04/07/2025

Teia de Sedução - Capítulo 24





“TEIA DE SEDUÇÃO”

Novela criada e escrita por

Susu Saint Clair

Capítulo 24


CENA 01: MANSÃO DOS PASSARELLI - QUARTO DE JAQUELINE - NOITE

CONTINUAÇÃO IMEDIATA DA CENA FINAL DO CAPÍTULO ANTERIOR.

VOLNEY: Quer namorar comigo, Jaque?

Jaqueline arregala os olhos, pega de surpresa.

JAQUELINE: Você enlouqueceu, né Volney?

VOLNEY: (sorri) Eu?

JAQUELINE: É, disse que só queria amizade, que não queria confundir as coisas, do nada me arrasta aqui pra dentro, me come, e agora me pede em namoro?! O que é que tá acontecendo com você?

VOLNEY: Só percebi o quanto eu fui idiota em ter te rejeitado. E eu preciso seguir em frente, né? De um jeito ou de outro. Eu preciso deixar o passado para trás... Se é que você me entende. 

JAQUELINE: Sei, você tá falando do Afonso. Olha, não sei. Eu preciso pensar.

Ela se levanta e começa a se vestir. 

VOLNEY: Peraí, mas você não tá apaixonada por mim?

JAQUELINE: E você me rejeitou, ué. Cê acha o quê? Que é assim? Só porque eu tô afim de você que eu vou aceitar seu pedido assim sem mais nem menos? Até ontem à noite você disse que amava o Afonso, que não conseguia tirar ele da cabeça, agora vem aqui e me pede em namoro… É o quê? Eu sou um tapa buraco pra você?

VOLNEY: Não é isso, Jaque. Você não tá me entendendo.

JAQUELINE: Não estou mesmo! (pausa, respira fundo) Quer saber? Vamos fazer o seguinte: amanhã a gente conversa melhor, e aí eu te dou uma resposta definitiva, pode ser?

VOLNEY: (se levantando) Você vai pensar no meu pedido?

JAQUELINE: Vou. 

VOLNEY: (toca no rosto dela) Pensa com carinho…

Ele se veste e vai embora. 

CENA 02: MANSÃO PASSARELLI - QUARTO DE AFONSO - NOITE

Afonso reage à novidade contada por Jaqueline.

AFONSO: Como assim ele te pediu em namoro? 

JAQUELINE: Pois é. 

AFONSO: Isso tá muito estranho. Não tem nem 1h que ele saiu aqui do quarto. Veio aqui falando que me amava, e não sei o quê… aquela ladainha de sempre. Aí sai daqui. Entra no seu quarto. Fode com você. E te pede em namoro? Pra mim alguma ele tá aprontando. (se lembra) Sem contar que ele também falou com essas palavras: “você nunca vai ser feliz com o Otávio”. É brincadeira uma porra dessas? Depois de tudo o que eu passei, ainda tenho que ouvir isso?! 

JAQUELINE: Eu tô achando muito esquisito. Por isso que não aceitei logo de cara esse pedido. Se eu agisse na emoção teria aceitado, porquê, né? Mas aí eu disse que ia pensar. 

AFONSO: (decidido) Você não vai pensar em nada. Você vai aceitar! 

JAQUELINE: Como assim, Afonso, ficou louco?

AFONSO: Jaqueline, o Volney reagiu mal à notícia do meu casamento com o Otávio, aí saiu daqui e te pediu em namoro, o que você acha que ele tá querendo? Te usar pra me causar ciúmes né? Ou então pra não se sentir por baixo! Você vai aceitar esse pedido! Porque se ele tá te usando pra me sacanear, ele vai engolir o próprio veneno. E presta atenção. Você é puta! Puta não pode se apaixonar porque puta que se apaixona é burra! Eu sou puta também, mas pelo menos me apaixonei pelo homem certo! Se liga.

CENA 03: PEDRA DO FORTE - PRAIA - MANHÃ

No dia seguinte, Jaqueline marca um encontro com Volney na praia. Eles caminham lado a lado pela areia molhada, com o vento soprando forte e o som das ondas ao fundo.

VOLNEY: E aí... pensou?

JAQUELINE: (mentindo) Pensei a noite inteira. Nem consegui dormir, pra ser sincera.

VOLNEY: (esperançoso) E...?

JAQUELINE: Eu aceito namorar com você.

Volney abre um sorriso largo, aliviado. Se aproxima e a beija com vontade. Jaqueline corresponde por um instante, mas logo o interrompe com delicadeza.

JAQUELINE: Mas tem uma coisa.

VOLNEY: O quê?

JAQUELINE: Eu acho melhor a gente não se expor muito.

Volney franze o cenho, confuso.

VOLNEY: Como assim?

JAQUELINE: Melhor que esse namoro fique só entre a gente, pelo menos por agora.

VOLNEY: Tá dizendo... tipo namoro escondido?

JAQUELINE: Não é escondido. Nossas famílias podem saber, claro. Mas em público, na rua, nos lugares... melhor a gente manter uma certa distância. Fingir que somos só amigos.

VOLNEY: (baqueado) Poxa...

JAQUELINE: Vai ser só por um tempo. Só agora, no comecinho.

Volney finge aceitar, mas o sorriso não volta.

VOLNEY: Tá… se é assim que você quer.

Jaqueline sorri doce, segura do próprio jogo. Volney, porém, fica ali, encarando o mar com o olhar perdido — frustrado, desconfiado.

CENA 04: MANSÃO VON BERGMANN - SALA DE JANTAR - MANHÃ

Nelson, José Carlos, Gioconda, Gisela, Marcos e Sabrine tomam café em silêncio. 

GIOCONDA: Então, Zé Carlos, tem alguma notícia do Otávio?

