JOYCE (olhando no fundo dos olhos): Você quer saber mesmo?
ISABELLE: Claro! Me diz logo.
JOYCE: Ai Isabelle, você me acharia louca, abriria essa boca pra Deus e o mundo.
ISABELLE: Você sabe que não sou assim, prometo pela alma do meu falecido marido, não que isso tenha algum valor, mas prometo que não conto.
JOYCE: Eu tenho bons sentimentos em relação a esse garoto.
ISABELLE: Sim, e?
JOYCE: E Sentimentos esses que eu nunca tive pelo Otávio.
ISABELLE (impressionada e assustada): Joyce? Você está me dizendo que-
JOYCE (cortando): Exatamente isso.
ISABELLE (sentando na cama): Eu não posso acreditar nisso que você está me dizendo, esse rapaz tem idade pra ser seu filho!
JOYCE: Me poupe de suas observações, Isabelle. Até parece que eu estou dizendo que rouba-lo da Simone. Mas... Eu não sei se vou suportar isso.
ISABELLE (irônica): Não acha que é um pouco tarde pra ascender esse fogo, minha irmã?
JOYCE: Nunca é tarde pra uma mulher amar e se sentir amada.
ISABELLE: Bom, eu vou descer porque esse assunto já foi um baque pra mim.
CENA 02 - (CASA DE SHOW/INT./NOITE):
Após o fracasso da apresentação, Camilla está no camarim, arrasada. Dona Ivone entra furiosa.
IVONE (gritando): Mas que palhaçada foi aquela?
CAMILLA (nervosa): Dona Ivone me perdoa, eu fiquei nervosa, me atrapa-
IVONE (cortando): Eu não quero saber! Você não passa de um bailarina desengonçada, não tem o menor talento! Eu agora estou ouvindo desaforo da Claudia e com total razão! Agora sai daqui, eu não quero ver essa sua cara nunca mais!
CAMILLA: Dona Ivone, por favor, eu prometo que isso nunca mais vai acontecer!
IVONE: Sai daqui menina! Minha vontade é de meter a mão na sua cara! Sai da minha frente!
Camilla sai da casa de show humilhada e arrasada, uma noite que deveria ser bem sucedida, virou um pesadelo na vida da jovem.
Corta para:
CENA 03 - (MANSÃO DOS VENTURINI/INT./MANHÃ):
SONOPLASTIA:"RESPOSTA AO TEMPO" —
NANA CAYMMI (instrumental)
O dia amanheceu, após uma noite de comemoração na mansão dos Venturini. Joyce está na mesa da sala, tomando seu café da manhã.
JOYCE: Zélia, onde está a sua filha? Eu não a vi em canto algum.
ZÉLIA: Eu deixei ela dormir mais tarde hoje, Dona Joyce. Ela parece que não foi bem naquele teste, a coitadinha tá arrasada.
JOYCE: Ah, meu Deus. Agora veja, sua filha inventa moda e quando obviamente dá errado, ela fica de luto a ponto de dormir até tarde. Olha aqui, eu deixo passar porque hoje é sabado, mas na próxima vez que isso acontecer, você vai acordar ela na mesma hora. Ela tem afazeres.
ZÉLIA: Sim senhora.
JOYCE: Pode ir, Zélia.
Simone chega na mesma hora pra tomar café também.
SIMONE: Bom dia, mãe.
JOYCE. Bom dia, minha filha. Precisamos conversar um pouco não é?
SIMONE: Pois é, precisamos mesmo. Achei estranho você ter ficado com aquela cara, ontem a noite.
JOYCE: Simone, você sabe que quando se trata da sua vida, eu faço de questão de me intrometer, porque confio cegamente nas suas decisões. Mas, meu amor... Eu acho que casamento, logo agora, é uma atitude muito precipitada!
SIMONE: Como logo agora? Que eu saiba não estamos passando por problema nenhum.
JOYCE: Eu sei, mas eu falo de você! Você é muito jovem, tem muita coisa pra viver. Um casamento agora não é o ideal.
SIMONE: Mãe, eu não vou discutir isso com a senhora. É natural que você esteja em choque, mas com o tempo você vai entender.
JOYCE (suspirando): Você que sabe. E seu pai, como sempre olhando pra tudo isso e achando o máximo.
SIMONE: Ai meu pai, eu tô atrasada!
JOYCE: Atrasada porque? Hoje é sabado.
SIMONE: É, eu sei, eu vai sair com o André, ele vai me apresentar o primo dele. Daqui ele desce.
JOYCE (surpreendida): O André está aí?
SIMONE: Sim, ele já tá quase pronto.
Simone sobe pro quarto pra se arrumar, enquanto Joyce permanece sentada por alguns segundos e em logo levanta e caminha em direção ao piano. Em seu sentimentos profundos de tristeza e complexidade, ela toca "Noturno em Si Bemol Menor" de Chopin. O som da música melancólica toma conta do ambiente. Quando André aparece atrás, fazendo gestos apreciando a música.
