25 de mar. de 2024

A Terceira Vértice - Capítulo 07 (25/03/2024)


 A TERCEIRA VÉRTICE – CAPÍTULO 7


Personagens deste capítulo 

Daniel - Humberto Carrão

Rodrigo - Gabriel Leone

Angélica - Glória Pires 

Olga - Débora Ozório 

Marinalda - Gabz 


Rodrigo fica incrédulo ao reconhecer Angélica na imagem.

Recepcionista: Você conhece essa mulher?

Rodrigo: (disfarça) Não... quer dizer. Deve ser uma parente distante. (solta um riso) Nunca cheguei a conhecer.

Recepcionista: Novamente sinto muito pela sua perda. Se tiver algo que eu possa fazer.

Rodrigo: Eu não tenho muito contato com a minha família, já faz tempo que não falo com ninguém, então se puder me dar informações sobre o velório e até mesmo sobre o enterro da minha avó, eu ficarei muito agradecido. (entrega o cartão para ela) Você pode me ligar a hora que quiser ou mandar uma mensagem.

Recepcionista: Pode deixar.

Rodrigo: Obrigado!

Rodrigo dá as costas e vai saindo do asilo. Ele pega seu celular e disca, levando ao ouvido.

“A sua chamada está sendo encaminhada para a caixa de mensagem. Você pode mandar um recado após o sinal”

Rodrigo: Oi Dan, eu tô preocupado. Você não atende minhas ligações, não responde minhas mensagens. Me liga assim que puder.

Ele encerra a chamada, entra no carro e dá a partida.

 

Enquanto isso, os paramédicos conduzem Daniel, que está desacordado em cima de uma maca, até a ambulância. Marinalda, preocupadíssima, e Olga, plena, vão atrás.

Marinalda: Eu preciso ligar pra alguém. Vou falar com dona Angélica.

Olga: (a impede) Nem pense nisso!

Marinalda: Qual o seu problema, Olga? O Daniel não pode ir pro hospital sozinho, eu preciso falar com alguém pra acompanhar ele.

Olga: Ah é? Por que você não foi então? Ah, lembrei. Se você fosse, dona Angélica ia te punir, não é? A única pessoa que tem problemas é você, Marinalda, que só faz merda. Quando dona Angélica chegar, eu é quem vou avisá-la do ocorrido. Enquanto isso, vai fazer o seu trabalho, vai. É o melhor que você faz.

Marinalda volta para dentro. Olga revira os olhos e também entra.

 

Marinalda adentra a cozinha quando seu celular toca.

Marinalda: (atende) Alô? Sim, é a neta dela. (em choque) O quê?

Olga entra.

Olga: O que foi?

Marinalda olha para ela com lágrimas nos olhos.

Marinalda: A minha avó morreu.

Ela chora, inconsolável.

Olga: (dá muxoxo) Achei que fosse alguma coisa séria. Dá licença, tenho que tirar essa carne do forno antes que ela queime. (ela vai até o fogão)

Marinalda olha para ela, incrédula.

Marinalda: Você escutou o que eu disse?

Olga se vira e a encara.

Olga: Ouvi. O que você quer que eu faça? Que eu mande sua vó reviver igual Jesus fez com Lázaro?

Marinalda: Meu Deus... Você tem um coração de pedra igual a dona Angélica.

Olga: Olha só, Marinalda. Eu não tenho nada a ver com a sua vida. Sua avó morreu? Que pena pra você!

Marinalda: Eu vou pro meu quarto.

Ela vai, aos prantos. Olga ouve o telefone tocar. Ela tira a carne do forno, coloca em cima do fogão e vai até a sala atender.

Olga: (atende) Mansão Ferraz, quem deseja?

Rodrigo: É o Rodrigo.

Olga: Ah, como vai, seu Rodrigo, é Olga.

Rodrigo: Oi, Olga. O Daniel tá em casa? Eu tô há horas tentando falar com ele, mas nada dele me atender.

Olga: Olha, o seu Daniel passou mal hoje cedo e deu entrada no hospital.

Rodrigo: (em choque) O quê? Em qual hospital ele está?

Olga: Ele foi pra Santa Casa.

Rodrigo: Estou indo pra lá agora. Obrigado.

Ele desliga.

 

No hospital, Daniel permanece acordado e conversando com o médico. Rodrigo entra no quarto.

Rodrigo: Meu amor... (se aproxima e o beija) Meu amor, como você tá? Eu fiquei tão desesperado quando a Olga me disse que você estava mal.

Daniel: (sorri, calmo) Eu tô bem agora... (para o médico) esse aqui é Rodrigo, ele é meu...

