01/07/2025

Entre a Cruz e a Espada - Capitulo 5 (01/07/2025)

 

ENTRE A CRUZ E A ESPADA - CAPÍTULO 5


 

CENA 01 - (MANSÃO DOS VENTURINI/INT./MANHÃ):


ISABELLE (respirando fundo enquanto se senta no sofá): Bom, minha querida. Você soube que há cerca de um ano, o meu marido faleceu.

JOYCE: Sim, e?

ISABELLE: Pois é, o Edward, estava atolado em dívidas, e quando faleceu não me deixou nada.

JOYCE: O que você quer dizer com isso?

ISABELLE: Que estou falida.

JOYCE: Como é?

ISABELLE: Falida. Sem um centavo sequer.

JOYCE: Mas você só pode estar de brincadeira comigo! Como é que um homem feito o seu marido, morreu e deixou todo o dinheiro destinado as dívidas?

ISABELLE: Pois é, você não acha que eu tive um choque também?

ISABELLE: E minha casa foi a leilão, fiquei uns tempos morando de favor na casa de outra amiga minha, ela é viúva também. Só que vim ao Brasil, pra tentar reverter a minha situação.

JOYCE: Ah, e você veio tentar reverter isso na minha casa? 

ISABELLE: Eu não tenho pra onde ir, Joyce.

JOYCE: Pois encontre, porque aqui você não fica.

SIMONE (assustada): Mãe?

Otávio chega em casa na mesma hora.

OTÁVIO: Mas que baixaria é essa aqui?

JOYCE: Sabe o porque dessa visitinha da Isabelle, Otávio?

OTÁVIO: Bom, eu desde ontem quero saber o motivo.

JOYCE: O motivo, é que essa displicente está falida!

ISABELLE (irritada): Olha lá como você fala comigo! Não se esqueça que essa casa, essa família e toda essa aclamação social, que não passa de um circo, é tudo graças a mim!

JOYCE: Agradecer o que? Eu quero você fora da minha casa!

OTÁVIO: Espera aí, Joyce, pra que tomar uma atitude tão drástica feito essa, ela é sua irmã.

JOYCE: Otávio?

OTÁVIO: A Isabelle fica, eu fico impressionado com essa sua frieza doentia. 

JOYCE: Escuta aqui, eu não vou ficar sustentando ninguém!

OTÁVIO: Ora, Joyce, eu sustento você que sai bem caro, imagina a Isabelle.

ISABELLE: E não pensem que eu vim aqui pra ficar a mercê da vida, inclusive eu queria conversar com você em relação ao shopping, Otávio.

OTÁVIO: Claro, só que hoje eu tô cheio de negociações a fazer, acho melhor conversarmos amanhã.

ISABELLE: Qualquer dia está ótimo, meu querido. 

JOYCE (indignada): Eu vou subir pro meu quarto porque essa palhaçada está me enjoando.

OTÁVIO (indo atrás): Joyce volta aqui!



CENA 02 - (CASA DE MARION/INT./MANHÃ):

Marion está sentada na cadeira da cozinha, fitando um colar quando ouve batidas na porta da casa. Ao abrir a porta se depara com Jorge.

MARION: O que é que você quer aqui?

JORGE: Tô precisando de grana.

MARION: Você sempre tá precisando de grana, Jorge. Tá devendo o que dessa vez?

JORGE: A mulher lá do aluguel tá me cobrando, aquele desgraçado esqueceu de vez de mim e não pagou esse mês.

MARION: Escuta aqui, Jorge. Eu vou te ajudar, só que você tem achar algum emprego.

JORGE: Mas que emprego, Marion? Na minha idade vou achar o que pra mim? Me poupe.

MARION: Eu não vou entrar nesse assunto de novo, toma aqui esse dinheiro.

JORGE: E diz pra aquele ingrato, que eu preciso falar com ele.

MARION: Vai embora daqui, Jorge. Eu não quero me estressar com você.


CENA 03 - (QUARTO DO HOTEL/INT./MANHÃ)

Após se encontrar com André, Felipe volta pro hotel onde está hospedado com Giovanna.

GIOVANNA: Demorou hein?

FELIPE: Tava com o André naquele barzinho aqui perto.

GIOVANNA: E o que ele queria?

FELIPE: Aquele assunto chato de sempre, mas no meio de toda essa chatice, saiu uma coisa boa. Marcamos no sábado de se encontrar, eu apresento você e ele me apresenta a namorada dele, vamos no mesmo lugar onde a gente tava agora.

GIOVANNA: Ela tem dinheiro?

FELIPE: É acho que sim, ele não me disse direito. 

GIOVANNA: Ah, eu esqueci de te dizer.

FELIPE: Dizer o que?

GIOVANNA: Vou ter que voltar pra "rua".

FELIPE (suspirando): Você não voltar a se vender, Giovanna. Se eu tô me arriscando é justamente pra gente ter uma vida melhor, e principalmente pra você não ter que ficar se entregando com qualquer babaca como qualquer vagabunda dessas.

GIOVANNA: É meu amorzinho, mas então arrume logo um idiota pra você passar a perna, que eu não tenho paciência pra esperar. Eu vou na piscina, dá licença.


CENA 04 - (CASA DE SHOW/INT./NOITE):

Chegou o dia do teste de Camilla, a garota está se arrumando no camarim. Quando é surpreendida pela notícia da dona do local.

CAMILLA: Algum problema, dona Ivone?

IVONE (bem antipática): Seguinte, Camilla. Uma de nossas dançarinas torceu o pé e não vai poder se apresentar, e você vai ocupar o lugar dela.

CAMILLA: O que? Mas como assim? E o meu teste?