JOYCE (com um sorriso esplêndido): André!
ANDRÉ: Essa música é Chopin?
JOYCE: Sim, mas, eu não imaginava que você conhecia esse tipo de música.
ANDRÉ: É, eu fiz aula de piano na adolescência. É uma bela melodia, meio melancólica, mas bela.
JOYCE: Você sempre me surpreendendo.
ANDRÉ: A Simone está em boas mãos.
Isabelle encontra os dois na sala, e já entende a situação e a pretensão de sua irmã.
ISABELLE: Mas que dia lindo, adoro Chopin.
ANDRÉ: Eu vou ver a Simone, até mais.
JOYCE: Até mais, meu querido.
Enquanto André sai de cena, Isabelle observa Joyce com expressões de desgosto.
ISABELLE: Mas você não tem vergonha mesmo.
JOYCE: Não sei do que você está falando.
ISABELLE: Já tava se oferecendo pro novinho, hum?
JOYCE: Ora, meu poupe. Você tem um dom incrível em estragar o meu dia.
ABERTURA
CENA 04 - (CASA DE MARION/INT./TARDE):
Felipe vai até a casa de sua tia, a pedido dela.
MARION: Fiz um cafezinho pra você.
FELIPE: Não, não tô com fome. Eu quero saber porque você me chamou aqui.
MARION: Seu pai esteve aqui ontem. Pra variar tava devendo o aluguel.
FELIPE: E quando é que aquele porco velho não tá devendo.
MARION: Ele disse que você não pagou esse mês.
FELIPE: E nem vou pagar, tô cuidando da minha vida. Já chega de ficar sustentando aquela criatura que só sabe beber até cair.
MARION: Ele é seu pai, Felipe. Apesar de tudo, eu tenho certeza que te ama.
FELIPE: Ai não vem com essa, eu não tenho pai e nunca tive. Por mim ele vai pra rua, já vive feito mendigo mesmo.
MARION: Eu dei um dinheiro pra ele, o suficiente pra ele pagar essa casa e também pra passar o mês.
FELIPE: E eu não quero saber o que você fez ou deixou de fazer por ele.
MARION: Porque você é assim, menino? Sempre com esse jeito marrento, grosso. Eu só quero o bem de todo mundo.
FELIPE: É meu jeito, ok? Vou nessa que eu inclusive marquei com meu "priminho" lá em Copacabana.
MARION: Felipe, você ainda tá aquela mulher? Larga essa mulher em quanto tempo, você é jovem, bonito, não precisa viver nesse mundo. Seja como o André-
FELIPE (cortando): Mas que droga! Para de se meter na minha vida e ainda por cima ficar usando o André como exemplo. Eu não tive mamãe pra me ajudar em nada. Eu sempre tive que fazer meus corre pra sobreviver. Eu vou embora que eu tenho mais o que fazer.
MARION: Felipe, espera aí. Você entendeu errado. Felipe!
CENA 05 - (SHOPPING TOWER CENTER/INT./TARDE):
Otávio, em seu escritório, recebe uma ligação de Ricardo.
OTÁVIO (atendendo): Ricardo! Como vai meu filho? Ah! Que maravilha! Claro que eu tenho tempo. Eu sai de uma reunião, acertei muitos contratos, tô com tempo livre. Como é que é? Mas, isso é ótimo meu filho, e quando ele vem?
Corta para:
CENA 06 - (PRAIA DE COPACABANA/EXT./TARDE):
SONOPLASTIA:"BE MYSELF" —
CHARLIE BROWN. JR
Felipe e Giovanna estão no carro, enquanto estaciona, Giovanna o questiona:
GIOVANNA: Credo, tá com uma cara horrível, aconteceu alguma coisa?
FELIPE: Me estressei lá com a Marion.
GIOVANNA: Hmmm, nem quero saber o porque, o que vem dessa gente já sei que é problema. Melhora essa cara, vai assustar as pessoas desse jeito.
FELIPE: Tá, vamo logo, eu já me estressei mesmo.
GIOVANNA: Vai na frente que eu vou ajeitar a maquiagem aqui.
Felipe fecha a porta do carro, e segue em frente, em caminho ao mesmo barzinho. Coincidentemente, André e Simone chegam juntos, em tempo sincronizado. O que chama a atenção de Felipe.
ANDRÉ (cumprimentando Felipe): Primo! Que incrível! Eu queria te apresentar a Simone, minha namorada.
A câmera foca em Felipe, olhando profundamente pra Simone, um olhar exuberante e despertado pelo prestígio de Simone, mescla com o seu sorriso malicioso.
SIMONE: Prazer, Felipe!
FELIPE (sorriso malicioso): O prazer é todo meu.
CONGELAMENTO EM FELIPE.
A novela encerra seu sexto capítulo ao som de "Be Myself?" - Charlie Brown. Jr (tema de Felipe).
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