JOSÉ CARLOS: Tenho, mas a pedido do meu filho, eu não vou falar nada sobre o que tá acontecendo com a vida dele. Mas o Otávio está feliz, se é o que você quer saber, Gioconda. Longe dessa casa e de certas pessoas... (Gisela o fuzila com o olhar nessa hora)... não tinha como ser diferente, não é mesmo?

GIOCONDA: É... Que bom que ele está feliz, eu fico aliviada em saber disso... a saída dele aqui de casa não foi nem um pouco agradável. 

GISELA: (cínica, venenosa) Eu não fiz, nem falei nada demais aquele dia. 

JOSÉ CARLOS: Ninguém citou seu nome, a carapuça serviu, meu amor?

GISELA: Não seja cínico. Eu sei que vocês estão falando de mim. O problema do Otávio é que ele leva tudo pro coração.

JOSÉ CARLOS: (com um sorriso irônico) Você não é diferente, querida. Afinal de contas, você ficou com os ânimos BEM exaltados depois de ter levado um pé na bunda do Felipe.

Gisela se levanta, furiosa. 

GISELA: (grita) Você cala essa boca!

JOSÉ CARLOS: (ri) Não disse? 

Nelson põe a mão no peito. 

NELSON: (sentindo dor) Ai.

GIOCONDA: (preocupada) O que foi, papai?

NELSON: Eu não tô me sentindo bem. Uma dor no peito. Uma tontura…

De repente ele desmaia com a cara no prato. Todos reagem preocupados, exceto por Gisela, que morde o pedaço de melão, plena e com um sorriso discreto nos lábios.

CENA 05: MANSÃO VON BERGMANN - CORREDOR - MANHÃ

José Carlos sai do quarto de Nelson.

GIOCONDA: E aí? 

JOSÉ CARLOS: Ele está melhor, só precisa repousar. 

GIOCONDA: Não é melhor chamar um médico?

JOSÉ CARLOS: Não será necessário. O Nelson está um pouco fraco, mas eu acho que não é nada. Ele só precisa dormir um pouco. 

Gioconda fica intrigada.

CORTA PARA O INTERIOR DO QUARTO DE NELSON:

Deitado na cama, Nelson conversa com José Carlos.

JOSÉ CARLOS: (sorri) Muito boa atuação, amor.

NELSON: (rindo) É bom que todos, principalmente a Gisela, pense que estou realmente passando mal, que estou morrendo. Quero que ela pense que está por cima. Eu vou pegar essa maldita na curva!

Ele sorri, maquiavélico. 

CENA 06: MANSÃO VON BERGMANN - SALA DE ESTAR - MANHÃ

Marcos e Sabrine conversam discretamente. 

MARCOS: Você viu o que o José Carlos disse sobre o Otávio? 

SABRINE: Vi. Ele deve tá bem feliz agora que o Afonso saiu da cadeia, né?

MARCOS: Desgraçado…

SABRINE: Pra ele não querer que a gente saiba da vida dele, é porque a coisa lá deve estar às mil maravilhas, né?

MARCOS: Sabrine, eu vou dizer uma coisa pra você. O Afonso pode até ter saído da cadeia, e provavelmente, o Otávio deve estar bem feliz ao lado dele agora. Mas essa felicidade não vai durar muito tempo. Eu não vou descansar até fazer com que o Otávio seja meu de novo!

CENA 07: MANSÃO VON BERGMANN - QUARTO DE GISELA - MANHÃ

CAETANO: Senhora, eu sei que vai parecer estranho o que vou dizer, mas achei muito esquisito esse mal estar do sr. Nelson.

Gisela o observa, intrigada.

CAETANO: Em momento algum eu o vi tocar na comida que eu mesmo servi à ele. Será que ele não tá… fingindo? Ele pode ter descoberto que nós estamos envenenando ele. 

De repente, a porta se abre, chamando a atenção dos dois. Gioconda os encara. 

GIOCONDA: Gisela, eu vou te perguntar só uma vez. Você tem alguma coisa a ver com esse mal estar que nosso pai anda tendo ultimamente?

GISELA: (fria) Meu bem, você sabe que esse é o único jeito que eu tenho de garantir o nosso patrimônio, não sabe? A Jaqueline, aquela bastarda dos infernos, não pode colocar as mãos na fortuna de papai antes da gente!

GIOCONDA: Gisela, você não pode fazer isso. Apesar de tudo, de todos os defeitos… ele ainda é nosso pai! 

Gisela dá um sorriso gelado e perverso.

GISELA: (falando baixo) Não seja ridícula, Gioconda. Você é a última pessoa que deveria protestar quanto ao que nós estamos fazendo. Até porque foi assim que você garantiu a herança e a pensão de seu marido, não foi?

Gioconda gela. 

GIOCONDA: São duas situações completamente diferentes. 

GISELA: Não, meu bem. Não é! Você matou o seu marido quando ele descobriu que o Marcos e a Sabrine eram filhos de outro homem. Matou porque sabia que ele iria deserdar você e ainda corria o risco de deserdar os dois. (se refere à ela e Caetano) E não se esqueça, que foi graças a nós dois, que até hoje todo mundo pensa que ele morreu por causa do carro que caiu no precipício! 

Gioconda está com os olhos marejados, uma mistura de ódio e medo em seu olhar. Ela encara Caetano e Gisela ao mesmo tempo. 

GISELA: Nós temos um pacto, minha irmã. Se você contar pra alguém o que nós estamos fazendo. Todo mundo vai saber o que você fez. 

CAETANO: E também vão saber que o Marcos e a Sabrine… são meus filhos! 

CLOSE NO CELULAR DE GISELA, O PONTO VERDE PISCANDO NA CÂMERA, SINAL QUE A CONVERSA ESTÁ SENDO GRAVADA.

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