02/07/2025

Let's Dance! - Capítulo 17

 

   

 LET'S DANCE! - CAPÍTULO 17

criada e escrita por Sinceridade


CENA 01: CASA DE LEANDRO/INT./NOITE

ISABEL (impaciente): FALA LOGO!

UBALDO: Isabel, o Leandro tem sim uma amante…

ISABEL: E quem é? O senhor sabe quem é a maldita?

UBALDO (fica em silêncio por uns segundos e respira fundo mais uma vez): É a Cecília. A amante do meu filho é a Cecília, sua irmã.

INSTRUMENTAL: ED S THEME - IURI CUNHA 

Isabel paralisa por uns segundos e se senta no sofá, tentando processar o que acabou de ouvir. O silêncio toma conta da sala.

ISABEL (baixa, incrédula):  Não… não pode ser… Como você descobriu isso? 

UBALDO: Dias antes do casamento, Leandro comentou comigo que estava pensativo, indeciso em relação ao relacionamento de vocês e que queria terminar tudo com você, dias antes da cerimônia, mas eu não deixei. 

ISABEL (surtando, com raiva): Desde quando isso vem acontecendo? Desde quando o Leandro e a morta de fome andam se encontrando?

UBALDO: Olha, eu acho que já faz bastante tempo. Eu só soube por agora, Isabel, quando Leandro veio até mim contar que estava apaixonado pela Cecília e que estava pensando em terminar tudo com você.

ISABEL (repete, como se não estivesse acreditando): Apaixonado?

UBALDO: É, foi o que ele me disse…

Isabel se levanta de súbito, andando de um lado para o outro, desorientada. Lágrimas começam a se formar nos olhos, mas ela resiste em deixar cair. Seu rosto agora mistura dor e ódio.

UBALDO (preocupado): Olha, eu não tô te dizendo isso pra te deixar ainda mais desestabilizada, eu só quero abrir os seus olhos em relação à tudo o que está acontecendo e porque eu não compactuo com o que meu filho fez com você.

ISABEL (olhando fixamente para um ponto, ainda sem acreditar): Como eles tiveram coragem? Eu já odiava aquela bastarda, agora então…

UBALDO: Só peço que não faça nada de cabeça quente, Isabel. Acho melhor esperar o Leandro te procurar e, aí sim você bota a boca no trombone, mas agora… agora é melhor deixar tudo isso quieto. 

ISABEL: Quieto? Eu sou traída pelo meu noivo e pela minha irmã, e tenho que deixar isso quieto? Mas eu não vou ficar quieta de jeito nenhum! Aqueles dois idiotas vão ter o que merecem.

UBALDO: O que você vai fazer? 

ISABEL: Eu não sei… eu só quero acabar com a raça daqueles dois, principalmente daquela sonsa da Cecília. Eu já sabia, desde o início, que aquela suburbana dos infernos não prestava!

UBALDO: Eu não quero nem estar perto quando o Tércio souber de tudo isso, imagina a decepção…

ISABEL: Que nada… aquela desgraçada virou a favorita do meu pai. Ela pode fazer o que quiser, até atear fogo na mansão, que vai ser protegida por ele.

UBALDO: Só sei que a situação está complicada…

Enraivada, Isabel se aproxima da porta de saída e lança um último olhar para Ubaldo.

ISABEL (fria): Complicada vai ficar a vida daqueles dois a partir de agora.

UBALDO (tentando contê-la): Isabel! Isabel, volta aqui! Você não pode sair assim, de cabeça quente… (preocupado, demonstrando arrependimento) O que foi que eu fiz, meu Deus?

Mostramos uma rápida imagem do exterior da mansão Figueira, até que cortamos para o interior. 

CENA 02: MANSÃO FIGUEIRA/INT./NOITE 

Leila está sentada no sofá, assistindo à novela na televisão de tubo, em preto e branco. Ela demonstra inquietude e preocupação.

