A Terceira Vértice - Capítulo 02 (19/03/2024)

 


A TERCEIRA VÉRTICE - CAPÍTULO 2


Após se cumprimentarem, Daniel e Rodrigo ficam se olhando por um tempo. 

Lucas: (percebendo o clima) Bem, agora que vocês dois se conheceram, eu preciso sair. 

Daniel: Sair? 

Lucas: (pegando sua carteira) É, eu esqueci de comprar um ingrediente pra colocar em um dos pratos que eu preparei. Vou no mercado. Volto já.

Daniel: E se chegar alguém?

Lucas: Se chegar alguém vocês recebem pra mim e diz que eu não demoro. Ah, não esqueçam de tirar o assado que tá no forno. Fiquem à vontade, a casa é de vocês. Tchau.

Ele abre a porta e sai. Os dois ficam sozinhos, num silêncio quase que embaraçoso. Daniel caminha pela sala, olha para Rodrigo, que o encara. Os dois riem, sem jeito.

Daniel: É…

Rodrigo: Eu acho…

Daniel: Eu vou… 

Rodrigo: Você nã…

Daniel: Eu…

Os dois silenciam, sorrindo. 

Rodrigo: Eu vou abrir o vinho… Você não quer um pouco de vinho?

Daniel: Claro…

Rodrigo se serve e coloca vinho numa outra taça. Entrega a Daniel.

Daniel: Obrigado. 

Os dois bebem e continuam calados. 

Rodrigo: (toma iniciativa) É… não imaginava que o Lucas tivesse amizade com você. 

Daniel: (sem entender) Não imaginava? 

Rodrigo: É que… eu meio que já te conhecia. De vista, claro. Já tinha visto seu perfil no Insta. 

Daniel: (ri) E não viu que a gente tinha ele como seguidor em comum?

Rodrigo ri.

Rodrigo: É, eu vi. (ri) Eu sou péssimo puxando assunto. 

Daniel: Mais uma coisa que a gente tem em comum além da amizade com o Lucas. Por isso que eu tava calado esse tempo todo. Não queria começar a falar e dizer alguma besteira. Não que você tenha dito alguma besteira, eu tô falando por mim. 

Rodrigo: Eu entendi, relaxa. Eu sou péssimo puxando assunto, mas eu sou ótimo fazendo outras coisas. 

Daniel dá um sorrisinho.

Daniel: Tipo o quê?

Rodrigo: Melhor eu te mostrar. É que não vai ter muita graça se eu só te falar. 

Daniel: Então me mostra. 

Rodrigo se aproxima dele, tira a taça de sua mão e coloca em cima da mesa. Em seguida, o puxa para um beijo de língua, que é correspondido. Os dois se afastam. Daniel sorri.

Daniel: Achei que tava blefando.

Rodrigo: Não esperava por isso, né?

Daniel: Na verdade não esperava que você realmente tivesse razão no que tava dizendo. 

Rodrigo o beija novamente, mas Daniel o afasta.

Daniel: Os convidados do nosso amigo podem chegar a qualquer momento. 

Rodrigo: Você não entendeu ainda, né?

Daniel: O quê?

Rodrigo: Acho que não vai chegar ninguém. 

Daniel ri. 

Daniel: Não acredito. Isso aqui é um encontro? É isso mesmo? O Lucas inventou essa história de jantar só pra juntar a gente?

Rodrigo: (ri) Acho que sim.

Daniel: Você sabia disso, né?

Rodrigo: Juro que não. 

Daniel: Ele disse que tinha uma carne no forno. Você não está com fome?

Rodrigo: Tô sim… tô cheio de fome.

