Paraíso Virtuoso - Capítulo 34 (18/01/2025)


 PARAÍSO VIRTUOSO - CAPÍTULO 34 (ÚLTIMO CAPÍTULO)

WEB-NOVELA DE SINCERIDADE 

CENA 01: PRESÍDIO/DIA

Vicente está sentado no fundo do refeitório, comendo. Ele observa tudo atentamente. Dois detentos cochicham ao lado.

DETENTO 1: O cano tá escondido. Quando o alarme tocar, é guerra!

DETENTO 2: E quem vai distrair os guardas?

DETENTO 1: Já combinaram. A gente só precisa correr pro pátio. 

Vicente ouve o plano, enquanto termina de comer.

DETENTO 1 (olhando para o vilão): E aí, tá dentro?

No próximo take, Vicente anda pelos corredores com os outros presos. Eles caminham rápido e em silêncio, até que chegam até uma porta trancada. Detento 1 tira uma ferramenta improvisada do bolso e começa a tentar abrir a fechadura. 

DETENTO 2: E se alguém aparecer? 

VICENTE: Calma. Se aparecerem, a gente dá um jeito. Agora cala a boca e deixa ele abrir logo.

O detento 1 continua forçando a fechadura, enquanto Vicente observa os arredores com atenção. De repente, sons de passos surgem pelo corredor. Todos congelam, olhando para a direção do barulho. 

VICENTE: Anda logo aí. 

Finalmente, a porta se abre. Mas junto com isso, o alarme dispara. O som é alto e o presídio vira um caos. Vicente e seu grupo chegam até o pátio, onde o cenário é de guerra. Presos correm, guardas tentam conter a multidão, e brigas acontecem por todos os lados. Alguns presos carregam pedaços de ferro e pedaços de madeira como armas. Vicente corre em direção ao portão principal, com uma faca nas mãos. No caminho, o vilão enfrenta guardas e outros presos que tentam atrapalhar. Ele é rápido e ágil. 

DETENTO 1: O portão tá muito longe! Não vai dar tempo, Vicente!

VICENTE: Não vai dar pra você. Pra mim, sim. 

Enquanto Vicente avança, um grupo de presos aparece na sua frente, armados com pedaços de madeira e barras de ferro. Eles bloqueiam o caminho. 

LÍDER DO GRUPO RIVAL: Tu vai querer encarar memo, camarada?

Vicente não responde. Ele simplesmente avança, atacando o primeiro que aparece. Ele esfaqueia um detento no peito e empurra com toda a força. Mas o grupo é maior. De repente, um dos presos surpreende o vilão por trás, desferindo um golpe de faca no abdômen de Vicente. Ele para, olha para baixo e vê o sangue jorrando. Cambaleando, ele tenta continuar andando, mas suas forças estão no fim. Ele tenta dar mais um passo, mas cai de joelhos. O tema de Vicente “Ain’t No Sunshine - Bill Whiters” começa a tocar, enquanto ele cai em câmera lenta. A câmera se afasta do vilão, já sem vida, e mostra a rebelião vista de cima, com som de gritos, tiros e alarme. Uma poça de sangue se forma ao redor de Vicente. A cena escurece. 

Após uma passagem de 10 anos ao som de "Assim os Dias Passarão - Almir Sater, Renato Teixeira”, e são exibidas imagens de Santa Aurora. 

CENA 02: PRESÍDIO/EXT./DIA

Em seguida, a cena corta para Campo Grande, com a câmera se aproximando do portão do presídio da cidade. No próximo take, a câmera foca em uma mulher parada em frente ao portão, claramente aguardando alguém. Aos poucos, revelamos que é Silvinha. O portão se abre, e Sidney aparece. Ele carrega  uma pequena sacola com seus poucos pertences. Ao ver Silvinha, ele para por um momento. Ela, ao vê-lo, dá um passo à frente, com seus olhos se enchendo de lágrimas. Sidney sorri e caminha em direção a ela. Eles se abraçam com força, e se beijam.

SILVINHA: Ôh, meu amor, eu esperei tanto por esse dia!

SIDNEY: Eu não aguentava mais ficar naquele inferno. Mas enfim, se eu cometi um crime, foi justo ter pagado por tudo.

SILVINHA: Esquece esse presídio, bebê. Esquece tudo de ruim que ocê passou e só lembra de mim agora, a mulher da sua vida!