IVONE: Esse é o seu teste, querida. Se você for bem, seu nome estará lista.

CAMILLA: Dona Ivone eu não ensaiei pra isso, imagina eu do lado da Claudia Raia com outras dançarinas experientes?

IVONE: Camilla, eu não tenho tenho tempo, ou você faz isso, ou nem precisa aparecer amanhã.


Corta para:

O palco está pronto para o show, um grande público está esperando o mais aguardado musical com a apresentação especial da Claudia Raia. As cortinas se abrem, as luzes vão se ascendendo, dando início ao brilho da estrela da noite cantando o musical "Cabaret". Camilla está ao fundo, ao lado de outras dançarinas, a jovem começa no ritmo, acompanhando os passos das outras, mas ao longo da música... o nervosismo vai tomando e ela acaba se perdendo nos passos, e tropeçando nas colegas ao lado, fazendo todas elas caírem uma cima da outra, as pilastras do lado também caem, e o grande show se transforma num grande circo. A noite que deveria ser de brilho, nada mais virou uma grande trapalhada. E marcando na vida de Camilla. 


ABERTURA



CENA 05 - (MANSÃO DOS VENTURINI/INT./NOITE):

Joyce vai andando até a copa da casa. E Isabelle vai atrás dela.

ISABELLE: Joyce!

JOYCE: Mas será possível que eu não vou ter paz nunca! 

ISABELLE: Vai continuar me tratando como se eu fosse a pior da mulheres na face da Terra, Joyce?

JOYCE: É o que você merece.

ISABELLE: Minha irmã, seja minha aliada. Eu vim aqui foi pra ajudar você. Vamos por uma pedra em cima deste assunto. 

JOYCE (respirando fundo): Tá certo, Isabelle. Eu não estou nem um pouco afim de ficar nessa guerra com você. 

ISABELLE: Você não imagina o quanto isso me deixa muito feliz. 

JOYCE: Mas não vai se acostumando não.

O movimento quieto acaba no mesmo momento, quando Simone e André vão até a mansão. 

SIMONE: Mas que silêncio é esse? Cadê todo mundo?

OTÁVIO (descendo as escadas): Filha! Chegou cedo em casa! E como vai, André?

ANDRÉ: Muito bem, Dr. Otávio.

OTÁVIO: Ótimo! Gosto assim. 

Joyce e Isabelle caminham até a sala.

OTÁVIO: Olha só! Será que finalmente as duas damas se acertaram.

JOYCE: Claro, meu bem. Vamos esquecer esse episódio lamentável de hoje mais cedo! 

JOYCE (meiga): André! Como vai, meu querido?

ANDRÉ: Muito bem, Dona Joyce, nós temos uma novidade pra contar.

SIMONE: Eu conto ou você conta?
t
ANDRÉ (brincando): A família é sua, conta você!

ISABELLE: Mas, contar o que?

JOYCE:  Pois é, fiquei curiosa pra saber qual a novidade. 

SIMONE: Mãe, pai, tia Isabelle, nos queremos anunciar que vamos nos casar!

As expressões de alegria de Joyce mudam drasticamente, como se o mundo tivesse acabado naquele momento, enquanto todos ao redor ficam felizes com a notícia.

ISABELLE: Minha gente, isso é motivo de comemoração! Viva aos noivos!

OTÁVIO: Parabéns minha filha, eu vou processar a notícia ainda. 

ANDRÉ (percebendo o comportamento de Joyce): Tá tudo bem, Dona Joyce.

SIMONE: Mãe, a senhora não ficou feliz?

JOYCE (disfarçando): Mas é claro, filha. Eu só fiquei um pouco tonta com essa notícia. Mas, tem todo meu apoio. Se vocês não se importam, eu vou me recolher, hoje foi um dia muito intenso pra mim.

ANDRÉ: Acho que não foi o momento certo de anunciar isso.

OTÁVIO: Que nada, a Joyce demora a entender essas coisas mesmo, não se preocupem. Bom, eu vou abrir o melhor vinho pra comemorar essa nova etapa na vida de vocês!

Isabelle vai atrás da irmã, pra saber o porque da notícia a abalar tanto.

ISABELLE (entrando no quarto): Joyce, mas o que foi isso? 

JOYCE (com os olhos de lágrimas): Não é nada, me deixe em paz.

ISABELLE: A minha irmã, não vai me dizer que está chorando pela união dos dois.

JOYCE: Você não vai entender, sai logo daqui.

ISABELLE: Entendo sim, é porque o rapaz é pobre não é? Tá certo que ele duro, mas tem uma boa índole, e os dois são tão bonitinhos juntos.

JOYCE: Não é nada disso.

ISABELLE: O que é então? Me conta, pelo amor de Deus, eu não vou conseguir dormir sabendo que você está infeliz por uma situação que você deveria estar alegre como todos lá em baixo.

JOYCE (olhando no fundo dos olhos): Você quer saber mesmo? 

ISABELLE: Claro! Me diz logo.

JOYCE: Ai Isabelle, você me acharia louca, abriria essa boca pra Deus e o mundo.

ISABELLE: Você sabe que não sou assim, prometo pela alma do meu falecido marido, não que isso tenha algum valor, mas prometo que não conto.

JOYCE: Eu tenho bons sentimentos em relação a esse garoto.

ISABELLE: Sim, e?

JOYCE: E Sentimentos esses que eu nunca tive pelo Otávio.

ISABELLE (impressionada e assustada): Joyce? Você está me dizendo que-

JOYCE (cortando): Exatamente isso. 


CONGELAMENTO EM ISABELLE.

A novela encerra seu quarto capítulo ao som de "Que Pais é Este?" - (tema de abertura).

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