PARAÍSO VIRTUOSO - CAPÍTULO 32 (ÚLTIMA SEMANA)
WEB-NOVELA DE SINCERIDADE
Alguns dias se passam ao som de “Damage - Rupert Pope, Giles Palmer” e são mostradas imagens da fazenda.
CENA 01: MANSÃO/INT./DIA
Silvinha, Doralice, Álvaro e Marluce se encontram na sala.
DORALICE: Finalmente chegou o dia! O dia que eu mais esperei em toda a minha vida.
SILVINHA: Tô torcendo tanto para os desgraçados serem condenados nesse julgamento.
ÁLVARO: Nem dá pra acreditar que a pessoa que me criou, que me ensinou várias coisas, tá lá agora, sendo julgado por homicídio e estupro.
DORALICE: Bom, vamos. Vamos que eu não quero me atrasar, serei a primeira testemunha a dar o depoimento.
CENA 02: TRIBUNAL/INT./DIA
O tribunal está lotado e agitado, com um burburinho constante entre os presentes. O instrumental "Levadinha - João Paulo Mendonça" começa a tocar. No banco dos réus, Vicente e Jerônimo estão inquietos e conversando com sua advogada, que cochicha instruções em tom baixo. A juíza, interpretada por Glória Pires, observa atentamente os réus e a audiência. O promotor está de pé, pronto para iniciar sua argumentação. A defesa de Vicente e Jerônimo permanece em silêncio, aguardando o início do julgamento.
JUÍZA (batendo o martelo): Silêncio no tribunal! Vamos dar início ao julgamento dos réus Vicente e Jerônimo González, acusados pelo assassinato brutal da família Dourado há quase dezesseis anos e pelo crime de estupro contra Doralice Dourado. O promotor tem a palavra.
PROMOTOR (olhando para os réus com desdém): Senhoras e senhores do júri, os fatos são claros. Vicente González e o filho, Jerônimo González, são os responsáveis pela morte de Marco Antônio Dourado, sua esposa, Marieta, e os dois filhos, Anita e Venâncio. Os réus não cometeram um crime qualquer. Cometeram um ato cruel e premeditado. Eles planejaram esse assassinato, e o próprio Jerônimo confessou, enquanto ainda estava na penitenciária.
VICENTE (cochichando para Jerônimo, furioso): Ocê fez isso mesmo?
Jerônimo apenas balança a cabeça, confirmando.
PROMOTOR: Vicente, que já havia assassinado um homem lá em Minas Gerais, já obtinha a violência em seu histórico quando chegou em Santa Aurora. Movido pela inveja e obsessão, ele não mediu esforços em acabar com as vidas daquelas pessoas. (Pausa) Eu pergunto aos senhores jurados: Qual é o destino de homens assim? Homens que tiram vidas por puro egoísmo? Eu peço que a justiça seja feita. Eles merecem a punição máxima por seus atos.
O promotor volta à sua mesa, enquanto a advogada de Vicente e Jerônimo, se levanta.
ADVOGADA: Senhoras e senhores do júri, sabemos que o caso é delicado, mas devemos ter cautela em julgar. Vicente González é um pai de família, que lutou a vida toda para dar o sustento a sua esposa e seus filhos. As evidências foram fabricadas, manipuladas. A verdade, é que alguém tentou incriminá-los.
JUÍZA (com firmeza): O tribunal prosseguirá com as testemunhas. Promotor, qual é a sua primeira testemunha?
PROMOTOR: Chamo à tribuna a senhora Doralice Dourado.
Doralice se levanta e vai até o banco das testemunhas. Ela parece nervosa, mas com um semblante decidido. A juíza a observa, e o promotor começa a questioná-la.
JUÍZA (COM VOZ SÉRIA): Sra. Doralice, por favor, jure dizer a verdade, toda a verdade e nada mais do que a verdade.
DORALICE: Eu juro.
