O QUE OS OLHOS NÃO VÊEM - CAPITULO 06
O QUE OS OLHOS NÃO VÊEM - CAPÍTULO 06
CENA 01: CASA DE DANIELA / INT. / NOITE
Daniela se ajoelha ao chão, chorando desesperadamente, como se não houvesse o amanhã. O celular, que ela até então segurava, cai no chão.
DANIELA(chorando, desesperada) NÃOOOO! POR QUE LOGO COM ELE! MEU DEUS, PORQUÊ NÃO COMIGO, PORQUE?
Daniela continua a chorar, cada vez mais desesperada. Até que a pessoa do celular começa a falar, ela pega o celular do chão e tenta se acalmar.
PESSOA: Senhora? Você está tudo bem aí?
DANIELA:(tentando conter as lágrimas) Estou sim, como ele está?
PESSOA: Então, eu acompanhei ele até o hospital, e pelo visto, tem riscos dele ficar paraplégico…
Daniela se desespera, ela começa a chorar silenciosamente.
DANIELA: Pode me dizer no hospital onde ele está?
PESSOA: Ele está no Hospital Bela Vista. Sabe onde é?
DANIELA:(se ajeitando para sair de casa, desesperada) Certo, sei sim. Já estou a caminho. Obrigado por me avisar.
PESSOA: De nada..
Daniela desliga o celular, pega sua bolsa e sai de casa.
CENA 02: HOTEL SANTANA / INT. / NOITE
Clarice e Vitória já estão dormindo, porém Ísis está sentada numa mesa, olhando o notebook. Ela fala com Chaviera(Betty Faria), uma cafetina.
ÍSIS:(mensagem) Olá, eu sou Ísis… Eu gostaria de fazer parte dessas coisas, se a senhora me entende
CHAVIERA(mensagem) Claro que entendo, você pode me dizer o motivo. Prometo que não conto a ninguém, isso vai ficar trancado a sete chaves.
ÍSIS: Eu era médica, porém eu fiz uma cirurgia no membro errado, aí eu fui demitida. Eu quero entrar nesse mundo para sustentar minha família.
CHAVIERA: Certo… você pode comparecer aqui amanhã mesmo?
ÍSIS: Claro, onde é?
Chaviera manda o endereço a Ísis, que vê.
ÍSIS: Muito obrigada amanhã estou aí.
CHAVIERA: Ok, te espero aqui.
Ísis apaga a conversa e, logo após, ela fecha o notebook e vai se deitar com sua mãe, Clarice, enquanto Vitória dorme na outra cama.
CENA 03: CASA DE RENATA / INT. / NOITE
Renata está deitada na cama, olhando as redes sociais, até que ela passa num vídeo, que passa uma reportagem.
REPÓRTER: Boa noite a todos. Hoje à tarde aconteceu um acidente na rua Brasil. Um assaltante estava abordando um carro, enquanto o sinal estava fechado. Até que esse motorista, identificado como Felipe Furtado, acelerou o carro quando o sinal abriu, porém ele perdeu o controle quando tomou um tiro no braço, e assim ele perdeu o controle do carro e o carro bateu numa loja de brinquedos. A informação que eu recebi é de que ele tem riscos de ficar paraplégico e está internado no Hospital Bela Vista. Em breve venho com mais informações.
Renata se desespera ao ver a notícia, ela vai ao banheiro e troca a roupa rapidamente, pega sua bolsa e saí de casa.
CENA 04: HOSPITAL BELA VISTA / INT. / NOITE
Daniela chega no hospital, desesperada. Ela vai até a recepcionista.
DANIELA:(desesperada) Oi, boa noite. Eu gostaria de visitar o paciente Felipe Furtado, acho que ele está na sala 305.
RECEPCIONISTA: Boa noite. O senhor Felipe Furtado está internado, correto?
DANIELA: Exato.
RECEPCIONISTA: Deixe-me verificar aqui no sistema.
A recepcionista digita algo rapidamente no computador.
RECEPCIONISTA: Senhora, infelizmente as visitas para o quarto dele estão restritas para hoje…
DANIELA: Mas, ele está tão mal assim, meu Deus… Não tem como abrir uma exceção? É muito importante pra mim…
RECEPCIONISTA: Sinto muito, mas não tenho autorização para liberar visitas que foram restringidas pela equipe médica.
Quando a recepcionista termina a frase, Renata chega rapidamente ao seu lado, ofegante.
RENATA(ofegante) Olá, eu gostaria de visitar o Felipe Furtado, é possível?
Renata percebe que Daniela está ao seu lado.
RENATA: Não é possível… Você me persegue mesmo né garota.
DANIELA: Olha Renata, aqui não, pelo amor de Deus, a gente está no meio do hospital.
RENATA: Eu nunca iria te bater, eu não sou uma selvagem igual a você.
Daniela está quase batendo nela, até que a recepcionista aparta a briga.
RECEPCIONISTA: Senhoras, podem se retirar do hospital, por gentileza?
DANIELA: Certo, mas eu vou voltar aqui para ver o meu namorado.
Daniela se retira do local, poucos segundos depois, Renata também.
CENA 05: EMPÓRIO MONTERREY / INT. / MANHÃ
Cristina chega no empório, elegante, como sempre, ela sobe as escadas e vai a sua sala. Ela se senta e olha o computador, ela olha o relatório financeiro de cada mês. Ela observa com atenção os relatórios de todos os meses.