LEILA (falando sozinha, incomodada): Cadê a Isabel que não chega? Eu devia ter ido com ela… 

Tércio surge, apressado.

TÉRCIO: Meu amor, vou ter que dar uma saída. Volto já.

LEILA: Vai sair essa hora? Não vai me dizer que tem outra reunião…

TÉRCIO: Pois é, o sócio me convidou para um jantar num restaurante do centro, disse que precisa tratar de um assunto sério comigo sobre a Idearium.

Leila se levanta do sofá e vai até o marido, dando um breve beijo em sua boca e ajeitando sua gravata.

LEILA: Não vai demorar, hein? Espero você hoje à noite, do jeito que você gosta…

TÉRCIO: Olha só, a antiga Leila de volta! (T) Cadê a Isabel? 

LEILA: Isabel saiu apressada no começo da noite e até agora não voltou… Disse que Ubaldo a chamou para uma conversa em sua casa. 

TÉRCIO: O Ubaldo querendo falar com a Isabel? Que estranho… Bom, vou indo, meu amor, já estou atrasado.

LEILA: Vai com Deus, meu bem.

Tércio atravessa a sala e sai pela porta. Leila volta a assistir televisão, quando Ivani surge atrás dela.

IVANI: Dona Leila…

Leila se assusta com Ivani, arregala os olhos e pula do sofá imediatamente.

LEILA (assustada): QUE SUSTO QUE VOCÊ ME DEU, PRAGA! Não tá vendo que eu tô assistindo novela? 

IVANI (cabeça baixa, constrangida): Desculpa dona Leila, é que… 

LEILA: Fala logo! Anda! 

IVANI: Bom, o meu expediente já acabou por hoje e eu precisava dar uma saidinha agora, minha amiga está doente e…

LEILA (interrompe, arrogante): Pode ir. Mas olha, a minha casa não é bagunça pra empregadinha sair e voltar a hora que quiser, não, tá ouvindo? Volte o quanto antes.

Ivani não diz nada, apenas balança a cabeça como forma de obediência. Ela vai até a área de serviços, retira seu avental e sai da mansão.

CENA 03: MOTEL/INT./NOITE

 Tércio e Ivani estão deitados na cama, ainda ofegantes. Ivani acende um cigarro e apoia a cabeça no travesseiro, satisfeita. Tércio, ao lado, olha para o teto em silêncio, visivelmente tenso.

IVANI (sorrindo, provocativa): Tá arrependido, doutor Tércio?

TÉRCIO: Arrependido, eu? Jamais! 

IVANI: Não quero nem imaginar a cena quando dona Leila descobrir que temos um caso.

TÉRCIO: Pode ficar tranquila, a Leila jamais vai saber sobre isso. Mas e aí, tá gostando de trabalhar na minha casa?

IVANI: É até que tranquilo, sabia? O que me incomoda é a sua mulher, a dona Leila é um poço de arrogância com os empregados… Eu jamais aceitaria ser tratada assim, se não fosse uma serviçal…

TÉRCIO: A Leila te trata mal? Quer que eu converse com ela?

IVANI: Não! Não precisa se preocupar.

TÉRCIO (delirando): A minha avó, Dalvinha, também me trata tão mal… 

IVANI (estranhando): Como?

TÉRCIO: Nada, esquece… sabe, Ivani, eu venho tendo vários delírios ultimamente… não sei o que pode estar acontecendo comigo. 

IVANI: Você não sabe, mas eu sei. 

TÉRCIO: Como assim? Não tô entendendo.

IVANI: A sua mulher, seu Tércio. A dona Leila, é ela quem tá fazendo o senhor ficar mal de saúde.

TÉRCIO (rindo, sem entender): Continuo sem entender o que você está dizendo, Ivani.

IVANI: Eu vi a dona Leila colocando um pó branco no seu suco. No início eu até achei que fosse adoçante, mas ela sempre faz a mistura longe de tudo e de todos, como se estivesse escondendo algo. Mas eu, como sou esperta, sempre vejo tudo pelo vão da janela.

