20/06/2025

Terra Vermelha - Capítulo 26 - Último Capítulo 🙌


Capítulo 26




 CENA 01 - ESTRADA - EXT/NOITE


Petra dirige com os olhos cheios de lágrimas, o rosto transtornado. Clara está bem atrás dela, de moto, tentando alcançá-la.


Clara(gritando) - Petra! Para, por favor! Não faz isso com você mesma!


Petra continua, focada, com o rosto vermelho.


Clara acelera, se antecipa, e joga a moto na frente do carro. Petra freia bruscamente. As duas quase se chocam. Petra sai do carro aos prantos.


Petra - O que você tá fazendo? Sai da frente do meu carro. Sai agora!


Clara - Para e pensa no que você tá fazendo. Você não me deu uma chance de me explicar. O fato de eu ser filha da Agatha não muda o que eu sinto por você. Eu escondi isso de você, não pra te magoar ou com segundas intenções, mas foi justamente pra escolher um momento melhor pra te contar. Petra, eu te amo. De início sim, eu confesso, era um plano. Mas depois… eu fui me apaixonando cada vez mais por você. Esse seu jeito… eu sei que é difícil pra você deixar que alguém te ame e aceitar isso da melhor forma, mas eu  te amo. Se quiser eu grito aqui, agora. 


Petra - Me perdoa… mas não é tão fácil assim pra mim superar uma mentira. Minha vida sempre foi cercada de mentiras, eu não aguento mais.


Clara - Eu estou colocando as cartas na mesa. Não tem mais porque sentir medo. Não tem mais mentiras. Me perdoa, Petra. Por favor.


Petra(chorando) - Eu… eu te amo, mas…


As duas se aproximam.


Clara(colocando a mão no cabelo dela) - Então se entrega a esse amor.


As duas se beijam.


(Yosemite - Lana Del Rey) 



CENA 02 - CASA DE CÂNDIDA - INT/NOITE


Agatha - Você não pensa na sua filha, não? Olha o que você acabou de fazer!


Irene - Eu tô pouco me lixando pra Petra. O meu papo é com você, Agatha.


Agatha - Eu não tenho mais conversa com você, Irene. De você, eu já tive o prazer de me vingar. Agora só falta o Antônio. O meu precioso Antônio. Vai embora.


Jussara - Vai pra casa, Irene…


Aline - Casa? Qual casa? Irene, minha querida, aceita que você perdeu. Não tem mais o que fazer. Some daqui. Você só prejudicou a sua filha com essa palhaçada toda. 


Irene - Ainda não acabou. Estão me ouvindo? Vocês vão se arrepender.


Aline - Cuidado quando for passar pela porta, acho melhor se abaixar. Seus chifres estão muito grandes.


Irene sai furiosa, com os olhos vermelhos.


CENA 03 - PENSÃO DE LUCINDA - INT/NOITE


Gregório beija Pérola, os dois deitados na cama. Ela agarra seu pescoço e os dois transam. Com sutileza, Pérola puxa uma faca escondida na bota de couro, mantendo o beijo. Então, em um único movimento…


Pérola - Eu tenho uma surpresinha que você vai a-d-o-r-a-r.


Pérola então crava a faca na barriga de Gregório. Ele se contorce de dor, tentando empurrar ela, mas ela o empurra de volta na cama com violência. Pérola sobe sobre ele, cheia de ódio, e começa a esfaqueá-lo.


Pérola(gritando) - Desgraçado! Vagabundo! Canalha!


O sangue espirra em seu rosto, no travesseiro, na sua roupa, nas paredes. Gregório tenta falar algo, mas logo se cala.


Pérola para. Respira. Olha o corpo inerte, com os olhos ainda abertos, mas sem vida.


A porta da pensão se abre devagar. O delegado Marino entra, cauteloso, chamando por Pérola.


Ninguém responde, então ele sobe as escadas devagar. A respiração dele acelera quando vê a porta do quarto entreaberta. Ele então abre.


Marino arregala os olhos quando vê aquela cena. Ele grita o nome dela. Pérola se vira devagar. Ele recua, tateia a cintura em busca da arma, mas se lembra que deixou no carro. Ele corre. Pérola vai atrás dele.


Os dois chegam ao topo da escada. Então Pérola o empurra brutalmente. Ele perde o equilíbrio e cai rolando escada abaixo.


Ele para desacordado no andar de baixo. Pérola, parada em cima, encara ele cheia de ódio, arfando. 


A câmera foca em seu rosto.


Corta para:



CENA 04 - FAZENDA DE ALINE - EXT/NOITE


Irene segura uma tocha improvisada feita de pano e gasolina. Seus olhos estão arregalados e iluminados pelo fogo.