Os dois se agarram e se beijam, indo em direção ao quarto. Rodrigo tira seu casaco, enquanto Daniel o encara com um olhar hipnotizante. Após jogar seu casaco numa cadeira, Rodrigo tira a camisa. Daniel se aproxima e o beija, com muito fogo. Rodrigo vai levantando a camisa dele por trás, tirando-a, até que consegue tirá-la completamente. Daniel passa sua mão pelo peitoral, descendo o abdômen e chegando no botão da calça. Ele abre e tira a calça do rapaz, ficando de joelhos e com o rosto próximo ao volume formado na cueca branca. Daniel apalpa o volume com força, fazendo Rodrigo gemer e fechar os olhos, sorrindo. Daniel morde o volumão por cima da cueca e depois disso, a baixa completamente. Começa a sugar o pau dele, deslizando com a boca até engoli-lo. Rodrigo nem o deixa terminar, o levanta, e à medida que vai levantando, Daniel passa a língua pelo abdômen dele, subindo até o peitoral e por fim, dá um chupão no pescoço. Os dois se beijam novamente e em meio aos beijos, Daniel tira sua calça, até que Rodrigo o joga na cama. Ele sobe na cama e fica por cima de Daniel, beijando-o. Depois, começa a descer, distribuindo beijos molhados pelo seu corpo, até chegar na cueca, onde o pau já estava trincando de tão duro. Com delicadeza, Rodrigo tira a cueca dele. Pega uma camisinha no bolso de sua calça e depois, um frasco do lubrificante K-MED. 


Rodrigo começa a penetrá-lo.

Rodrigo: Tá doendo? 

Daniel: (sorrindo) Não. 


Horas depois, Daniel está com a cabeça no peito de Rodrigo, que lhe faz carinho no cabelo.

Daniel: Eu tô me permitindo pela primeira vez em muitos anos.

Rodrigo: Eu também. 

Daniel olha para ele, surpreso.

Daniel: Há quanto tempo que você não se envolve com alguém?

Rodrigo: Uns cinco anos.

Daniel: (chocado) Cinco?

Rodrigo: Desde que minha namorada se foi.

Daniel: O que aconteceu?

Rodrigo: Ela me trocou por uma bolsa de estudos no exterior. E eu não estava afim de me envolver com ninguém porque ainda era apaixonado por ela. Fiquei com alguns caras e umas meninas depois disso, mas nada sério.

Daniel: E agora?

Rodrigo: O que tem?

Daniel: Tá disposto a ter algo sério com alguém?

Rodrigo: Quem sabe… E você? 

Daniel: Talvez… Por enquanto só quero deixar as coisas fluírem… Sem pressão.

Rodrigo passa a mão no cabelo dele, enquanto o admira.

Daniel: O que você faz da vida?

Rodrigo: Além de viver? 

Daniel sorri.

Rodrigo: Eu sou investigador. 

Daniel: (ri) Stalker. 

Rodrigo: No seu caso eu fui sim. 

Os dois sentem cheiro de algo queimando. 

Rodrigo: Tem alguma coisa no fogo?

Daniel: (levanta correndo) Meu Deus, a carne assada. 

Ele corre até a cozinha e desliga o forno. Ele abre e sai um fumaceiro de lá. Com o auxílio de um pano, ele tira o assado do forno e coloca em cima do fogão. 

Daniel: Droga, acabou nosso jantar. (olha para Rodrigo que está parado na porta da cozinha)

Rodrigo: Pelo menos tem outras coisas pra comer. A carne é o de menos. E você já comeu um frango assado hoje. 

Daniel: (ri) Para de palhaçada. 

Rodrigo: Mais uma coisa no que eu sou bom: piadas. 


Na mansão, Angélica prepara um chá na cozinha. Olga aparece.

Olga: Dona Angélica, estou indo repousar. 

Angélica não responde.

Olga: A senhora vai servir o chá pra dona Sílvia?

Angélica: (seca) Pode ir, Olga, se eu precisar de qualquer coisa, eu te chamo.

Olga: Claro. Com licença, boa noite.

Olga se retira. Angélica olha pros lados, coloca a mão dentro dos peitos, tirando de lá, um frasco com um líquido. Ela despeja o líquido no chá e mistura com a colher. Coloca a xícara na bandeja e sai da cozinha.


Ao chegar no quarto de Sílvia, ela vê a mulher dormir. Coloca a bandeja na mesa de cabeceira e senta-se na cama, ao lado dela. 

Angélica: Dona Sílvia. 

Sílvia acorda.

Angélica: Trouxe seu chá.

Ela pega a xícara e entrega a Sílvia, que se ajeita na cama, com dificuldade. 

Sílvia: Obrigada. 

Sílvia pega a xícara e começa a tomar. Angélica sorri discretamente. Após beber, Sílvia entrega a xícara para Angélica que põe de volta na bandeja.

