criada e escrita por SINCERIDADE
CENA 01: CASA ABANDONADA/EXT./NOITE
INSTRUMENTAL: TENSÃO PSYCHO - SACHA AMBACK
A cena mostra os capangas e Teófilo carregando o corpo de Dalvinha para dentro do carro do segurança da mansão Figueira. Ao colocar a empregada lá dentro, Teófilo entra em seguida e dirige até o topo de uma ribanceira. Ele desce e, junto com os outros capangas, começam a fazer força para empurrar o carro sobre o abismo. Com esforço, eles conseguem. O carro despenca sobre a ladeira, estilhaçando e pegando fogo após chegar no fim da ribanceira. Cortamos para Leila, que surge no topo, olhando a cena de camarote.
TEÓFILO (se aproximando da vilã, desesperado): Olha só o que a gente fez, dona Leila… meu Deus do céu, que loucura… a Dalvinha!
LEILA (fria): Agora não adianta se lamentar, a Dalvinha teve o que mereceu! (Olhando para os capangas) E vocês, se ficarem de bico fechado, prometo que vão ter uma boa recompensa.
TEÓFILO: E o meu carro, hein? Eu exijo um carro novinho agora, já que o meu foi pro beleléu.
LEILA: Prometo que não vai ficar sem carro.
TEÓFILO: E se alguém descobrir o que fizemos com a Dalvinha?
LEILA: Fica tranquilo, ninguém vai descobrir nada. O carro já virou pó, e ela também. Esse lugar é isolado, quase ninguém tem acesso.
TEÓFILO: E como a gente vai voltar pra cidade agora?
LEILA: O jeito agora é a gente passar a noite aqui, e voltamos pro Rio amanhã de manhã. Olha aqui, Teófilo, se você contar alguma coisa…
TEÓFILO: Eu não vou contar nada, madame. Sou seu fiel companheiro, não sou?
LEILA: Acho bom.
AMANHECE
Mostramos imagens do Rio de Janeiro amanhecendo ao som de “Don’t Break My Heart - Elton John, Kiki Dee “.
CENA 02: MANSÃO FIGUEIRA/INT./MANHÃ
Nina, Isabel e Tércio tomam café à mesa, servido por Ivani. Nina percebe a ausência de Dalvinha.
NINA: Cadê a Dalvinha, hein? Ela serve o café da manhã todos os dias…
IVANI (se enrola): Ah, a Dalvinha? Não sei… Bom, ela tinha me dito que a mãe dela estava muito mal de saúde, deve ter ido viajar pro Maranhão…
NINA: Que estranho…
Ivani acaba de servir o café e se vira, voltando para a cozinha. Em seguida, Leila surge pela porta principal. Ela tenta passar despercebida mas não escapa dos olhares de Tércio.
TÉRCIO: Leila! Meu amor!
LEILA (assustada): Ah, oi… bom dia, pessoal…
ISABEL: E aí, mamãe, como foi lá na casa da sua amiga em Niterói?
LEILA: Foi bem… mas passei por uns perrengues na volta…
NINA: Perrengues?
LEILA: Pedi ao Teófilo que me buscasse, mas quando estávamos vindo embora, o carro dele quebra, acredita?! Daí tivemos que chamar um táxi, enfim… uma grande aventura.
TÉRCIO: E a sua roupa está suja porque? Parece que estava numa oficina…
LEILA (mentindo): Pois é, eu tentei ajudar o Teófilo a arrumar o carro dele… mas não deu certo. Enfim, eu vou subir, tomar um banho…
Leila sobe a escada, indo em direção ao seu quarto. Nina percebe que tem algo de errado e decide ir atrás. Ao fundo, Ivani vê e ouve tudo, em silêncio.
CENA 03: CORREDOR DA MANSÃO/INT./MANHÃ
INSTRUMENTAL: ED S THEME - IURI CUNHA
Antes que Leila consiga entrar em seu quarto, ela é abordada por Nina ainda no corredor.
NINA: Não vai me dizer onde teve a noite toda?
Leila se vira, revira os olhos, e se aproxima.
LEILA: Quem você pensa que é pra querer que eu dê satisfação da minha vida pra você, hein? Já disse que fui na casa de uma amiga, não disse?!
NINA (afrontosa): Será mesmo? Eu não acredito em nada do que você fala, titia querida.
LEILA: E tá querendo insinuar o que com isso?
NINA: Eu? Não tô querendo insinuar nada, apenas achei estranho a forma como você saiu e chegou. O mundo desabando e a senhora indo pra Niterói fazer visitinha pra amiga? Conta outra!
LEILA (irritada): Ah, faça-me o favor!