Irene(gritando pro nada, fora de si) - Você quer saber o que é dor, Aline? Vai saber agora! Sua desgraçada! Vai ver sua maldita plantação queimar, grão por grão.


Ela dá uma gargalhada estridente, doentia. Ela começa a colocar fogo nas plantas. O calor começa a tomar conta do lugar. Irene gira em meio às chamas.


De repente, ela tosse. Primeiro seco. Depois mais forte. A tosse vira um espasmo. Irene põe a mão na boca e vê sangue. Muito sangue. Seus olhos arregalam.


Ela cambaleia entre as chamas, tropeça, tenta respirar, mas seu peito dói. Solta a tocha e cai.


Do lado de fora, Jonas vê um clarão anormal vindo dos campos. Ele corre desesperado, chamando o pessoal.


Jonas(gritando) - FOGO! ALGUÉM COLOCOU FOGO NA PLANTAÇÃO!


Ele corre desesperado, e ao chegar mais perto vê Irene caída entre as chamas.


Ele atravessa uma parte menos tomada pelo fogo, cobre o rosto com o braço e alcança o corpo desacordado de Irene. Ela está com o rosto cheio de fuligem e sangue na boca.


Jonas(gritando) - Chamem uma ambulância! Liguem pra Aline também!


CENA 05 - CASA DE CÂNDIDA - EXT/NOITE


A casa está agitada. Fernanda chega ofegante, com os olhos ansiosos. Cândida sai à porta, pálida, suada.


Fernanda - Cadê a Aline?! Eu preciso falar com ela, é urgente!


Cândida(desesperada) - Ela foi pra plantação! Pegou fogo… ninguém sabe como começou. Mas entra, espera ela aqui.


Fernanda - Não, muito obrigada. É muito urgente. Vou atrás dela.


Fernanda corre pela estrada em direção a plantação. Ela avista um carro vindo pela estrada. Graça para o veículo.


Fernanda(assustada) - O que você tá fazendo aqui?


Graça - Vai pra onde com essa pressa toda? Atrás da mártirzinha de vocês? 


Fernanda(com ódio) - Escuta aqui… Eu sei o que você fez. Eu vi as imagens do pen drive. Eu sei que foi você quem matou o Daniel. Você matou ele, e matou a minha irmã!


Graça empalidece, mas tenta se manter firme. Seus olhos tremem. 


Graça(fria) - Você não vai fazer nada com isso. Eu não vou deixar.


Fernanda - Não tem como você me impedir. Já tá feito. Todo mundo vai saber quem você é de verdade.


Graça caminha até o carro, sem tirar os olhos em Fernanda. Abre a porta, entra no banco do motorista. Fernanda, confiante, segue andando.


Ela arranca com o carro.  Fernanda ouve o barulho repentino e se vira.


O carro atinge Fernanda em cheio. Seu corpo é lançado alguns metros adiante e cai no chão.


Graça arranca com o carro e foge.


Petra e Clara chegam e encontram Fernanda caída. Elas correm pra socorrer, mas Fernanda não aguenta.


Fernanda(estendendo a mão, fraca) - Entrega isso pra polícia. A Gr…aça, ela… ela matou o Daniel. E matou a minha irmã… ela tem que pagar.


Petra - Calma, Fernanda. Estamos aqui com você. Fica firme.


Fernanda não resiste. 


Clara - Vamos chamar a polícia, Petra. Você escutou o que ela disse.


Corta para:


CENA 06 - MANSÃO LA SELVA - INT/NOITE


Graça entra correndo. Ela pega as roupas e coloca na mala. Ela corre e vê a filha.


Graça - Minha filha… Eu… A mamãe vai viajar, você fica aqui com o papai… com o vovô e eu volto pra te buscar.


Júlia - A senhora vai demorar, mamãe?


Graça(com os olhos marejados) - Não, minha filha. Eu prometo que venho te buscar antes mesmo que você pense. Eu te amo, viu? Não esquece da mamãe.


Graça beija a Júlia na testa e sai. Ela corre e entra no carro. Ela acelera.


Na estrada, a polícia encontra com ela. Graça acelera o carro, tentando despistar a polícia, mas sem sucesso. Eles perseguem ela. Graça desvia dos carros e ultrapassa eles sem poder. A polícia pede reforço. Os policiais cercam o carro dela. Graça desvia, quase bate em um caminhão, mas ela vira e cai fora da estrada, capotando o carro.