PROMOTOR: Sra. Doralice, como a senhora conheceu os réus, Vicente González e Jerônimo González?
Doralice responde todas as perguntas que o promotor lhe faz, e se emociona durante o depoimento ao contar sobre o dia do crime. Vicente grita que é inocente e o caos é instaurado no local, fazendo a Juíza bater o martelo e impor ordem. Doralice termina seu depoimento e volta para onde estava. O silêncio toma conta do local.
JUÍZA: Agora, eu peço a entrada de uma nova testemunha. Marcela da Silva.
Ao ouvir o nome de Marcela, Vicente arregala os olhos. Todos os personagens em cena se chocam, e Doralice sorri de alívio ao ver a amiga entrando no tribunal. O instrumental “Irene Incendiária - Reno Duarte, Pedro Guedes” entra em cena. Marcela, que está com vários hematomas pelo corpo, caminha até o banco das testemunhas e se prepara para dar seu depoimento.
VICENTE: Isso só pode ser um pesadelo…
PROMOTOR: Sra. Marcela da Silva, é verdade que Vicente González tentou lhe assassinar?
MARCELA: É sim. Vicente, que na verdade se chama Fausto González, sempre frequentou o bar que era do meu pai, lá em Minas. Mas como a inveja sempre tomou conta dele, esse ser decidiu colocar um fim na vida do meu pai a troco de nada, sem mais, nem menos. Doralice, que ficou sabendo do caso, decidiu ir atrás de mim e me propôs um plano. Ela queria que eu viesse justamente para depor contra o réu num possível julgamento, e aqui estou. Eu, como uma pessoa ansiosa que sou, agi por impulso e acabei indo atrás de Vicente. Ele me levou para um matagal e atirou em mim, três vezes, mas pegou de raspão. Por minha sorte, um pescador que passava por ali, me encontrou e me levou até o hospital, onde me recuperei. Depois, fui até a delegacia e contei tudo.
PROMOTOR: Então quer dizer que, além de assassino, o réu na verdade, se chama Fausto González?
VICENTE: Isso é mentira! Isso é mentira, ela inventou tudo isso!
Álvaro, Carmem, e o ex-delegado Celso são chamados para depor. Eles contam seus depoimentos e Vicente fica cada vez mais furioso, mas achando que irá sair livre.
JUÍZA: Peço ao júri que se retire para deliberar entre si se os réus são inocentes, ou culpados. Por favor.
O júri se retira. Focamos em Vicente, que está cada vez mais tenso. O julgamento dá uma pausa. No próximo take, a juíza irá anunciar se os réus são culpados, ou não. O silêncio toma conta do ambiente.
JUÍZA: Senhoras e senhores, nós temos uma decisão. Os réus são considerados (pausa, criando um clima de tensão) culpados!
O instrumental “Gara - Eduardo Queiroz” entra em cena. Os personagens comemoram. Doralice sorri, emocionada, e dá um abraço em Álvaro. Vicente se desespera, e discute com a advogada, por não ter conseguido manipular o júri. Jerônimo se acaba em lágrimas.
JUÍZA: O réus Vicente e Jerônimo González estão condenados a pena máxima. De acordo com a lei, deverão ficar trinta anos numa cela comum (separadas), em solo nacional. Determino ainda, que sejam conduzidos ao presídio, ainda hoje.
VICENTE (surtando, enquanto é conduzido para o exterior): ISSO É UMA FRAUDE! EU SOU INOCENTE! NÃO MATEI NINGUÉM! EU SOU INOCENTE! ME SOLTA!
DORALICE: Acabou, Vicente! Cê vai apodrecer na cadeia! Acabou, seu monstro!
Doralice comemora, emocionada.
CENA 03: PRESÍDIO/INT./DIA
A cena mostra Vicente e Jerônimo passando por todos os procedimentos ao chegar no presídio. Ao vestir o uniforme de presidiário, o vilão é conduzido a uma cela comum, onde estão cerca de sete homens. Um presidiário se aproxima. O instrumental “Vienna - Alexandre de Faria” entra em cena.