Sílvia: O Daniel já chegou?

Angélica: Não. E creio que quando ele chegar, a senhora já não o veja mais. 

Sílvia a olha, sem entender nada.

Angélica: (passa a mão na cabeça de Sílvia) Você não imagina quantos anos eu esperei por esse momento. 

Sílvia: Que momento? Do que você está falando, Angélica?

Angélica: Nunca me casei. Mas ainda assim eu fui traída… E não há dor maior na vida do que a dor de uma traição. Principalmente quando a traição vem daquela que se dizia sua melhor amiga. 

Sílvia: Angélica, eu não estou te entendendo.

Angélica: Você cravou uma faca nas minhas costas, Sílvia. Cravou uma faca nas minhas costas quando subiu no altar com o homem que deveria ser meu. Quando se tornou dona da casa que deveria ser minha. E quando tomou posse da vida que era pra ter sido minha! A maior traição que eu tive na vida veio de você. (ri, descontrolada) Como se não bastasse ainda me colocou aqui como uma reles empregada. 

Sílvia: (chocada) Angélica…

Angélica: Era a mim que o Alfredo amava. Aquele homem me fez feliz mesmo estando casado com você. Você pode ter conseguido se tornar uma Ferraz, mas era na minha porta que ele batia quando você pegava no sono. Era na minha cama que ele tinha prazer de verdade. E foi comigo que ele teve um filho. Filho que você nunca foi capaz de dar a ele. Aliás um só não. Três! (ri) Sabe que se eu tivesse tempo pra sentir pena de você eu até teria?

Sílvia começa a tossir.

Angélica: Mas não se preocupe, tá?… Vou cuidar muito bem do Daniel. 

Sílvia começa a engasgar. 

Angélica: (se aproxima e sussurra, com ódio) Porque depois que você se for… Ele será o próximo!

Sílvia engasga, desesperada, tenta respirar, mas não consegue. Agoniza, sufocando. Ela dá o último suspiro e morre, de olhos abertos. Angélica fecha seus olhos, gargalhando triunfante. 

Angélica: Rainha morta… rainha posta! 


Rodrigo para o carro em frente à mansão. 

Rodrigo: Bonita sua casa. 

Daniel: Até te convidaria a entrar, mas tá tarde… 

Rodrigo: Não… eu entendo. Eu preciso ir também, tô muito cansado e amanhã eu tenho compromisso. Mas eu quero te ver mais vezes. 

Daniel: Eu também.

Eles se beijam. 

Rodrigo: Te mando mensagem mais tarde. 

Daniel: Tchau. 

Ele sai do carro. Rodrigo dá a partida e vai embora. 


Ao entrar em casa, Daniel vai subir as escadas de casa quando se depara com Angélica descendo correndo, aparentando desespero.

Angélica: Graças a Deus você chegou, Daniel.

Daniel: O que houve, por que você tá assim?

Angélica: (derrama lágrimas) Meu filho, sua mãe…

Daniel: (sério) O que tem minha mãe? Fala! O que tem minha mãe?

Angélica: Ela não me responde mais. Chamei ela pra tomar um chá, ela não respondeu.

Daniel: Não…

Angélica: A sua mãe está morta. 

Daniel: NÃO! 

Ele sobe correndo e invade o quarto de Sílvia, se deparando com ela morta em cima da cama. 

Daniel: Mãe… (vai até a cama, senta e sacode ela) Mãe. Acorda, mãe. MÃE. 

Angélica entra calmamente no quarto.

Daniel: (olha pra ela) Não fica aí parada, chama o médico.

Angélica: Ela se foi, Daniel! Sua mãe se foi! 

Daniel olha pro corpo da mãe, aos prantos, inconsolável. Ele deita a cabeça no peito dela, chorando desesperadamente. Angélica sorri maquiavelicamente ao vê-lo daquela forma. 


No dia seguinte, Sílvia é enterrada. Daniel deixa uma rosa no caixão dela, que está dentro do túmulo. Os coveiros jogam terra por cima e o rapaz chora, desesperadamente, sendo consolado por Lucas, que está ao seu lado. Angélica olha para a cena friamente. 