NINA: Será o que a minha titia querida anda aprontando por aí? Será que tem um amante, um segredo que não pode se revelado? Bom, segredos eu sei que a senhora tem, e não são poucos… mas amante? Será que seria capaz de trair o pobre do Tércio?
LEILA: Olha aqui, garota, eu já tô cheia dessas suas provocações!
NINA: E eu já tô cheia das suas mentiras. Sabia que eu tô quase falando tudo pro Tércio e pra Isabel? É, tô quase colocando a boca no mundo e revelando que a Isabel não é a sua filha!
LEILA: Shhh!! Cala essa boca!
NINA: Então é melhor você andar na linha comigo. Aliás, não vai adiantar muito, porque eu já tô chegando bem perto da verdade.
LEILA: Verdade? Que verdade?
NINA (firme): Uma hora você vai saber.
Nina se retira, deixando Leila parada no corredor por alguns segundos, furiosa.
HORAS DEPOIS…
CENA 04: PRESÍDIO/INT./DIA
INSTRUMENTAL: CHANGES - EDUARDO QUEIROZ, FELIPE ALEXANDRE
Um carcereiro caminha, passando por celas sem pressa. Ela para em frente à de Elias,o homem que matou Élcio no passado.
CARCEREIRO: Tem visita pra você.
Elias ergue os olhos com desconfiança e levanta-se devagar. O carcereiro abre a cela e o conduz. Na sala de visitas, Nina e Cássio já estão sentados, esperando pelo detendo. Quando a porta se abre e Elias entra, seus olhos não entendem quem está ali. Ele para, hesita.
ELIAS (desconfiado): Quem são vocês?
Nina se levanta devagar.
NINA: Boa tarde, você que é o Elias, não é?
CÁSSIO (sério):A gente só quer conversar.
ELIAS (se sentando, ainda desconfiado): Conversar o que? Eu nunca vi vocês em toda a minha vida.
NINA: Olha, eu não quero te causar pânico, deixar você assustado… a gente só veio atrás de uma pista importante, e eu sei que você pode nos ajudar.
ELIAS: Fala logo, e cai fora daqui.
CÁSSIO: Elias, eu sou o irmão do Élcio… o homem que você tá sendo acusado de ter assassinado há mais de vinte e cinco anos.
Elias arregala os olhos, tenso.
ELIAS: E o que é que vocês querem comigo?
NINA: Elias, por favor… eu preciso que você fale a verdade.
CÁSSIO: Eu me lembro que na época, no seu primeiro depoimento, você chegou a dizer que a morte do meu irmão foi encomendada… mas logo depois, mudou o depoimento de uma hora pra outra…
ELIAS (mentindo): Eu menti. A morte não foi encomendada coisa nenhuma, agora se puderem ir embora…
NINA: Não vamos! Não vamos sair daqui enquanto você não disser a verdade.
ELIAS: A verdade é essa! Se não acredita, o problema já não é meu.
CÁSSIO: Já que a morte dele não foi encomendada, então porque fez isso com o meu irmão?
Elias se cala.
NINA: Tá vendo só? Ele tá mentindo!
CÁSSIO: Elias, por favor, colabora com a gente… a gente veio aqui só pra saber da verdade, apenas isso. Pensa bem, se a morte do meu irmão foi realmente encomendada, você pode sair daqui bem antes da pena ser cumprida. Eu prometo te ajudar se falar a verdade.
ELIAS: É sempre o mesmo papo… nesse lenga, lenga eu já tô aqui faz quase trinta anos.
NINA: Lenga, lenga? Então quer dizer que alguém realmente mandou você assassinar o meu pai e te prometeu que tiraria daqui, é isso?
Elias não diz nada.
CÁSSIO: Fala logo!
ELIAS (suspira fundo): É… a morte do tal Élcio foi encomendada sim.
NINA: Eu sabia!
CÁSSIO: Elias, por favor… agora fala pra gente, quem foi o mandante do assassinato do meu irmão.
ELIAS: Agora vocês já estão querendo saber demais!
NINA (direta): Foi uma mulher, não foi?
ELIAS: Como sabe?
CÁSSIO (tentando tirar mais coisas da boca de Elias): Então realmente foi uma mulher que mandou matar o meu irmão?
ELIAS: Foi… era uma mulher sedutora, disse que me tiraria daqui o mais rápido possível, mas só ficou na promessa...
NINA (ansiosa): O nome! Eu preciso saber o nome dessa mulher!
ELIAS: Leila. Leila é o nome da mandante.
O close nos rostos de Nina e Cássio se fundem com um efeito sonoro de impacto.
CONGELAMENTO EM NINA.
A novela encerra seu 22° capítulo ao som de “He’s The Greatest Dancer - Sister Sledge”.
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