TÉRCIO: Como é que é? Você tá insinuando que a Leila pode estar me envenenando, é isso? 

A câmera foca em Ivani, intercalando com Tércio.

CENA 04: BARZINHO/NOITE

Lurdinha e Teófilo estão sentados próximos, dividindo uma porção e duas cervejas. Ela fala animada, gesticulando com as mãos, enquanto ele a observa com um sorriso discreto, ouvindo cada palavra com atenção. De vez em quando, Lurdinha solta uma risada alta, espontânea, e Teófilo a acompanha, mais contido. 

LURDINHA (rindo, descontraída): Desmascarei a velha na frente de todo mundo! 

Teófilo ri do assunto que Lurdinha estava contando e eles se olham fixamente.

TEÓFILO: Eu acho tão bonita a forma que você fala… seus olhos, sua boca, parece que foram desenhados de tão lindos…

LURDINHA (sem graça): Ah, são seus olhos! 

TEÓFILO: Faz tão pouco tempo que nos conhecemos, mas parece que te conheço a vida toda. Parece que conheço cada detalhe seu há tanto tempo… 

LURDINHA: Que nada, você tá falando isso apenas para me conquistar.

TEÓFILO: Não! Eu não sou desses. Eu sou muito difícil em expressar sentimentos, de elogiar uma pessoa, mas com você… tá sendo tudo diferente. 

Lurdinha não diz nada, apenas o olha com um sorriso tímido. Ele então coloca sua mão sobre a mão de Lurdinha e se aproxima lentamente, até que se beijam. A câmera que desfocava o fundo da cena, se limpa e mostra Cássio observando tudo de longe, como se estivesse com ciúmes.

CENA 05: MANSÃO FIGUEIRA/NOITE

INSTRUMENTAL: HANS DRONE - IURI CUNHA 

O carro da mansão para em frente à casa. Isabel desce com raiva, batendo a porta com força. Seu rosto está fechado, tenso. Com raiva, ela rapidamente atravessa o jardim, determinada. Leila ainda está sentada no sofá, assistindo televisão. Ao ouvir o barulho da porta, se vira com um leve sorriso no rosto e se anima ao ver a filha entrando. 

LEILA (feliz): Filha! Você já vol—

Isabel entra como um furacão, sem olhar para os lados. O som dos saltos ecoa pela sala.

ISABEL (gritando, furiosa): CADÊ? CADÊ A CADELA?

 Isabel pela sala como um vento, rápida, impaciente, carregando a raiva no corpo inteiro. Ela ignora  completamente a mãe, que mal tem tempo de reagir.

LEILA (assustada, indo atrás): Isabel! O que tá acontecendo, filha?

Isabel já está subindo as escadas, visivelmente tomada pela fúria. Seus passos são bruscos, apressados. Ela acaba de subir e vai imediatamente para o quarto de Cecília, batendo na porta descontroladamente.

ISABEL (gritando): ABRE ESSA PORTA AGORA, CECÍLIA! EU PRECISO FALAR COM VOCÊ! ABRE AGORA! 

Por alguns segundos, só se ouve o som da respiração ofegante de Isabel. Então, a maçaneta gira lentamente. A porta se abre. Cecília aparece, confusa, ainda sonolenta. 

CECÍLIA (assustada): O que foi? Que gritaria é essa na porta do meu quarto?

Isabel rapidamente avança sobre Cecília e lhe desfere um tapa estalado no rosto. 

ISABEL: Eu já sabia que você era uma golpista, Cecília, mas agora eu descobri que você é uma vagabunda! É ISSO QUE VOCÊ É, UMA VAGABUNDA! 

Isabel encara a irmã com os olhos cheios de ódio, que segura o rosto com a mão, ainda atordoada com o tapa. 

CONGELAMENTO EM CECÍLIA.

A novela encerra seu 17° capítulo ao som de “Gimme! Gimme! Gimme! - ABBA”.

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