Daniel se cala, sem saber o que dizer. Rodrigo olha para ele, com a mesma reação.

Daniel: Rodrigo é... (pega na mão dele) meu namorado.

Rodrigo abre um sorriso bobo enorme.

Médico: (para Rodrigo) Seu namorado teve uma queda de pressão causada pela ingestão cavalar de laxante.

Rodrigo: (incrédulo) Laxante?

Ele olha para Daniel, sem entender.

Médico: Urina escura, cólicas abdominais, inchaço...

Rodrigo: Daniel, o que você comeu hoje?

Daniel: Eu só tomei o café da manhã, só isso.

Médico: Eu vou aconselhar que não faça mais isso, ok? Tudo demais faz mal.

Daniel: Quando vou receber alta?

Médico: Mais tarde. Uma enfermeira vem aqui para trocar o seu soro.

O médico deixa o quarto. Rodrigo senta na beira da cama.

Rodrigo: Eu liguei pra você umas mil vezes.

Daniel: Você foi no asilo?

Rodrigo: Fui. Mas a mulher infelizmente faleceu hoje.

Daniel: Não acredito. A gente estava tão perto de conseguir o que a gente queria.

Rodrigo: Não se preocupa, eu vou pro enterro dela, vou tentar conseguir alguma informação.

Daniel: (frustrado) Eu não vou ter como ir.

Rodrigo: Não, você precisa descansar. (suspira) Daniel, tem uma coisa que você precisa saber.

Daniel: O quê?

Rodrigo: Não sei como, nem porquê..., mas a Angélica esteve no asilo.

Daniel o olha sem entender.

Daniel: A Angélica?

Rodrigo: Ela esteve lá antes de mim. Ela usou o nome de Nice dos Santos pra visitar a Séfora e o mais estranho de tudo isso é a Séfora ter morrido logo em seguida.

Daniel: Espera, Rodrigo. A Angélica esteve no asilo? (ri) Você tá falando sério?

Rodrigo: Eu também não acreditei quando eu vi, Daniel. Eu sei que parece um absurdo, mas é verdade. Ela esteve lá antes de mim e logo em seguida, a dona Séfora faleceu.

Daniel: Rodrigo, o que você tá tentando insinuar é horrível demais.

Rodrigo: Não é coincidência demais você ter passado mal com laxante logo hoje? Logo hoje que você ia me acompanhar nessa visita?

Daniel: Você tá querendo dizer que ela colocou laxante na minha comida só pra eu passar mal e não te acompanhar?

Rodrigo: Claro. Com você preso dentro de casa, tudo ia ficar mais fácil pra ela. Tá bem claro que a Angélica não quer que você descubra onde está a sua mãe biológica.

Daniel: Por quê a Angélica, logo a Angélica faria isso comigo? Hein? Que motivo ela teria pra não querer que eu encontre a minha mãe? Não tem motivo nenhum, Rodrigo. E caso ela tenha colocado laxante no meu café da manhã, como que ela descobriu que eu ia te acompanhar hein?

Rodrigo não sabe o que responder.

Daniel: Viu só? Não faz sentido nenhum! A Angélica me criou, ela não seria capaz de nada disso que você tá falando.

Rodrigo: Tá, então porquê que ela visitou a dona Séfora com um disfarce e um nome falso?

Daniel: Eu não faço ideia. Pode não ter sido a Angélica, pode ter sido outra pessoa parecida com ela.

Rodrigo: Daniel, acorda! Ela não quer que você encontre a sua mãe de sangue! Ela não quer que você chegue até a verdade. Ela colocou laxante na sua comida pra te prender em casa e pode sim ter matado a dona Séfora pra impedir a gente de descobrir tudo.

Daniel: CHEGA, RODRIGO! Você tá louco. A Angélica nunca seria capaz de uma coisa dessas, ela jamais faria isso, principalmente comigo.

A porta se abre e Angélica adentra o local.

Angélica: Que gritaria é essa? O que tá acontecendo aqui?

Daniel: Não tá acontecendo nada.

Rodrigo se vira e a encara.

Rodrigo: Na verdade tá acontecendo sim.

Angélica: O quê? Posso saber?

Rodrigo: Eu não sei o motivo... ainda... agora... eu já sei que você tá armando tudo isso só pra prejudicar a minha investigação. Você pode enganar o Daniel, sua mau caráter desgraçada, mas a mim você não engana... Você ouviu? A mim você não engana, Angélica. Ou melhor. Nice dos Santos!

Angélica olha para ele, surpresa e temerosa com o que acabou de ouvir.

ENCERRAMENTO.



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