SIDNEY: Eu te amo tanto, minha vida. Cê não tem ideia. 

SILVINHA: Agora cala a boca. Cala essa boca gostosa e me beija. 

Ao som de “Ai Ai Ai Mega Príncipe - Pablo Vittar”, eles se beijam intensamente e a câmera se afasta. Imediatamente, começa a serem exibidas imagens da cidade de Nova York ao som de “Yes, And? - Ariana Grande”.

CENA 03: NOVA YORK/RUAS/DIA

  A câmera acompanha Morgana caminhando pelas ruas movimentadas de Nova York. Ela está vestida de maneira extravagante, usando um casaco de pele sintética exagerado, óculos enormes e botas de salto alto. O celular está na mão, e ela está fazendo um story nas redes sociais enquanto atravessa uma avenida movimentada.

MORGANA (falando para a câmera do celular):

 Gente, olha isso aqui! Eu pareço rica ou não pareço? Essa cidade é tão minha cara que eu fico até emocionada... Ainda bem que Deus foi generoso comigo e me tirou daquela cidade xexelenta.

Ela dá uma pequena voltinha, mostrando os prédios altos e a movimentação ao redor. 

MORGANA (olhando diretamente para a câmera):

 Aliás, vocês não acreditam quem me deu esse iPhone 26 Pro Max... É claro que foi ele, meu sugar daddy maravilhoso! Sim, gente, o homem que sustenta essa beleza e me dá todas as condições de ser linda e gostosa todos os dias. Amo.

Ela para em frente a uma vitrine chique de uma loja de luxo.

MORGANA: Tá, vou confessar... Ele me deu um limite no cartão de crédito. Acredita? Que audácia! Só cinco mil dólares! O que eu faço com isso? É tipo comprar uma bolsinha e acabou!

Ela faz um gesto dramático e ri, enquanto algumas pessoas ao fundo olham curiosas.

MORGANA: Mas tá tudo bem, porque eu sou modesta, mores. Comprei só duas bolsas hoje. Uma pra mim e outra pra ele, claro, pra ele lembrar que mulher ele tem.

Ela continua caminhando e vira a câmera para uma lanchonete de rua.

MORGANA: Agora vou ali comer um hot dog de dois dólares, porque, né, economizar é tudo. Vou pro restaurante mais caro da cidade. Beijo, meus seguidores, amo vocês, e não esqueçam de seguir o exemplo: se não tem um sugar daddy, arrume um! Bye.

Ela dá um tchau exagerado para a câmera estilo Bia do Brás e encerra o story. A câmera a segue enquanto ela continua caminhando pelas ruas, cheia de atitude, até desaparecer na multidão.

CENA 04: HOSPITAL DE CAMPO GRANDE/INT./DIA

 Doralice está deitada na maca, suando e com o rosto tenso. Médicos e enfermeiras estão ao redor. Ao lado dela, segurando sua mão com força, está Álvaro, visivelmente emocionado e nervoso. O instrumental “Come Ti Amo - Guilherme Rios” entra em cena.

ENFERMEIRA: Vamos, Doralice, você é forte! Vamos, seu filho já tá está quase nascendo, falta pouco! Vamos!

Doralice grita, exausta, enquanto aperta a mão de Álvaro com toda a força. Ela faz careta de dor.

ÁLVARO: Você consegue, meu amor. Já tá quase!

Com um último esforço, o som do choro de um bebê surge no local. O médico ergue o recém-nascido, e Álvaro leva as mãos ao rosto, emocionado.

MÉDICO: É um menino! 

Doralice sorri entre lágrimas, exausta, mas radiante. O bebê é colocado sobre seu peito, e ela o abraça delicadamente, olhando para o rostinho dele.

DORALICE (sussurrando, emocionada):

 Marco Antônio... Igual ao meu pai. Ele teria amado te conhecer, meu amorzinho.

Álvaro, com os olhos marejados, acaricia a cabeça do bebê e beija a testa de Doralice.

ÁLVARO: Ele vai ter tanto orgulho de você, Doralice. Vocês dois e a Anita são tudo pra mim.

Doralice sorri para ele, cansada, mas cheia de amor.

DORALICE (olhando para Álvaro): Agora somos quatro...

Álvaro ri, limpando as lágrimas, e pega o bebê com cuidado, segurando-o nos braços pela primeira vez. 