PRESIDIÁRIO (debochando): Ih, rapaziada, chegou gente nova! Qual é tua graça, meu amigo?
Vicente se mantém calado, mas visivelmente desconfortável.
PRESIDIÁRIO: Vai responder não, é? É melhor tu abrir essa tua boca antes que se arrependa.
VICENTE: Vicente.
PRESIDIÁRIO: E tá aqui por que? (Vicente não responde) RESPONDE PORRA! TÁ AQUI POR QUE, SEU MERDA?
VICENTE: Me acusaram de homicídio, mas eu juro que sou inocente.
PRESIDIÁRIO (começa a rir): Conta outra, meu parceiro! Tem certeza que é só homicídio?
VICENTE: Homicídio e estupro.
PRESIDIÁRIO: Estupro? (começa a debochar, enquanto olha para os outros detentos). Ah lá, rapaziada, a donzela tá aqui por estupro. (Ri) Conta aí pra ele o que acontece com esse tipo de gente quando chega aqui.
A câmera foca em Vicente, que se apavora.
VICENTE: Cês vão fazer o que? Vão me matar, é?
PRESIDIÁRIO: Ninguém falou em matar ninguém aqui, minha princesa. A gente só vai te dar um trato e arrombar essa tua bundinha de merda a noite toda. (Ele ri, olhando para os detentos).
Apavorado, Vicente grita enquanto se pendura nas grades, mas os detentos se aproximam do vilão, fazendo ele se apavorar mais ainda. A cena escurece.
MESES DEPOIS…
A câmera se aproxima de uma capela ao som de “What’s Up? - 4 non blondes” e revela estar acontecendo um casamento ali. É o casamento de Álvaro e Doralice. O mocinho espera a amada no altar, visivelmente ansioso. O som de passos suaves começa a ecoar pela capela, e ele finalmente vê Doralice surgindo e atravessando o altar, sozinha. Ela usa um vestido branco, com o véu longo. Doralice se segura para não chorar, enquanto os olhares dos convidados se voltam para ela. Doralice finalmente chega até o amado, e eles sorriem um para o outro. O padre desenrola a cerimônia.
CENA 04: CAPELA/INT./DIA
PADRE ROMÁRIO: Agora, vamos dar início à troca de votos. Álvaro, você aceita Doralice como sua esposa, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, até que a morte os separe?
ÁLVARO (sorrindo, emocionado): Sim, aceito.
PADRE: Doralice, você aceita Álvaro como seu esposo, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, até que a morte os separe?
DORALICE (com os olhos brilhando, sorrindo): Aceito.
O Padre conclui a cerimônia com um sorriso sereno, enquanto os noivos trocam alianças.
PADRE ROMÁRIO: Agora, por autoridade da Igreja e de Deus, eu os declaro marido e mulher. Podem se beijar.
A música tema do casal volta a tocar. Os noivos se beijam apaixonados, enquanto os convidados aplaudem emocionados. No próximo take, os recém-casados caminham em direção à saída da capela, sob uma chuva de arroz, sorrindo e trocando olhares de felicidade. No próximo corte, todos já estão festejando, no exterior da mansão de Doralice. Todos cantam, dançam e se divertem.
DORALICE: Se isso for um sonho, eu jamais quero acordar!
ÁLVARO: E se eu te disser que isso não é um sonho? Tudo isso é real! Esse dia foi o mais esperado em toda a minha vida.
DORALICE: Eu te amo, meu amor. Eu te amo. (Pausa) Esse vestido tá me incomodando, acho que vou dar uma passadinha no quarto e trocar.
ÁLVARO: Vai, amor. Mas volta rápido.
Eles se beijam intensamente e logo depois, Doralice caminha até o interior da mansão.