Dias mais tarde, ocorre a leitura do testamento de Sílvia, no escritório da mansão. Daniel permanece com um óculos escuro e uma expressão fechada. Além dele, Angélica também está presente. 

Advogado: Eu, Silvia de Abrantes Ferraz, aos cinquenta e oito anos, em pleno gozo das minhas faculdades mentais, deixo noventa por cento do meu patrimônio, que corresponde à mansão e tudo o que há dentro dela, os automóveis, e a minha fortuna estipulada em 200 milhões de dólares para meu único filho, Daniel de Abrantes Ferraz. O restante, deixo para minha amiga de muitos anos, Angélica Castillo, que serviu como governanta em minha casa. Dez por cento este que corresponde à casa de praia em Búzios e tudo o que há dentro dela, sendo esta propriedade, pertencente a mim antes do meu casamento. 

Angélica se corrói por dentro, mas tenta disfarçar perante aos dois.

Advogado: Por favor, assinem aqui. 

Angélica assina, à contragosto. Daniel também assina. Angélica cumprimenta o advogado. 

Angélica: Muito obrigada, doutor. Dona Sílvia sempre foi muito generosa… Fico feliz de ter sido lembrada de forma tão carinhosa por ela. 

Daniel: Angélica, você ajudou a me criar. Quero que continue morando nessa casa. 

Angélica: (toca no rosto dele) É claro, meu amor, eu jamais vou te abandonar… Agora, se me permitem, vou descansar, estou com uma enxaqueca horrível. 

Daniel: Claro. 

Angélica dá um beijo no rosto dele e sai. 


Ao chegar no quarto, com muita fúria, ela passa a mão em cima da mesa de cabeceira, derrubando tudo.

Angélica: Maldita. Vai queimar nas profundas do inferno, sua desgraçada! Se ela pensa que eu vou deixar esse filho da puta tomar posse de tudo, ela está muito enganada. Eu vou passar como um trator por cima dele.


Ainda no escritório, o advogado entrega um envelope para Daniel. 

Daniel: O que é isso?

Advogado: Sua mãe quando fez o testamento me pediu pra te entregar essa carta. 

Após o advogado ir embora, Daniel abre o envelope e lê o conteúdo da carta.

Sílvia: (voz) Meu filho, quando estiver lendo isso, eu já devo ter partido. Aliviada e com a sensação de felicidade e realização, por ter tido um filho tão amado e tão querido. A primeira vez que te vi, senti um amor tão grande, como se você realmente tivesse saído de dentro de mim. Um filho que a vida me presenteou. Corra atrás dos seus sonhos. Caso um dia deseje buscar suas origens, vá! Sem jamais esquecer dessa mãe que sempre te amou e sempre te amará até a eternidade. Você foi o verdadeiro amor da minha vida, Daniel. Seja feliz, meu filho. Da sua mãe, Sílvia. 

Daniel fica em choque. 


A campainha toca. Rodrigo vai atender e dá de cara com Daniel.

Rodrigo: Oi… 

Ele abraça Daniel, que desaba no choro. Rodrigo o faz deitar a cabeça em seu ombro. Minutos depois, Daniel está no sofá. Rodrigo entrega um copo d’água para ele, sentando-se ao seu lado. 

Rodrigo: Toma. 

Daniel bebe água. 

Rodrigo: Sinto muito pela sua mãe. 

Daniel: (com a voz embargada) Ela já estava doente fazia um tempo. Sempre muito fraca. Sinto um alívio porque o sofrimento dela acabou, mas ao mesmo tempo é uma dor muito grande. 

Rodrigo: (faz carinho nele) Eu sei como é… Me desculpa por não ter ido te ver na sua casa, mas é que eu fiquei sem jeito de aparecer lá. Fiquei com receio de invadir seu espaço, ainda mais num momento como esse. 

Daniel: Não precisa se desculpar. Eu vim porque… eu descobri que fui adotado. 

Rodrigo: (surpreso) É sério?

Daniel: É. Eu pensei muito. E tomei uma decisão. 

Rodrigo: Que decisão?

Daniel: Eu quero encontrar minha mãe biológica. Eu quero que você investigue o paradeiro dela. Posso contar com a sua ajuda?

Rodrigo fica surpreso.

ENCERRAMENTO.



Oferecimento: K-Med. 


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