira-mar. Crianças brincam de castelo de areia. Um drone passa captando a paisagem: coqueiros altos, barracas de suco e guarda-sóis coloridos.


— PÔR DO SOL NA PEDRA DO FORTE: a câmera se afasta até revelar a paisagem da cidade vista do alto do mirante que batiza a região. A pedra imponente domina o cenário. O sol mergulha no mar, tingindo o céu de rosa, laranja e púrpura.


CORTE LENTO para A FACHADA DA BERGMANN PRIVÉ.

 

O vento balança as folhas das árvores em frente à loja. A noite começa a cair.


CENA 06: BERGMANN PRIVÉ - SALA DA DIRETORIA - NOITE


José Carlos sentado na cadeira que antes era de Gisela com uma sensação de satisfação no olhar. Ele suspira, relaxado. Ele fica pensativo. 


TRANSIÇÃO PARA FLASHBACK – CENA 14 DO CAPÍTULO 08:


José Carlos pega uma das fotos e olha, em choque. Todos se abaixam para pegar e olham as imagens, em choque.


GISELA: Agora eu entendo que "reunião importantíssima" foi essa... Não só essa como todas as outras que você vem tendo desde que a gente se casou. Uma dessas reuniões foi com essa vagabunda!


Todo mundo olha para ela, chocada. 


GISELA: Você e a vagabunda da Jaqueline! Aquela vendedora de merda! 


NELSON: (levanta, chocado) Como assim, vendedora?


GISELA: Ele tá tendo um caso com a ex-vendedora da Bergmann Privé. (parte para cima de José Carlos) Esse desgraçado! DESGRAÇADO! 


FIM DO FLASHBACK – VOLTA PARA A SALA DA DIRETORIA


José Carlos coloca o telefone no ouvido.


JOSÉ CARLOS: Dona Susane, venha até minha sala, por favor. (ele põe de volta no gancho)


A porta se abre. Susane entra na sala. 


SUSANE: Sim?


JOSÉ CARLOS: Quero que você traga pra mim todas as informações sobre uma ex-funcionária chamada Jaqueline. Pra ontem, por favor! 


SUSANE: Sim senhor!


CENA 07: RESTAURANTE MAISON D’OR - NOITE


Otávio e Afonso sentados numa mesa, num andar superior com vista para o mar, jantando. 


OTÁVIO: As coisas lá em casa estão complicadas. Meus pais resolveram se separar, minha mãe abriu mão da empresa… minha família tá um caos. Na verdade, sempre foi um caos, mas agora tá pior. 


Afonso pega na mão dele. 


AFONSO: Meu Deus… E como é que você tá com tudo isso? 


OTÁVIO: Eu tô de mãos atadas, né, Afonso? Não tem o que fazer. Quer dizer… tem. Tô esperando a reforma da academia acabar pra eu meter o pé daquela casa. 


AFONSO: (sorri, interessado) Vai se mudar é? Coisa boa. Vai morar sozinho… 


Otávio sorri para ele. 


OTÁVIO: Eu tentei convencer minha mãe a vender as ações dela da empresa, mas ela tá relutante. Enfim. Já botei na cabeça que isso aí não é mais problema meu… Na verdade nunca foi, nem sei porque eu me meti.


AFONSO: Mas vem cá, porquê que ela vai se separar? 


OTÁVIO: Ela conseguiu um flagra do meu pai com uma amante. 


Otávio pega seu celular e mostra a foto de Jaqueline e José Carlos se beijando em frente à Bergmann Privé. Afonso tenta disfarçar seu choque. 


OTÁVIO: Só agora a minha mãe resolveu desmascarar meu pai e jogar a toalha pro casamento deles… e você sabe o motivo, né? Já deixei bem claro pra ela que a gente não tem nada a ver com o passado dela com seu pai. 


AFONSO: Claro… Mas vem cá, ela contratou um detetive? 


OTÁVIO: Não sei… ela não deu detalhes. 


Afonso fica pensativo.


CENA 08: MANSÃO DOS PASSARELLI - QUARTO DE JAQUELINE - NOITE


No quarto de Jaqueline, em meio a algumas roupas espalhadas sobre a cama, Afonso e ela conversam.


AFONSO: (direto, sem rodeios) O Otávio me contou que a Gisela já sabe que você é a amante do pai dele. Ela desmascarou o José Carlos na frente da família toda. Todo mundo já viu tua cara!


JAQUELINE: (chocada) Quê? Como é que isso aconteceu?


AFONSO: Eu sei lá! Parece que a Gisela já tava desconfiada, ou já sabia que o marido tinha amante… parece que ela contratou alguém pra seguir o José Carlos e flagrou vocês dois juntos! Jaqueline, você precisa urgente falar com o José Carlos pra saber o que tá acontecendo por lá.


JAQUELINE: Por mais preocupante que seja essa situação, eu não posso fazer isso. Porque se a Gisela me expôs, então todo mundo já sabe que eu trabalhei na Bergmann Privé. Essas horas o José Carlos pode já até estar desconfiado de mim. Se eu ligar pra ele vai ser pior, ele vai sacar tudo! Eu vou esperar ele me procurar.


CENA 09: BERGMANN PRIVÉ - SALA DA DIRETORIA - MADRUGADA


A sala da diretoria da Bergmann Privé está escura, iluminada apenas pela luz da lua que entra pela janela e pelo brilho do celular de José Carlos. Ele está sozinho, saboreando um uísque, enquanto seus olhos estão fixos na ficha completa de Jaqueline, que ele segura nas mãos.


Ele começa a discar um número em seu celular.


JOSÉ CARLOS: (No celular, a voz baixa, séria) Alô?! (Ele faz uma breve pausa, ouvindo) É o detetive Alencar? Aqui é José Carlos Duarte, atual presidente da Bergmann Privé, como vai? Quero marcar um encontro com você amanhã, aqui mesmo na empresa, pode ser?


Ele desvia o olhar do celular e fixa-o novamente na foto 3x4 de Jaqueline na ficha.


CLOSE NA IMAGEM.


JOSÉ CARLOS: (Voltando ao celular, a voz carregada de intenção) É porque eu preciso dos seus serviços. Pra investigar a vida... de uma certa pessoa...


Seu rosto reflete desconfiança. CLOSE NELE. 


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