ÁLVARO (baixinho, para o bebê):

 Você nem sabe a sorte que tem, moleque. Sua mãe é a mulher mais incrível desse mundo!

Doralice sorri, emocionada, observando o marido e o filho. O clima na sala é de pura felicidade. 

CENA 05: PRESÍDIO/INT./DIA

Na sala de visitas, Rita caminha em direção a uma das mesas onde Jerônimo já está sentado, com um semblante fechado. Quando Rita para em frente a ele, os dois trocam um olhar sério. O instrumental “Sospetto - Guilherme Rios” entra em cena.

JERÔNIMO: Veio fazer o que aqui? Rir da minha desgraça, é? 

RITA: Não. Eu vim aqui esfregar na tua cara o tanto que eu tô bem de vida. Eu não sou mais aquela menininha boba que ocê fazia o que queria, não, Jerônimo. Agora eu mudei, fiquei esperta.

JERÔNIMO: Rita, pelo amor de Deus, cê veio aqui só pra me falar isso?

RITA: Não. Eu vim te mostrar uma coisa.

Ela retira uma foto impressa de seu bolso e mostra para ele. 

JERÔNIMO: O que é isso? Quem é esse menino?

RITA: Nosso filho. Henrique já tem dez anos, é um menino tão doce… 

JERÔNIMO: Pera aí, cê não abortou então?

RITA: Não… eu até poderia ter feito isso, pois foi uma relação abusiva, um estupro… mas eu não tive esse coração. Mas eu quero que ocê fique bem longe do meu filho quando sair daqui, tá ouvindo? E outra, quero a pensão todo mês. 

JERÔNIMO: Rita, eu te peço perdão por tudo o que te fiz passar no passado. Eu era um jovem inconsequente…

RITA: Não! Eu jamais vou perdoar uma pessoa que acabou com o meu psicológico. Bem que dizem por aí que ocê puxou ao seu pai. 

JERÔNIMO: Não toca no nome do meu pai! Ele tá morto e bem enterrado.

RITA: Ocê também deveria tá. Bom, acho que já chega. Vou embora e nunca mais quero ver essa sua cara na minha frente. Passar bem.

Rita se retira e deixa Jerônimo pensativo, antes de voltar pra cela. Cortamos para imagens de Santa Aurora ao som de “Troca de Calçada - Marília Mendonça”.

CENA 06: BORDEL/INT./NOITE

Ofélia está no andar de cima, sentada em uma poltrona, com o bilhete da loteria amassado na mão. Ao lado dela, Berenice, uma das garotas do bordel, está jogada no sofá, usando roupas chamativas e mascando chiclete sem muita empolgação.

HOMEM NA TV: E o último número do sorteio é... 27!

Ofélia arregala os olhos, congelada, encarando o bilhete. Berenice nem presta atenção, focada em lixar as unhas.

OFÉLIA: Vinte e sete???

De repente, ela dá um grito que ecoa pelo bordel.

OFÉLIA: EU GANHEEEEEI!!! EU TÔ RICAAAAAAA! GANHEI A LOTERIA, BERÊ! CINQUENTA MILHÕÕÕÕES!

Berenice deixa a lixa cair e levanta devagar, processando a informação.

BERENICE: Cinquenta milhões?! Não é possível...

OFÉLIA (alegre) Possível sim, minha filha! Eu tô rica! Rica de verdade! Olha pra mim, RICAAAAAA!

BERENICE: E agora, Ofélia? O que ocê vai fazer com tudo isso?

OFÉLIA: Primeiro, vou dar um jeito de reformar essa bodega! Depois, vou visitar a Morgana em Nova York, e sabe o que mais? Vou dar uma vida melhor pra todo mundo aqui!

BERENICE: Ah, Ofélia, só ocê pra ganhar na loteria e ainda pensar em reforma no bordel.

OFÉLIA: Depois de tudo o que eu passei, meu amor, cinquenta milhões pra mim é pouco!

Meses se passam e mostramos imagens da plantação de soja da fazenda de Doralice ao som de “Mind Over Matter - Young The Giant”. Mostramos várias máquinas trabalhando no local, enquanto Doralice observa tudo com admiração ao longe, ao lado de Álvaro.

CENA 07: PLANTAÇÃO/FIM DE TARDE

DORALICE: Nem dá pra acreditar na proporção que se tornou essa fazenda. Acredita que a maior produção de soja no estado sai daqui? 

