Let's Dance! - Capítulo 30 (Última Semana)

LET'S DANCE! - CAPÍTULO 30 (ÚLTIMA SEMANA)

criada e escrita por SINCERIDADE

CENA 01: MANSÃO FIGUEIRA/INT./NOITE

INSTRUMENTAL: DENSIDADE SOTURNA - SACHA AMBACK

 Nina, Cássio, Cecília, Leandro e Lurdinha e dois policiais entram pela porta principal da mansão.

NINA (gritando, batendo palmas): LEILA! LEILA! APARECE! CADÊ VOCÊ?

Imediatamente, Leila surge no topo da escada, já irritada.

LEILA (descendo a escada, encarando todos): Mas o que é isso? Isso aqui virou a casa da mãe Joana e eu não tô sabendo? (se assusta ao ver Lurdinha) Lurdinha? Você aqui?

LURDINHA: Pois é, Leila, você até tentou, mas não conseguiu acabar comigo como queria. 

CECÍLIA (gritando): Sua vagabunda, criminosa! Você cortou os freios do carro, tentou me matar! 

NINA: E é por isso que eu trouxe a polícia até aqui, titia. Acabou! A sua casa vai cair e vai ser agora! Cadê Isabel e Tércio? Eu quero que eles estejam aqui pra ver de camarote a máscara da Leilinha caindo.

LEILA(encurralada): Não… isso é uma calúnia contra mim… eu sou inocente!

Ivani, que estava ouvindo tudo pelos cantos, se aproxima imediatamente.

IVANI (gritando): PARA DE MENTIR, LEILA! CHEGA! A Leila é uma assassina sim, dias antes de sumir, a Dalvinha me contou tudo sobre os freios do carro e que tava chantageando a Leila em troca de grana. A coitada acreditou no conto da carochinha dessa vagabunda, foi se encontrar com ela, e nunca mais voltou…

LEILA: A Dalvinha foi pro Maranhão, sua anta!

IVANI: Não foi! Antes de desaparecer, ela me disse que, se parasse de telefonar ou de mandar cartas, era porque você tinha dado um fim nela!

CECÍLIA: E você sabia de tudo, Ivani? Porque escondeu?

IVANI: Eu queria ter a Leila nas minhas mãos por mais tempo, queria fazer da vida dela um inferno! Eu não imaginava que vocês também estariam investigando a vida dessa desgraçada…

LURDINHA: Essa cobra me sequestrou! Me ameaçou, falou coisas horríveis…

NINA: Acho melhor chegarmos onde realmente interessa. Ivani, por favor, suba e chama a Isabel e o Tércio. 

IVANI: Claro.

Ivani rapidamente sobe as escadas.

LEILA (descontrolada): Isso que vocês estão fazendo é monstruoso. Eu não fiz nada, eu sou inocente! Agora saiam da minha casa, saiam agora!

NINA (frente a frente com Leila, séria): É melhor você se sentar, querida. Porque enquanto eu não contar todos os seus podres pra sua família… eu não saio dessa sala.

CECÍLIA: Eu não imaginava que você seria capaz de toda essa monstruosidade, Leila… Você deixou a bomba cair no colo da sua própria filha e não fez nada! Estava todo mundo achando que a Isabel era a verdadeira culpada pelo acidente!

LEILA (se fazendo de vítima): Eu não sei do que você tá falando, sua insolente!

Passos apressados ecoam pelo segundo andar. Tércio e Isabel descem juntos, confusos e tensos. Ivani vem logo atrás.

TÉRCIO: O que tá acontecendo aqui? Leandro, quantas vezes eu vou ter que falar que não quero você aqui na minha casa? E esses policiais aí? 

ISABEL: Pelo amor de Deus, aconteceu alguma coisa grave? 

NINA (séria): Aconteceu, sim. E vocês dois precisam me ouvir até o fim. Vai ser difícil, vai doer… Mas já passou da hora de saberem a verdade.

ISABEL: Que verdade?

NINA: A verdade sobre quem é a Leila de verdade. A mulher que você chama de mãe, Isabel, ela não é quem vocês pensam. 

LEILA (apavorada, tentando impedir Nina): Isso é um absurdo! Isabel, filha, por favor, não acredite em nada que essa louca falar aqui! 

TÉRCIO (impaciente): Já chega, Leila! Deixa a Nina falar! Eu quero entender o que está acontecendo.

Leila treme por dentro, mas percebe que já não pode fazer mais nada.

NINA: Bom, eu nem sei por onde começar… os crimes que a titia Leila andou cometendo ao longo da vida não foram poucos.

ISABEL (sem entender): Crimes?

NINA (olhando para Leila): Sim. Crimes. Titia construiu a vida dela em cima de mentiras, manipulação… e assassinato.

ISABEL (assustada): Ficou maluca? Você tá acusando a minha mãe de assassinato?

LEILA (desesperada): Isso é mentira, filha! Essa garota tá inventando tudo! Tércio, pelo amor de Deus, não escuta ela!

TÉRCIO (frio, firme): Eu já disse: deixa ela falar.

NINA: Leila e minha mãe foram criadas no interior de São Paulo e tiveram uma vida muito sofrida, até que decidiram se mudar pra cá. Vieram eu, minha mãe, meu querido pai, e a titia. (se emociona, mas firme) Meu pai trabalhava numa transportadora, fazia frete pelas estradas do interior. Era um homem decente, correto, que levava o sustento pra gente. Até que um dia, sumiu uma carga, acusaram ele de roubo, e ele foi preso injustamente… mas eu tenho certeza de que ele não faria isso. 

Os presentes na cena se entre olham, enquanto Leila mantém a expressão fechada.