CRISTINA:(falando com si mesma) Não é possível, quando a Vitória estava no controle as vendas só subiam, e agora no meu primeiro mês, desceu absurdamente…
Neste momento, Cida entra na sala.
CRISTINA: Eu já disse para bater na porta quando for entrar, bora, volte e bata na porta
CIDA:(se aproximando da mesa dela, ameaçadora) Porque eu devo fazer isso, Cristina?
Quando ela fala a palavra “Cristina”, a própria Cristina se assusta.
CRISTINA: Que? Não, eu sou a Vitória meu amor, você deve estar enganada… Agora sai daqui
CIDA: Não se faça desentendida, Cristina. Eu já descobri tudo. Você matou a Vitória e assumiu o lugar dela… Você é um monstro, um monstro!
CRISTINA: E você vai fazer o que? Vai contar para a cidade toda que eu matei a Vitória? Tente a sorte, querida.
CIDA: Você quer a cidade toda sabendo do seu segredo? Eu acho que não, né?
CRISTINA: Meu amor, se toca, você é só uma funcionariazinha inútil do Empório Monterrey, você acha que alguém vai acreditar em você?
CIDA: Então, eu vou lá, falar para a cidade toda, mesmo se não acreditarem em mim, o que eu acho muito difícil…
Cida se vira, pronta para sair da sala.
CRISTINA: Se você falar para uma única pessoa, você sai morta nessa história.
CENA 06: HOTEL SANTANA / INT. / MANHÃ
ÍSIS: Não Vitória? Você está doida? Falar com a Cida o que aconteceu, imagina se ela conta que foi você que contou a ela, nosso plano vai de água a baixo.
VITÓRIA: Fica tranquila, Ísis. A Cida é minha funcionária mais fiel que eu tenho. Duvido que ela trairia a minha confiança
Clarice, que estava visivelmente pensativa, fala.
CLARICE: Ísis, minha filha, estou pensando aqui, como você vai trabalhar como médica e funcionária do empório ao mesmo tempo?
VITÓRIA: É mesmo né… e nos plantões?
ÍSIS(desesperada) É.. eu dou meu jeito, eu trabalho de manhã no hospital e de tarde no empório, e nos plantões minha mãe fica no meu lugar no empório né…
VITÓRIA: É, pode ser assim..
ÍSIS: Ah, eu esqueci de avisar, vai ter uma reunião no hospital agora, eu vou ter que sair.
Ísis sai rapidamente do quarto rapidamente.
VITÓRIA: Eu senti ela bem estranha, a senhora também sentiu?
CLARICE: Eu também, mas deixa quieto né…
CENA 07: SEX ROOMS / INT. / MANHÃ
Chaviera está na frente do Sex Rooms, esperando Ísis, até que ela estaciona o carro na rua e sai do carro.
CHAVIERA: Finalmente chegou né… Entre minha querida. Se sinta em casa..
Ísis entra, porém visivelmente desconfortável. Lá dentro, tem várias meninas, sentadas, conversando. Chaviera e Ísis sobem as escadas, até que chegam no quarto de Chaviera.
CHAVIERA: Então você quer virar quenga para sustentar sua família, estou certa?
ÍSIS: Correto..
CHAVIERA: Então tá, hoje a noite você aparece aqui, as meninas vão te ensinar uns negocinhos, certo?
ÍSIS: Certo
Ísis se despede de Chaviera e desce as escadas, as meninas olham para ela, curiosas. Ela vai até o carro dela e dá partida.
CENA 08: EMPÓRIO MONTERREY / INT. / MANHÃ
CIDA: Você me ameaçou? É isso mesmo que eu estou ouvindo? Ah meu amor, agora que a polícia vai atrás de você até no inferno!
Cristina se levanta da cadeira e vai até Cida, ficando assim cara a cara.
CRISTINA: Eu já disse uma vez, se contar para uma pessoa sequer, você vai morrer, igual a minha irmãzinha(sorri)
CIDA: Eu sei que você não tem coragem de fazer isso, aliás, você não tem nem coragem de fazer isso. Você é fraca Cristina, fraca!
CRISTINA: Você vai me atormentar mesmo né? O que é que você quer para você não contar nada para ninguém?
CIDA: Nessa parte eu queria chegar, eu quero vinte mil reais, e um aumento de salário
CRISTINA: Os vinte mil eu dou, mais o aumento não, o empório está em crise e você quer um aumento?
CIDA: Sabe porque o empório está em crise? Porque você não sabe administrar nada! Nadica de nada, a dona Vitória administrava melhor que você. Na verdade, ela é melhor que você em todos os sentidos possíveis.
CRISTINA: Sabe porque você diz isso? Porque ela era boazinha com vocês, mas eu não, nós somos gêmeas, mas não somos a mesma pessoa. Se você quiser vinte mil eu dou, mas o aumento não. É isso ou largar.
CIDA: Já que é assim, a cidade inteirinha vai ficar sabendo, que Vitória Monterrey foi morta pela própria irmã…
Cida se vira para a porta, pronta para sair.
CRISTINA: Tá bom, tá bom, eu dou o aumento de salário e os vinte mil.
Cida se vira novamente, com um sorriso de vitória.
CONGELAMENTO EM CIDA
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