ÁLVARO: É… cê tirou leite de pedra, meu amor. Sua administração dá de dez a zero na administração do meu pai.

DORALICE: Isso que dá conquistar as coisas invejando os outros. Espero que ele esteja ardendo no quinto dos infernos uma hora dessas.

ÁLVARO: Esquece meu pai. Esquece essa história. Agora ocê tem que lembrar que tudo o que ocê queria, aconteceu. Agora é uma nova vida, uma nova era.  Precisamos cuidar muito bem dessa terra pra quando nossos filhos estiverem adultos.

DORALICE (emocionada): Essa fazenda era do meu pai, que agora é minha, e futuramente vão ser dos meus filhos… Até me emociono quando tenho a noção que tudo foi passado de filho pra filho, mesmo que tenha tido vários obstáculos ao longo desse tempo. Meu pai estaria muito orgulhoso de mim se tivesse entre a gente.

ÁLVARO: Disso eu tenho certeza.

De repente, o celular de Doralice toca e ela atende. Ela troca uma conversa rápida e desliga.

ÁLVARO: Quem era?

DORALICE: Amor, você não vai acreditar.

ÁLVARO: O que foi? Fala logo! 

DORALICE: Eu fui convidada pra concorrer o prêmio de melhor fazendeiro do ano!!

ÁLVARO (sem acreditar): Cê só pode tá brincando comigo.

DORALICE (feliz): Jamais! Ai meu Deus, nem tô acreditando, amor! Tô tão feliz!!! 

Feliz, Doralice abraça Álvaro e comemora, até que eles se beijam. 

• O prêmio acontece um tempo depois, e Doralice é a vencedora.

Mostramos imagens da cidade de Santa Aurora ao som de “Um Sonhador - Bruno e Marrone”.

CENA 08: IGREJA/INT./DIA

A cena mostra a igreja da cidade lotada. Focamos em Sidney, que espera ansiosamente por Silvinha no altar. Enquanto isso, a câmera passeia entre os convidados, entre eles, está Carmem. Ela beija o delegado Celso, dando a entender que estão juntos a muito tempo. A porta da igreja finalmente se abre e Silvinha entra, deslumbrante e emocionada, com um vestido branco. Ao seu lado, está Marluce, que entra com a filha. Marluce entrega Silvinha para o noivo e eles se aproximam do padre, ficando de costas para os convidados.

PADRE ROMÁRIO: Hoje estamos aqui para celebrar a união de Maria Silvia e Sidney. 

O padre continua com a cerimônia. No próximo take, eles já estão trocando a aliança, até que se beijam. Os convidados aplaudem e a câmera foca nos rostos dos dois, que sorriem um para o outro. A cena escurece.

CENA 09: PASTO/DIA

“What’s Up? - 4 non blondes” entra em cena. A cena mostra Doralice, Álvaro e seus filhos caminhando por um grande pasto verde, com uma linda paisagem ao fundo. Álvaro carrega seu filho mais novo nos braços, enquanto a filha mais nova, caminha de mãos dadas com Doralice. 

DORALICE: Olha que paisagem linda! Já tem dez anos que voltei, e nunca tinha vindo até aqui, acredita?

ÁLVARO: É, realmente é muito lindo aqui, parece coisa de outro mundo.

DORALICE: Depois de tudo o que passamos, a gente realmente merece esse momento de felicidade, ao lado de nossos filhos que sonhamos ter a vida toda. 

ÁLVARO: Eu amo vocês, amo mais que tudo nessa vida.

Eles param, e Doralice olha para Álvaro, emocionada.

DORALICE: Nessa vida eu aprendi que a união, o amor, e família são maiores que qualquer vingança. Eu te amo tanto, Álvaro…

Eles se beijam rapidamente e voltam a caminhar. A câmera se levanta, mostrando a cena vista de cima. De repente, os espíritos de Martinho, Marieta, Venâncio e Anita surgem logo atrás da família de Doralice, todos vestidos de branco, como se estivessem protegendo a mocinha. A câmera se vira para o lado contrário, mostrando a linda paisagem do local. 

FIM.

O encerramento do último capítulo da novela é longo ao som de “What's Up? - 4 non blondes”.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagem em destaque

Paraíso Virtuoso - Capítulo 34 (18/01/2025)