Corta para:


CENA 07 - MANSÃO LA SELVA - INT/NOITE


Agatha entra pela porta, à procura de Antônio. Os dois se encontram no escritório. Antônio abraça Agatha. Os dois se beijam. 


Antônio - Você não sabe quanto tempo eu esperei por isso, minha querida.


Agatha - Eu também, meu amor. 


Eles continuam se beijando.


Angelina entra com uma bandeja de chá e serve para Antônio que toma.


Agatha - Eu fiz esse chá especialmente para você, meu amor. Espero que aproveite ele muito bem.


Antônio começa a passar mal, seu coração começa a disparar. 


Agatha - Você lembra do homem que você matou por causa de umas terrinhas no limite da sua fazenda? Suponho que não, ne? Já que foram tantos… Mas um deles era o meu pai. O que você fez foi imperdoável. Mas eu consegui me vingar a tempo, você estava só o pó da rabiola. Ah… e mais uma coisa. O Caio não é seu filho… ele é filho do pai da Aline. Outro pobre coitado que você assassinou brutalmente.

Beijos, querido.


Agatha sai e deixa Antônio caído.


Os dias se passam. O enterro de Antônio acontece.


CENA 08 - HOSPITAL - INT/DIA


Agatha entra no quarto de Irene, que está deitada, com os olhos fechados.


Irene sente a presença e abre os olhos, ela se assusta.


Agatha - Perdão querida, eu não quis te assustar.


Irene - O que você tá fazendo aqui?


Agatha - Eu só vim te fazer uma visitinha. Ver como você está. Pelo visto, se recuperando bem.


Irene - É… eu tô mesmo. Já viu, agora pode ir embora.


Agatha - Se acalma, mulher. Tenho mais uma coisinha pra te contar. Sabe a Graça? Sua cunhadinha favorita? Foi ela a responsável pela morte do seu filho. Ela matou o Daniel. Ah… e ela está aqui, internada nesse hospital. Ela está em coma depois de ter sofrido um acidente fugindo da polícia.


Aline entra.


Aline - Acho que eu mereço um pedido de desculpas. Não é, Irene? Você fez a minha vida um inferno por isso, agora pensa que pelo menos um pedido de desculpas eu não viria cobrar? Pois diga. Anda.


Irene - Você está certa. Me perdoa. Eu fui muito injusta com você. Você consegue me perdoar?


Aline - Não… não te perdoo. Duvido que você tenha se arrependido assim. Desejo tudo de ruim. Vamos Agatha?


Agatha - Vamos, querida. Ah… Irene… a sua filha está aí. Ela quer falar com você.


Irene - Pode mandar ela ir embora. Não quero ver a Petra não. Preciso me acalmar, não me estressar.


Agatha - Tudo bem então. Beijinhos, querida.


Irene sai da cama dela e vai até o quarto de Graça. Ela observa a loira na cama, desacordada. Irene então puxa o aparelho e faz Graça morrer. Ela sai sorrateiramente do quarto e volta pra sua cama.


Alguns meses se passam. Chega o dia do casamento de Aline e Jonas. Aline está se preparando em sua casa para o casamento, quando de repente Caio invade e tenta agarrar ela à força.


Caio - Você é minha, Aline. Só minha.


Aline - Ai que saco. Nem no dia do meu casamento eu tenho paz. Chega, Caio! Eu tô cansada dessa família. Quer saber? A Petra não é filha da Irene e nem do Antônio, sim, descobri isso ontem. Por isso ela é assim, uma pessoa boa. Não aguento mais, vai pro inferno.


Aline empurra Caio da janela. 


Jussara entra no quarto.


Jussara - Aconteceu alguma coisa? 


Aline - Nada, mô. E então, vó? O que a senhora achou? 


Jussara se emociona com Aline vestida de noiva.


Jussara - É a noiva mais linda que eu já vi.


Elas vão até a igreja. Aline entra de mãos dadas com Jussara. Ela se casa com Jonas.

Sentada nas cadeiras como convidada está Pérola, casada com um fazendeiro muito rico chamado Antônio.


Petra e Clara também se casam. 


Cândida, Jussara e Angelina terminam como um trisal.


Aline vai para a plantação com Jonas.

Os dois se beijam. Ela olha pra câmera.


Aline - Pra quem duvidou que eu fosse colher o que um dia eu plantei. Aqui está a prova. Sabendo que era impossível ela foi lá e fez.


Aline entra no trator e começa a pilotar. A câmera sobrevoa a plantação e mostra a palavra “FIM” escrita pelo trator.


FIM.




E SEGUNDA, DIA 23, ESTREIA SUA NOVA NOVELA DAS 20h: ENTRE A CRUZ E A ESPADA, DE FRED.








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