CENA 05: MANSÃO/INT./DIA
Radiante, Doralice chega em seu quarto com um sorriso de orelha a orelha. Ela paralisa diante do espelho e retira seus brincos, enquanto vários flashbacks ao longo de sua vida, vem em sua mente.
DORALICE (emocionada): Nem dá pra acreditar… depois de todos esses anos, eu finalmente vou conseguir ser feliz. Ôh, meu Deus, eu só tenho a agradecer.
Nesse momento, Natália, que estava escondida no closet da mocinha, aparece repentinamente atrás dela. Doralice, que estava se olhando no espelho, se vira imediatamente para a vilã, que a olha com uma expressão debochada, enquanto segura um revólver. O instrumental “Levadinha - João Paulo Mendonça” entra em cena e segue até o fim do capítulo.
NATÁLIA: Agradece mesmo, meu bem. Agradece pelos seus últimos momentos de vida.
DORALICE (trêmula): Natália? Que palhaçada é essa? Como que você conseguiu entrar aqui?
NATÁLIA: Não importa! O que importa agora, é como a gente vai sair daqui.
DORALICE: Sai daqui! Sai daqui agora, antes que eu comece a gritar!
NATÁLIA (mostrando o revólver): Cê não vai fazer nada! A única coisa que você vai fazer é sair daqui comigo.
DORALICE: Que história é essa?
NATÁLIA: Eu vou te levar pra um lugarzinho especial, queridinha. E eu quero que você tenha a melhor das recepções!
DORALICE: Não… eu não vou pra lugar nenhum! Eu vou sair daqui e vou contar tudo pro Álvaro agora!
Assim que a mocinha se vira, Natália a agarra por trás e pressiona um pano com um líquido contra sua boca, fazendo-a desmaiar imediatamente. Com a ajuda de Sidney, eles carregam a mocinha até o exterior, sem que ninguém veja. Logo depois, Natália abre o porta-malas e Sidney coloca Doralice lá.
SIDNEY: Que que ocê vai fazer com ela? Por favor, Natália, nem tente fazer alguma coisa com a patroa.
NATÁLIA: Cala a boca, seu verme! Agora me deixa em paz, que eu sei muito bem o que vou fazer.
Apressada, a vilã entra no carro e dá partida. Sidney, imediatamente sai dali e, pensativo, decide ir contar tudo a Álvaro.
SIDNEY (ofegante): Seu Álvaro! Seu Álvaro!
ÁLVARO: O que foi, Sidney? Aconteceu alguma coisa?
SIDNEY: A dona Doralice!
ÁLVARO: O que que tem a Doralice, homem? Desembucha logo!
SIDNEY: A Natália… a Natália sequestrou a dona Doralice!
ÁLVARO: Como é que é?
CENA 06: CASA ABANDONADA/EXT./DIA
A câmera mostra o carro de Natália chegando a uma casa velha e isolada em uma fazenda abandonada. Natália sai do carro, caminha até a porta da casa e a abre. Em seguida, volta até o veículo, abre o porta-malas e, com brutalidade, pega Doralice no colo. Sem pressa, ela a leva para o interior da casa. No próximo take, Doralice acorda, com os pés e mãos amarrados. Ela olha ao redor, assustada, e entra em pânico ao ver Natália, que a observa com um olhar ameaçador e maligno.
DORALICE: O QUE É ISSO? ME SOLTA, SUA VAGABUNDA! QUE PALHAÇADA É ESSA?
NATÁLIA (ajoelha lentamente diante da mocinha, completamente fora de si): Acabou, Doralice. Sua historinha de princesa da Disney tá chegando ao fim. Preparada pra virar pó?
Focamos em Doralice que, desesperada, tenta se soltar, mas falha, intercalando com Natália, que a olha com um olhar maléfico.
CONGELAMENTO EM DORALICE.
A novela encerra seu 32° capítulo ao som do instrumental “Levadinha - João Paulo Mendonça”.
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