NINA: E então, assim que meu pai foi parar na cadeia, minha mãe descobriu uma gravidez… Morando só nós três, a vida começou a ficar um pouco difícil sem um homem dentro de casa, mas a gente se virava… Com a barriga da minha mãe crescendo a cada dia, eu percebia que a titia Leila sentia um pouco de inveja dela.

Leila engole seco, enquanto Isabel e Tércio se entreolham, ainda sem entender onde Nina está querendo chegar.

ISABEL (revira os olhos): Se der pra acelerar, eu vou ficar agradecida.

NINA: Bom, os meses se passaram, e minha mãe começou a ter as primeiras dores do parto. Foram as duas pro hospital, enquanto eu fiquei sob os cuidados de uma vizinha. Minha mãe ficou internada alguns dias depois do parto, pois pegou uma infecção e, se aproveitando disso, a titia querida decidiu me mandar pra Ribeirão Preto contra a minha vontade. Ela me colocou num trem e nem se importou se eu estaria em segurança. Imaginem só, uma pré-adolescente viajando por aí, sozinha? Bom, dias depois, titia manda uma carta pra gente dizendo que minha mãe havia falecido, e que meu pai também, depois de ter pego uma pneumonia no presídio. E foi nessa mesma carta que ela disse que iria cuidar da criança, mas que não iria tomar o lugar da minha mãe de jeito nenhum. 

TÉRCIO: E a criança? O que aconteceu com o bebê?

NINA (emocionada): O bebê… é uma menina… 

TÉRCIO: E onde ela está agora? 

NINA: Ela está aqui…

Nina olha diretamente pra Isabel, que não consegue desviar o olhar.

NINA (com os olhos marejados): A Leila não é a sua mãe, Isabel! Essa mulher te roubou da minha mãe quando você nasceu. Você… você e eu somos irmãs. 

ISABEL (inconformada, quase gritando): PARA! PARA! Você tá inventando tudo isso! Está louca!

NINA: Louca, eu? A única louca dessa história é a Leila, Isabel! Essa mulher foi capaz de te tirar de sua verdadeira mãe só pra se casar com um homem rico, já que ela nunca pôde ter filhos! A Leila é estéril! E além do mais, ela contratou um detento no presídio e foi a mandante do assassinato do meu pai! Eu tenho provas, Leila… eu fui atrás do Elias e ele vai confirmar tudo quando você for pra cadeia. Acabou!

LEILA (desesperada): ISSO É MENTIRA DELA! Isabel, filha, por favor, não acredite nessa mentirosa! Ela tá fazendo isso tudo pra acabar com a nossa família, pra me colocar contra vocês! Isabel, você sabe o quanto eu te amo, não sabe?

NINA (indo até Cássio, que lhe entrega algo): Toda a verdade tá aqui ó, nesse diário. A Leila escrevia a vida dela toda aqui, e tudo o que eu falei tá escrito pelo próprio punho dela.

LEILA (se desespera mais ainda, gritando): SUA DESGRAÇADA! ONDE VOCÊ ACHOU ISSO?

NINA: Eu fui obrigada a vasculhar as suas coisas, e por um milagre de Deus… acabei encontrando o que queria.

Nina dá alguns passos a frente e entrega o diário para Isabel, que acaba pegando.

NINA: Quando tiver um tempinho, é só dar uma olhada e você vai ver que eu não tô mentindo.

ISABEL (começa a chorar, se virando para Leila): Fala pra mim que tudo isso é mentira. Fala pra mim que você não teria a coragem de fazer tudo isso que estão te acusando… fala!

Leila se mantém em silêncio, com a cabeça baixa.

NINA: E além do mais, foi a Leila quem cortou os freios do carro em que estava a Cecília.

TÉRCIO (arregala os olhos): Como é que é? Isso é verdade, Leila?!

NINA: A Leila é um monstro! A Dalvinha… lembram dela? A Leila deu um fim! A coitada da empregada descobriu que Ela havia cortado os freios do carro e pagou com a própria vida. E não sou só eu que sei dessa história, não. A Lurdinha e a Ivani estão de provas! 

TÉRCIO (explode): DESGRAÇADA! MALDITA! MALDITA!

Tércio parte pra cima de Leila com violência, mas acaba se sentindo mal. Ele leva a mão ao peito, cambaleia e cai com força no chão.

ISABEL (grita): PAI!!!!

Todos correm até ele. Leandro imediatamente começa a fazer movimentos de primeiro socorros. Isabel e Cecília estão em pânico, enquanto Leila observa tudo com um olhar sombrio. Ivani se aproxima dela e lhe dá um empurrão.

IVANI (gritando, descontrolada): TÁ VENDO? TÁ VENDO O QUE VOCÊ FEZ SUA DEMÔNIA? SE O TÉRCIO MORRER A CULPA VAI SER SUA POR TER ENVENENADO ELE!

Os dois policiais se aproximam com firmeza. Um deles tira a algema do cinto.

POLICIAL: Vamos, a senhora tem muito o que explicar na delegacia.

Leila olha para os policiais, depois para todos à sua volta. Todos a encaram com ódio, repulsa ou decepção. 

LEILA (gritando, tentando se soltar): NÃO! EU SOU INOCENTE, EU NÃO FIZ NADA! SOCORRO! ISABEL, FILHA, ME AJUDA! 

Leila é levada aos berros pelos policiais, enquanto encara Isabel. Isabel cai de joelhos, completamente arrasada. Já na área externa, a câmera acompanha Leila sendo colocada na viatura. Enquanto isso, Tércio segue desacordado no chão da mansão, cercado por Leandro, Cecília, Isabel, Cássio, Nina e Lurdinha. A câmera se afasta.

CONGELAMENTO.

A novela encerra seu 30° capítulo ao som de “Boogie Oogie Oogie - A Taste Of Honey”.